(11) CANTOS E CONSEQUÊNCIAS

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“__Não posso recordar como cheguei a ser conhecido como 'o louco', mas não há dúvida de que o era__” - 

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“__Não posso recordar como cheguei a ser conhecido como 'o louco', mas não há dúvida de que o era__” - 

Edgar Allan Poe, "O Coração Delator”

Aemond permanecia solitário, envolto na penumbra junto à janela do quarto, onde a brisa noturna sutilmente acariciava seu rosto etéreo. O eco da partida de Lucerys persistia, uma semana transcorrida, e embora as rotinas mantivessem sua cadência, tudo parecia tingido por uma diferença sutil para o albino.

Apesar da natureza celestial que dispensava as necessidades humanas, Aemond experimentava uma solidão profunda, uma ausência que apenas a presença de Lucerys conseguia preencher. As atividades simples, como dormir ou compartilhar uma refeição, ganhavam uma nova significância na falta do jovem Velaryon.

O desejo incontrolável de buscar pelo moreno dominava Aemond. Ansiava proclamar que todos os reinos infernais lhe pertenciam, incluindo o próprio rei deles. Estava disposto a se ajoelhar, se necessário, para trazer de volta seu pequeno passarinho aos braços que ansiavam por sua presença.

Esgotado de aguardar o despertar natural de Elijah, Aemond deixou a janela e desceu, com os pés descalços tocando o chão frio enquanto se dirigia à cama onde o corpo repousava. Seus olhos violetas absorveram a serenidade do rosto que um dia foi o objeto de seu afeto, mas agora, mesmo com a semelhança gritante com seu Lucerys, absolutamente nada provocava mais emoção nele. 

— Acorde, príncipe Elijah — ressoou a voz angelical de Aemond, chamando a consciência do rapaz.

Não demorou para que Elijah despertasse, seu olhar inicialmente carregado de pavor explorando os recantos do quarto. Contudo, à medida que reconhecia o ambiente e a figura diante dele, a expressão se metamorfoseava, revelando uma mescla de surpresa e familiaridade.

—Samael... — a voz de Elijah soou frágil e quase inaudível, mas o platinado captou cada palavra.

—Não, Lúcifer — respondeu o mais velho com aspereza.

—Vejo que consegui chegar a tempo, até você — pronunciou o jovem, exibindo um sorriso dolorido no rosto, ainda visivelmente machucado.

—Bem, Elijah — Aemond arrastou uma cadeira para se sentar ao lado da cama —, serei direto contigo, e espero que possa fazer o mesmo comigo — declarou, fixando o olhar em seu ex-amante.

—Está bem... — concordou Elijah —, voltei exatamente para isso.

—Quero tudo desde o início — afirmou o platinado —, e não adianta tentar me enganar. Sou conhecido como o grande pai da mentira, então saiba que será inútil esconder algo de mim.

—Não se preocupe, nunca foi minha intenção esconder algo de você — Elijah acomodou-se na cama para poder olhar nos olhos de Aemond —. Quando os anjos atacaram aquela noite, eu não sabia o que fazer nem como ajudar. Você tinha ido lutar, e não vou negar que meu maior medo era morrer naquela noite.

THE DEVILWhere stories live. Discover now