Lucerys Velaryon nunca se considerou uma pessoa religiosa, entretanto, quando a oportunidade da glória eterna bate à sua porta, vestida em um terno preto com cabelos prateados, o jovem rapaz não hesita em vender sua alma. Em meio a escolhas sombrias...
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"__As palavras que nunca foram pronunciadas ecoam mais forte do que aquelas que foram ditas em voz alta__"
Aemond foi o primeiro a se animar naquela manhã gélida. Sentindo o frio, carinhosamente envolveu o corpo nu do moreno com um espesso lençol, proporcionando-lhe calor extra antes de despertá-lo para sua jornada no mundo humano.
Não demorou para que o Velaryon acordasse, notando a ausência do calor do albino ao seu lado. Com um sorriso, espreguiçou-se, seus olhos atentos explorando cada canto do quarto. Levantou-se animado e dirigiu-se ao banheiro, pronto para enfrentar o dia que se desenhava.
O albino entrou no quarto, contemplando em silêncio o moreno enquanto este se arrumava com esmero. Lucerys já não ocupava apenas o seu próprio espaço; seus pertences se entrelaçaram nos cantos do aposento do mais velho.
— Está deslumbrante, passarinho — sussurrou o demônio, buscando capturar a atenção do moreno.
Lucerys respondeu com um sorriso tímido, refletido no espelho. Ao virar-se, seus olhos âmbar fixaram-se no homem diante dele, vestido com uma humanidade cativante.
— Você está tão... — hesitou o moreno, buscando as palavras adequadas.
— Tão...? — provocou.
— Humano... — concluiu o moreno, um sorriso adornando seus lábios.
Aquela palavra, "humano", capturou a essência do momento. A beleza surreal do homem à sua frente, muitas vezes parecendo um desenho à mão livre, agora ganhava uma proximidade tangível ao vê-lo vestido casualmente, algo verdadeiramente humano.
— "Humano?" — o albino sorriu abertamente, algo extraordinariamente raro de se testemunhar — Isso, por acaso, é um elogio?
— E por que seria ofensivo? — o mais novo sorriu provocativamente — Você está plenamente ciente da sua beleza e sabe como usá-la de maneira extraordinária — afirmou, lançando um olhar sugestivo.
— Sim, eu sei — afirmou o rei demônio — Eu sou a criatura mais perfeita já concebida — ele se deslocou de sua posição, criando uma proximidade intensa com Lucerys — No entanto, a cada vez que ponho os olhos em você, mais duvido da minha perfeição diante da sua — murmurou enquanto deslizava seus dedos pelos cabelos do moreno, criando uma tensão palpável.
O Velaryon engoliu em seco com as palavras do homem. Naquele momento, ficou sem palavras, limitando-se a permanecer em silêncio enquanto o outro admirava cada traço seu. Pois, se havia algo que o moreno apreciava, era ser admirado.
— Vamos logo para seu passeio antes que eu mude de ideia, e te tranque mais uma vez neste quarto para ser somente meu — o demônio disse, suas palavras carregadas de luxúria e desejo.
— Isso não é uma má ideia — Lucerys respondeu sugestivo, um sorriso travesso brincando em seus lábios — Porém, teremos todo o tempo do mundo para isso depois do passeio no mundo humano — concluiu.
