15. Não é porque eu te odeio que eu não posso mais beijar sua boca

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Kornkamon Teach

O Bordel estava mais cheio do que o normal e o motivo era mais do que claro: a capitã dos Vermelhos estava de volta.

Há muito tempo eu não via tanta gente da tripulação do Fancy por ali. Desde que a Samanun havia sido presa, eles quase não apareciam. Mas hoje era completamente diferente, era visível o clima festivo em que eles se encontravam.

Sinto borboletas no meu estômago só de pensar que eu iria encontrá-la em poucos minutos. Eu havia me afastado dela por vontade própria, mas era nítido que eu sentia muito a sua falta. Além disso, eu imaginava que ela não estivesse muito satisfeita com meu sumiço repentino e, naquele momento, eu teria que enfrentar, não só à ela, mas também os sentimentos pelos quais eu fugi pelas últimas três semanas.

- Ainda bem que a Lauren pediu pra eu vir, pelo jeito que você está nervosa, com certeza vai acabar fazendo alguma merda. - Tee fala do meu lado, me dando um susto.

- Ué, o que você está fazendo aqui? - Olho para a Tee e então olho para a Lauren.

- Eu pedi que ela viesse, porque achei que você podia faze--

- Fazer alguma merda. - Tee atropela a fala da Lauren. - E ela estava de todo errada? Olha o estado de nervos que você está, Mon.

Passo as mãos umas nas outras. Ainda não tínhamos entrado no Bordel, estávamos conversando próximas à entrada, mas eu já me sentia bastante nervosa.

- Gente, não vai acontecer nada. Inclusive porque a Samanun não deve nem querer olhar na minha cara depois do meu sumiço. - Resolvo parecer indiferente.

- Você está torcendo por isso ou só acha que é o que vai acontecer? - Tee pergunta.

- Ela, definitivamente, está torcendo por isso. Já que não vai conseguir ficar longe por vontade própria, ela espera com todas as forças que a Samanun esteja com raiva e fique longe. - Lauren complementa e eu reviro os olhos.

Elas tinham a teoria de que eu havia me afastado com a intenção de deixá-la com raiva e então, fazer com que ela não voltasse a se aproximar de mim quando fosse liberta da prisão, fazendo meu trabalho de esquecê-la mais fácil.

Eu achava uma teoria idiota.

- Vocês vão entrar ou vamos passar a noite aqui conversando? - Pergunto para elas, que logo começam a andar em direção à porta de entrada. Eu as sigo, com meu estômago revirando.

Assim que a gente põe o pé dentro do recinto, meus olhos passam pelos quatro cantos do local, procurando.

- Ela está ali. - Tee fala com discrição, perto do meu ouvido.

Volto meu olhar para a direção que ela apontava e as borboletas voltam a voar em liberdade dentro da minha barriga.

Ela estava na mesa, junto com a Engfa e o Kirk. Em sua volta haviam cerca de umas trinta pessoas. Pelas vestimentas que eles usavam, eram todos da sua tripulação. Além dos que estavam exatamente na sua mesa, ainda tinham mais algumas dezenas deles em outras mesas. Vez por outra iam até ela para abraçá-la.

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Velas Negras • MonSamWhere stories live. Discover now