Lucerys Velaryon nunca se considerou uma pessoa religiosa, entretanto, quando a oportunidade da glória eterna bate à sua porta, vestida em um terno preto com cabelos prateados, o jovem rapaz não hesita em vender sua alma. Em meio a escolhas sombrias...
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"__Nas lágrimas da tormenta, a redenção se entrelaça na melodia do amor__"
Jacaerys observava com atenção o corpo de Aegon, que repousava tranquilamente em sua cama, tentando se recuperar dos graves ferimentos dos recentes acontecimentos. Já se passara uma semana desde a intensa batalha deles, e através de informantes do reino, soube que Lucerys havia conseguido derrotar Gabriel.
Decidido a não deixar o palácio até que Aegon estivesse completamente recuperado, Jacaerys compreendia a gravidade de um arcanjo de alto escalão celestial ter suas asas arrancadas de maneira tão brutal.
O príncipe demônio também estava ciente de que, em algum momento, teria que enfrentar Lucerys, pois teve um papel significativo na vinda do moreno para o submundo. Ambos, Jacaerys e Aegon, teriam que prestar contas ao jovem.
Desviando de seus pensamentos, o demônio, vestido confortavelmente em uma calça moletom sem a parte de cima, aproximou-se da cama e deitou-se ao lado do arcanjo, que descansava em um sono profundo.
— Não importa quais consequências se apresentem — sussurrou suavemente para o albino, acariciando sua face serena com as pontas dos dedos —, eu lutarei por você e não permitirei que nenhum mal o atinja novamente.
— Você não faz ideia de como é reconfortante ouvir isso, especialmente agora que me tornei oficialmente um caído — a voz rouca do arcanjo ecoou no quarto, rompendo o silêncio.
— Você acordou! — Jacaerys se levantou, manifestando uma euforia palpável.
— Já estava na hora — o albino tentou ajustar-se na cama para uma posição mais confortável — Eu não tenho o direito de te dar mais trabalho.
— Não faça movimentos bruscos. Seus ferimentos foram graves, e você ainda está se recuperando. Não tente bancar o forte — o demônio advertiu de forma séria.
— Tudo bem, vou ficar quieto — Aegon respondeu, mas o demônio percebeu uma tristeza evidente tanto no olhar quanto na voz do arcanjo.
— A culpa é minha. Sinto muito por ter feito você perder suas asas — o príncipe do inferno expressou.
— Nunca mais ouse abrir a boca para se desculpar por eu ter salvo sua vida — Aegon falou com uma seriedade penetrante — Espero que entenda rapidamente que não me importo de perder a vida se isso significa te manter bem e a salvo. Porque eu te amo, e é esse amor que me mantém com a mente sã.
— Eu sei o quão valiosas eram para você — o demônio murmurou.
— De fato, eram extremamente preciosas para mim — o albino falou, carregando um pesar na voz —. Mas não há nada mais valioso para mim do que saber que você está vivo. Por favor, entenda de uma vez que sou completamente apaixonado por você. Mesmo durante esses malditos milênios conturbados, meus sentimentos permanecem os mesmos e não mudarão tão facilmente.
