🌊Capítulo 84🔥

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O banquete de comemoração foi algo inesperado, pois meus planos eram voltar para dormir num sono intenso.

Eu não consegui olhar pra Zuko, Oliver interagia com alguns adolescentes por isso me vi sozinha.

Aquela multidão me deixava nervosa, por isso dei um jeito de escapar e ir para o jardim.

Vi a porta ali e não resisti, a empurrei e entrei no jardim secreto me ajoelhando diante da água.

Involuntariamente meu corpo começou á tremer e senti meus olhos arderem, uma raiva misturada com tristeza.

Fiz com que a água mudasse seu trajeto e formasse pequenas ondas conforme meus sentimentos se intensificavam.

-Merda merda merda merda! -saiu mais alto que planejei, mas que se foda.

Me levantei quando ouvi passos e encarei um vulto alto se aproximando da claridade e revelando sua identidade.

-Imaginei que estivesse aqui. -ele falou, se aproximando com a expressão indiferente de sempre.

Fiz com que as lágrimas se secassem antes que ele se aproximasse, mas meus olhos continuavam vermelhos.

-Eu sei que deve estar confusa, mas não tive escolha.

-Como assim não teve escolha? -eu agora, desdenhosa desacreditada das palavras dele ria.

-Kana seria incapaz de governar tudo aqui sozinha, e isso não é um papo machista. Ela sempre foi mimada, mas nunca realmente compreendeu como funciona uma nação.

-E onde você entra nisso? Ah, deixar eu ver, o salvador da nação.

-É isso mesmo -o encarei -mas eu sinto que também nunca iria governar isso tudo sozinho, por isso fizemos esse pacto.

Houve um silêncio e me virei novamente em direção á água.

-Não vire as costas pra mim.

-Não é porque é governador que manda em mim.

-Eu quero conversar de forma séria e limpa, mas você dificulta as coisas como se virar as costas pra mim fosse um ato maduro. Vire pra mim e converse como Avatar.

Me virei agora com uma fúria interna, mas ele não recuou nenhum centímetro.

-Eu vou fazer isso pois ela é minha única família e ela não teve culpa de ser criada por um monstro, ela é minha única família entende? Mas sei que Iroh iria levar nossa nação á merda se governasse.

O nome dele me fez engolir em seco e perder todas as palavras que eu usaria pra difamar Zuko.

-E eu também sei que você ainda se culpa pela morte dele, mas quer saber? Não podia ser diferente, ele seria o herdeiro e tudo seria pior.

Fiquei imóvel no lugar, como se um balde de água fria fosse jogado nas minhas costas.

-Kana entendeu que esse seria o final de qualquer pessoa ruim e decidiu mudar, ela pediu minha ajuda e não vi o que eu iria perder ao aceitar esse pacto. Por favor fale alguma coisa.

-Não temos nada pra falar. -eu disse me retirando, mas ele agarrou meu braço.

Nossos olhares se cruzaram, tive vontade de dar um tapa na cara dele e de beijar ele.

-Temos muita coisa pra falar e eu duvido que apenas alguns minutos sejam o bastante. Precisamos conversar, como dois adultos.

Sua voz era séria, desisti de fugir e voltei á encarar a água.

-Não precisa se culpar pela morte dele, ele era um idiota. Não se culpe por ter feito o que fez pra salvar a própria pele. -ele disse sério, senti umas pontadas estranhas no peito. -você não me decepcionou, eu estava em choque apenas.

-Eu arruinei tudo.

-As coisas podem não ser como antes, mas eu gostaria de dizer que nada dessa merda importa e é passado.

O encarei, sentindo um misto de sentimentos dentro de mim.

-Meus planos eram desertar de vez desse lugar, mas agora me mantenho preso aqui. Kana assumirá tudo por metade do ano e eu na outra pra ser mais justo, ambos precisamos de um tempo de toda essa merda.

Ele se colocou ao meu lado também encarando a água.

-Onde foi que nos perdemos? -ele perguntou pra si mesmo, mas pra mim ao mesmo tempo.

Fechei os olhos tentando reprimir tudo, me sentindo uma idiota.

-Eu não quis matar ele. -falei quase em um sussurro -não iria embora se eu soubesse que meu plano de encontrar minha mãe saísse uma merda.

-Eu não quis agir com frieza te fazendo se sentir mais culpada e nem queria te deixar ir, mas quando vi você já tinha atravessado o portal e pensei que tivesse ido pra sempre.

Houve um silêncio momentâneo e tentei reprimir tudo até o último instante.

-Eu não suportei quando soube que iria se casar.

-Não suportei quando me vi manipulado com a droga do casamento em troca de poder.

-Odeio que as coisas não sejam mais as mesmas. -confessei, tendo consciência que meus olhos estavam marejados.

-Odeio quando discutimos por coisas tão idiotas quando o que eu quero é estar perto de você -ele confessou e eu o encarei.

Tinha algo na minha garganta que eu gostaria de dizer pra ele, que esperei por muito tempo.

Me aproximei dele e ele ficou de frente pra mim.

Houve uma pausa silenciosa até que ambos abrimos a boca no mesmo segundo.

-Eu te amo -dissemos ao mesmo tempo, ambos nos surpreendemos.

Não tive uma reação, mas ele me puxou para si e enterrei minha cabeça no peito dele.

Senti as batidas aceleradas do coração dele, levantei minha cabeça e olhei nos olhos dele.

Começamos a rir, depois inesperadamente ele me beijou com tanta intensidade que me senti pisando nas nuvens.

Penumbra - Os Quatro ElementosOnde histórias criam vida. Descubra agora