🌊Capítulo 43🔥

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Tomei um banho e vesti uma calça preta, uma regata preta e botas.

As roupas de Zuko ficavam bem em mim e de alguma forma me faziam me sentir mais sexy com esse cabelo curto.

-Você fica tão sexy com minhas roupas e esse cabelo...vou fazer questão de sobreviver pra ver isso denovo. -ele diz enquanto descemos as escadas.

Akira estava á nossa espera com a flauta na mão.

-Primeiramente quero te alertar que não poderá despertar da meditação e nem ser despertada. Zuko, cuide pra que isso não aconteça.

Zuko acenou a cabeça, logo depois Akira soprou a flauta e atravessamos, mas ele ficou com metade do corpo no portal.

-Quando estiver pronta chame meu nome. -e sumiu do portal, assim que o portal se desfez subimos até a cerejeira.

Me senti apreensiva e consciente de que a partir do momento em que eu fechasse os olhos iria estar em transe.

-Espero que isso dê certo.

-Meditação nunca foi minha praia ou eu iria te acompanhar nessa.

Ri e depois quando me dei conta já estava em seus braços, o beijando intensamente.

Quando nós separamos olhei para o fundo dos seus olhos.

-Se quiser vir comigo no meu mundo quando tudo isso acabar...-sem esperar uma resposta imediata me sentei em uma grande pedra e cruzei as pernas fechando os olhos.

Deixei de ouvir tudo á minha volta e me concentrei nas batidas do meu coração, de repente o breu que se formou pelos meus olhos fechados entre minhas pálpebras se tornou um cenário iluminado.

Abri os olhos e me vi naquela mesma trilha da última vez, só que não estava escura e sim clara.

Olhei para cima e vi céu iluminado enquanto caminhava, mas foi substituído por um teto rochoso e me vi mais uma vez ali.

A caverna cheia de cristais e dessa vez o espírito do dragão já me aguardava acordado.

Suas pupilas verticais pretas se expandiram ao meu ver, depois ele fez uma reverência.

-Eu estou aqui...preciso de ajuda.

-Naturalmente, esse é meu papel para se desempenhar. Mas primeiro...você já aceitou quem é?

Fiquei em silêncio, meu coração batia contra minhas costelas e o mais estranho é que o som dele batendo parecia vir das paredes.

-Você já aceitou que é a Avatar? Que tem responsabilidades e que se for preciso se sacrificará pra salvar todos os que podem morrer no seu lugar?

Recuei alguns passos sentindo o som dos meus batimentos ficarem mais altos.

-Eu...

-A autoaceitação é o ponto principal para o equilíbrio, seja dominador ou não. Se você não aceita quem é, como pode ao menos pensar que é capaz?

-Eu...eu posso não ser capaz, mas mesmo sem sua ajuda eu vou lutar!

-Esses não é o ponto, se você lutar sem receber minha bênção espiritual irá morrer.

O pensamento de morrer não me assustaria, mas agora assusta.

-Para te dar uma clareza, para me responder com sinceridade quero que se concentre nas pessoas importantes que esperam que você sobreviva.

Encarei a parede oposta que emitia um luz, os borrões foram ficando claros pra mim.

Nele estava minha mãe e eu nos abraçando em um funeral.

-Tinha que fazer aquilo ou o garoto e o homem iriam morrer pelo impacto, você salvou uma vida.

As imagens daquele acidente me fizeram ajoelhar no chão ouvindo meu coração.

Outras imagens mostraram algo recente, um homem em meus braços com uma flecha no peito.

-Salvou a vida de um jovem rapaz cheio de arrependimentos o curando de uma flecha envenenada.

Encarei essa lembrança atentamente, quando tirei a máscara do rosto dele ainda me recordo da sensação estranha.

Logo as imagens foram mudando até aparecerem centenas de crianças atravessando o portal enquanto Akira e Zuko lutavam juntos contra a guarda, os impedindo de passar pelo corredor.

Vi os olhares de esperança das crianças magras de vestes rasgadas, assim como os jovens que se abraçavam quase chorando de alegria.

-Eles esperaram por uma eternidade até o dia em que isso se concretizou, salvou centenas de vidas sem nem mesmo ter percebido. Essa é você, a senhora Avatar, a primeira mulher á ocupar esse lugar e mediante ao preconceito sempre se mostrou mais forte.

Me levantei, de repente me sentindo mais forte ao ver a alegria daquelas pessoas conhecendo a liberdade.

-Se sente mais forte ao perceber que todas essas coisas, sejam boas ou ruins, saiba que essa é você.

Encarei as lembranças á minha frente com uma coragem maior, finalmente eu tinha superado meus medos de reviver o passado.

Me aproximei do dragão e me curvei, encarando meus próprios pés com a respiração pesada.

-Por favor me ajude á evitar mortes e derrotar o basilisco, eu não quero sujar minhas mãos de sangue inocente e quero acabar com isso.

-Naturalmente sua sede de vingança agora é predominante e te oferecerei os poderes nescessários se responder a minha pergunta: você aceita ser quem você é?

Hesitei por um breve momento antes de levantar a cabeça sentindo o coração martelando em minha cabeça.

-Eu aceito. -falei por fim.

-Te concedo seus dons naturais de Avatar, para proteger e usar para o bem maior, honrando sempre o bem e combatendo o que é maligno, te concedo a força e a coragem.

Senti o peso dos poderes literalmente, desabei de joelhos no chão sentindo meu corpo ficar mais pesado e fechei os olhos.

Penumbra - Os Quatro ElementosOnde histórias criam vida. Descubra agora