Lucerys Velaryon nunca se considerou uma pessoa religiosa, entretanto, quando a oportunidade da glória eterna bate à sua porta, vestida em um terno preto com cabelos prateados, o jovem rapaz não hesita em vender sua alma. Em meio a escolhas sombrias...
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"__Em meio à escuridão, corações imortais sangraram, deixando cicatrizes de despedidas eternas__"
Aemond despertou no meio da noite, alertado por uma invasão em seu reino. Cuidadosamente ajustou a cama onde Lucerys dormia, vestiu-se em silêncio e voou na direção da energia misteriosa que permeava seu mundo.
Ao aterrissar num campo vazio, notou um corpo desacordado próximo a uma pequena fissura no espaço-tempo, indicando a presença de um portal. Ao se aproximar, Aemond ficou petrificado ao perceber que o ferido era Elijah Velaryon. Imerso na incerteza entre sonho e realidade, permaneceu imóvel por minutos.
–-Asmodeus, sétimo príncipe do inferno e senhor das moscas— ressoou sua voz, ecoando pelos campos e fazendo as árvores tremerem com sua autoridade. —Eu convoco sua presença, venha meu servo mais fiel, venha até mim—concluiu.
Uma fumaça negra envolveu os arredores, tomando a forma do demônio convocado. Asmodeus surgiu, uma figura infernal com chifres, garras e dentes pontiagudos, sujos de algo que parecia ser sangue.
Aemond tocou a testa da criatura e pronunciou:
—Eu te libero, Asmodeus— Instantaneamente, o monstro assumiu uma forma mais humana, revelando a nudez de Asmodeus.
—Você poderia ter me chamado sem uma convocação formal— resmungou Jacaerys, sua voz rude, evidenciando a inconveniência de assumir sua forma demoníaca e retornar à forma humana sem roupas.
—Eu sinto muito, mas foi urgente— o rei demônio falou, apontando para o corpo desmaiado.
—Puta merda— Asmodeus pronunciou, assustado com a figura desfalecida de Elijah ali— E ele mesmo?
—Sim…— Aemond suspirou pesadamente— Eu estava dormindo quando senti uma presença desconhecida atravessar os portões sem ser convidado, e quando cheguei aqui o encontrei assim— explicou.
—Faz sentido a convocação formal— disse, referindo-se ao chamado— E agora o que vamos fazer? Não podemos deixar ele aqui desse jeito, eu ainda sinto a vida emanar de seu corpo— disse— Isso significa que ele não está morto.
—Eu preciso levá-lo para o castelo— o platinado disse com o rosto sério.
—Sem querer ser inconveniente nem nada, mas eu lembro que o Lucerys mora lá também, né— o demônio falou— O que você vai dizer quando chegar com o corpo de um cara que é idêntico a ele no castelo? Porque assim, eu tenho certeza absoluta que ele vai querer saber—disse.