Capítulo 11 - Tempestade

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— Ela ta muito brava? — Sam pergunta olhando para Lorna — a proposito, eu sou o Sam — disse se aproximando e estendendo a mão para a garota de cabelos verdes.

— Eu sei, Helena me disse sobre você — ela respondeu apertando a mão dele — ela teve que ficar por quase duas horas conversando com a terapeuta do Bucky, então ela pode estar um pouco brava — Lorna explicou enquanto Helena ia até eles.

— Elen, me desculpa, eu mandei ele fica lá — Sam disse olhando para a garota que passava por ele — e me ignorou.

— Dá um tempo pra ela — Lorna pediu.

Helena surpreendeu Sam e Bucky ao passar direto por eles, deixando-os curiosos sobre o que ela tinha a dizer. No entanto, para a surpresa deles, ela simplesmente os ignorou e seguiu adiante. Essa atitude deixou os dois se encarando, sem entender o motivo desse comportamento.

— Ela não ia brigar? — Bucky perguntou ao lado de Sam e Lorna.

— Ei, não fala, não lembra ela — Sam disse em sussurros enquanto via a garota se distanciar deles.

Eles seguiram em frente em direção ao aeroporto, sem mencionar nada sobre o que havia acontecido. Cada um deles tentava compreender o motivo pelo qual ela estava tão quieta. Até mesmo Lorna se perguntava o que estava se passando na mente dela. O silêncio prevalecia, enquanto continuavam o trajeto, rumo ao próximo destino. A atmosfera estava carregada de perguntas e incertezas, mas ninguém se atrevia a falar sobre isso.

No aeroporto, Torres estava esperando eles, até que viu Helena e com um enorme sorriso no rosto, disse:

— Oi, Helena — A garota apenas passou por ele, também o ignorando e ele apenas olhou para os outros — o que ela tem? — Torres perguntou.

— Não sabemos, mas ela ta brava com o Bucky — Sam disse.

— É com você também — Bucky rebateu.

— Com os dois — Lorna disse pronta para socar a cara deles.

— Alguém deveria falar com ela — Sam informou subindo na rampa de desembargue.

— Eu não vou cutucar a onça — Lorna informou sabendo que ela estava brava.

— Bucky? — Sam disse.

— Não, nem pensar — o homem disse.

— Ta com medo dela? — Sam perguntou em tom de zoação.

— To — Bucky assumiu.

— Esperto — Sam disse.

Durante a decolagem do avião, nenhum dos dois se aproximou dela, evitando qualquer contato ou troca de palavras. Eles pareciam receosos de que ela pudesse dizer algo, os olhares estavam voltados para qualquer outra direção, apenas não para ela. Logo em seguida, Helena adormeceu, deixando-se levar pelo sono profundo nos assentos da aeronave. A calmaria começou a tomar conta do ambiente e aquela atitude tranquila da jovem pareceu acalmar os dois. Enquanto Lorna, carinhosamente, acariciava os cabelos de Helena, Sam e Bucky apenas observavam aquele momento com admiração e respeito. Era claro que ali existia uma ligação especial entre as irmãs, uma conexão profunda que os demais não compreendiam totalmente.

À medida que o tempo passava, Helena começava a sentir-se inquieta. Sua cabeça começava a mexer involuntariamente e sua respiração se acelerava, como se estivesse vivendo um pesadelo. E, de fato, ela estava relembrando um pesadelo bem conhecido em sua vida: o dia em que seu pai foi raptado. Esse foi o dia que marcou uma reviravolta em sua vida, naquele momento que o famoso Tony Stark se transformou no lendário Homem de Ferro. Desde então, Helena viu seu mundo mudar completamente.

Bucky notou rapidamente a inquietação dela, seus anos como Soldado Invernal o ajudavam a captar muitos movimentos ao mesmo tempo, em uma sala, e ao ver que ela provavelmente estava tendo um pesadelo, ele se aproximou e disse:

— Stark?

Quando o trovão ecoou do lado de fora do avião, todos foram surpreendidos e, imediatamente, a atenção de Lorna, Sam e Bucky foram direcionadas para Helena, que ainda estava adormecida. Enquanto Bucky se preparava para chamá-la novamente, a fim de despertá-la suavemente, os sons da tempestade lá fora continuavam a ecoar, deixando todos ainda mais tensos.

— Da onde tá vindo isso? — Sam perguntou sentindo o avião se mexer, uma turbulência.

— É uma tempestade, veio do nada, é esta muito forte — Torres informou vindo da cabine do piloto.

— Como isso é possível? — Sam perguntou.

— O Thor talvez? — Bucky supôs.

— Não, eu acho que não — Lorna negou olhando para Helena.

— O quê? — Torres perguntou.

— É ela — Dane apontou olhando para Helena.

— Tem certeza disso? — Sam perguntou confuso.

— Sim, ela tem Atmocinese — Lorna informou deixando os três homens ainda mais confusos.

— O que é isso? — Bucky perguntou.

— Ela pode controlar o tempo, vocês não sabiam? — Lorna perguntou.

— Sabia que ela era telepata — Sam comentou — isso faz parte do combo Fênix?

— Sim, faz parte — Lorna explicou enquanto o avião balançava mais ainda por conta da piora da tempestade.

Bucky então foi ao lado de Helena e após chamá-la por quatro vezes, finalmente conseguiu acordá-la. No momento em que ela acordou, a tempestade passou e o céu voltou a ficar calmo.

— Aparentemente você pode controlar o tempo também — Sam informou olhando para ela.

— O quê? — ela perguntou confusa.

— Você pode controlar o tempo, sabe, fazer chover ou nevar — Sam continuou.

— Eu sei, eu só nunca fiz isso — ela informou — o que aconteceu?

— Você quase derrubou o avião com uma tempestade — Lorna explicou.

— A Força Fênix ta ficando mais forte — Helena comentou.

— E isso é um problema? — Bucky perguntou.

— Se eu perder o controle dela, eu viro a Fênix Negra — ela disse.

— E?

— Isso é um problemão — Helena confirmou.

Após aquele momento, eles voltaram a ficar calados, e quando estavam próximos de Nova Iorque, Sam olhou para Bucky e disse:

— Você ta bem? — disse vendo o homem fitar o chão do avião.

— Vamos pegar o escudo, Sam, vamos pegar o escudo e fazermos isso sozinhos — ele contou.

— A gente não pode ir pra cima do cara, bater nele e pegar — Sam comentou.

— Na verdade, podem, mas vão presos depois — Lorna disse.

— Ela tem razão — Helena concordou. — Lembra da última vez que pegamos o escudo?

— Talvez — Bucky respondeu.

— Vou te ajudar, caso tenha esquecido, a Sharon foi declarada inimiga do estado, o Steve e o Sam tiveram que fugir por dois anos, e eu tive que fazer trabalho comunitário por cinco anos — Helena disse — eu não sei quanto a você, mas eu não quero passar os restos da vida, vivendo uma vida louca — ela concluiu.

— A gente acabou de ser derrotados por super soldados e não temos nada — Sam comentou.

— Não é bem verdade — Helena disse.

— Temos vocês duas, mas não estamos falando só de força bruta — Sam continuou

— Tem uma pessoa que devia conhecer, Sam.

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