ANDAMENTO | NÃO É DEATHFIC
Min Yoongi nunca teve muitas ambições em sua vida, gostava de música e de cozinhar, coisas simples lhe abria um sorriso sincero. Preso dentro de casa durante o dia, por possuir uma rara doença que o impossibilita de sentir...
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Já havia passado uma semana desde que tive aquele encontro com Hoseok.
Bom, não exatamente um encontro. Tenho falado para mim mesmo que não tinha sido nada importante e que não havia significado nada, mas é claro que isso não tem adiantado de nada. Desde aquele domingo, as palavras dele não saem da minha cabeça: E por que não me apaixonaria? Fala sério Hoseok, você é sonso ou se faz de sonso para sobreviver?
Naquela noite, eu quase tive um surto semelhante ao que tive na festa na casa de Taehyung, no qual Hoseok disse que eu era lindo. Eu senti meus olhos arderem e começarem a lacrimejar, senti o flamejar em minhas bochechas, meu interior doeu de uma forma diferente e eu quis sair correndo daquele lugar.
Parecia que eu estava vivendo um conto de fadas.
Era estranho sentir-me assim sendo que tudo que sempre mais quis foi que Hoseok me notasse, que ele interessasse por mim. E agora que talvez ele tenha me notado de fato, eu fico todo amedrontado. Não que seja algo ruim, mas a verdade é que eu tenho medo, afinal, sempre fui um completo medroso pelo simples fato de ser quem eu sou, e caso eu me deixe levar por todo esse tsunami de sentimentos que venho nutrindo cada vez mais por ele, e no final transbordar e não der em nada, tenho medo de não conseguir me reerguer.
Talvez fosse coisa da minha cabeça, convenhamos que sou um pouco emocionado, mas isso não me impede de sentir uma pequena chama de esperança crescer dentro de mim.
Desde aquela noite eu não o vi mais, mas nos falamos por mensagens e ligações todos os dias. Na terça-feira, ele me perguntou se eu gostaria de o acompanhar na caminhada diária que faz com seu cachorrinho Mickey, mas pelo horário eu não pude ir, então acabei inventando que eu estava ocupado.
Uma mentira, é claro.
Tanto minha mãe quanto Jimin têm insistido bastante para que eu conte a Hoseok sobre essa doença, e por mais que eu quase tenha de fato lhe contado naquela noite, ainda tenho medo. Muito medo na verdade, mas eu sei que preciso contar, porque se tem uma coisa que priorizo muito é a verdade e a sinceridade. Então, se quero que Hoseok seja sincero comigo em algum momento, eu preciso ser sincero com ele.
Já se passavam das 21h e eu ainda continuo sentado sob a árvore da pracinha, com as costas apoiadas no tronco robusto daquela enorme árvore que me trás tantas lembranças, principalmente as que envolvem o meu pai. Eu costumava vir aqui com ele, vínhamos por volta das 18h e sempre ficávamos até tarde, claro, não um tarde exagerado. Aqui nessa mesma árvore estão as lembranças dos momentos mais importantes e preciosos que passei com ele, ensinamentos que se tornaram um sonho, no qual me ensinou os primeiros acordes do violão, as primeiras notas musicais, a primeira melodia e a primeira música. É uma lembrança que queima dentro de mim como uma chama incapaz de ser apagada, como um fogo infinito.
