🌊Capítulo 19🔥

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Permaneci alternando o olhar entre a janelinha e o corredor, pra minha sorte os presos dormiam e não havia soldado.

Ele queria um momento a sós com ela e esse pensamento fez minha boca ficar amarga.

Me lembro da vez em que a salvei daquele homem nojento, não suporto abusos.

Normalizei minha respiração e voltei a prestar atenção.

-Nunca imaginei que algum dia os espíritos escolhessem uma mulher como Avatar. -ele andava em círculos.

Um abutre ao redor de sua presa.

A mulher continuava quieta com o rosto baixo e o olhar fixo no chão, como se estivesse pensando em algo.

-O que quer de mim? -sua voz trêmula me fez segurar as espadas com mais firmeza.

-Ora, eu não quero nada que não possa me oferecer, já o que você tem a oferecer...-o tom lascivo em sua voz era reconhecível.

Ele bebeu.

Coloquei a máscara de Shaolin no rosto e uma das espadas no coldre, não iria precisar de muito pra lutar com um homem bêbado.

Voltei meu olhar para dentro da sala de tortura e o vi agarrando as pernas da garota, que pendia com os braços acorrentados ao teto.

Ela se debatia e agora vi lágrimas em seu rosto de desespero.

Aquilo fez todas as chamas do meu corpo reaparecerem e tomarem conta do meu ser.

Abri a porta com o máximo de silêncio e andei a lentos passos, vendo a cena onde ele tentava tirar as roupas da garota enquanto amordaçava ela.

O olhar da garota foi até mim, assim como aquele dia quando a tentei matar.

Ainda encarando ela fui por trás de Iroh e o asfixiei com a minha mão enluvada enquanto minha espada roçava em seu pescoço.

"Os espíritos sabem o quanto eu tenho vontade de acabar com a sua vida, mas não vou fazer isso"

Os segundos seguintes foram tensos, pois ele se debatia, mas consegui desmaiar ele.

Logo me virei para a garota e a vi, seu rosto estava machucado cheio de arranhões e algumas partes da sua camiseta rasgadas.

Desenbanhei a espada, ela fechou os olhos se encolhendo e apenas o som do metal frio caindo no chão a fez abrir os olhos ofegante.

Fiz um sinal com a cabeça, hesitante ela me seguiu em direção á saída.

-Por que está fazendo isso? -a voz rouca dela preenche meus ouvidos quando preciso de silêncio pra focar no barulho.

Apenas fiz um gesto pra ela se calar e fiz uma barreira com o braço pra ela não ultrapassar quando ouvi passos.

Desenbanhei uma das espadas e assim que vi uma sombra segui meu reflexo e cravei a espada na junta do joelho.

Ouvi a garota arfar enquanto eu sufocava o soldado, assim que ele apagou seguimos caminhos.

Não pude deixar de prestar atenção na minha retaguarda, querendo ou não ela poderia tirar proveito.

Algo nela me deixava inquieto, talvez seja a incerteza do que ela poderia fazer comigo assim que chegássemos á ponte.

O caminho da masmorra até meu quarto não foi assim tão emocionante, mas tinha certeza de que quando cruzássemos a ponte tudo mudaria.

Fechei a porta do quarto, fiz menção de tirar a máscara mas ouvi gritos dos soldados lá embaixo.

Rapidamente afastei a prateleira, encontrando uma passagem secreta que parecia ser menor do que nos tempos de criança.

-Vem. -ela veio até mim e passou primeiro.

Movi a prateleira bem em tempo de ouvir a porta bater contra a parede, com o coração acelerado segui a garota.

Caminhamos por vários minutos e por incrível que pareça todo esse silêncio era incômodo.

-Você vai me matar? -ela quebra o silêncio com a voz hesitante.

-Não. Mas eu diria isso se eu fosse alguém que quisesse te matar sem te assustar.

Ela parou, fazendo com que meu corpo quase esbarrasse no dela.

-Eu não vou te matar, anda logo.

Minha impaciência só piorou quando ouvi os barulhos do portão se fecharem ao quase chegarmos á pequena porta que dava fim ao túnel e início ao bombardeio.

Assim que pisamos na praça principal para chegarmos ao portão fomos cercados, por todos os lados tinham soldados apontando suas lanças e espadas.

-Ei você! Solte ela e poderá sair vivo.

Não acreditava nas palavras do meu próprio irmão, nisso tive uma grande vontade de revelar meu rosto.

Mas não era a hora nem o momento, quando vejo o olhar lascivo dele pra cima da mulher me lembro da cena repugnante.

Ela parecia tensa e nervosa, engolia em seco enquanto encarava Iroh.

Meu corpo todo esquentou e acho que o dela também, pois a sua marca estava brilhando.

Alguns soldados recuaram, mas foi o grito de Iroh ordenando que voltassem á posição inicial que os fez voltar, completamente tensos.

-Ataquem o invasor e deixem a Avatar viva! -essa ordem foi complicada pra minha parte, pois a maioria agora investia contra mim.

Mas senti um calor vindo de fora, vi uma movimentação e estreitei meus olhos ao ver que a garota dominava o fogo como muitas das garotas não conseguiam.

Ao ver uma movimentação vinda de cima não pude fazer outra coisa, por impulso a agarrei por trás e me encostei nos portões.

-Se atirarem em mim, ela vai sofrer.

Passo o corte da espada em seu pescoço mas não o suficiente pra fazer um corte.

Penumbra - Os Quatro ElementosOnde histórias criam vida. Descubra agora