🌊Capítulo 45🔥

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Aquele era o momento e quando ela virou a cabeça em minha direção fechei os olhos e coloquei a venda rapidamente com as mãos tremendo.

Pude ver tão claramente que cada detalhe da cabeça daquela cobra ficaria um bom tempo impregnado na minha mente.

As fendas em suas narinas poderiam ser do tamanho de um braço humano.

Suas pupilas verticais expandidas com a cor avermelhada e suas enormes presas saltadas de sua boca.

Ela se levantou me cobrindo com a sua sombra, mas quando veio em minha direção levantei as mãos formando um escudo de ar acima de mim e pude sentir o peso fazer meus braços cederem.

Aproveitei a chance pra correr, de qualquer forma tinha que deixar a batalha acontecer longe da cobra.

Minhas pernas não se cansaram depois de mais de cinco minutos correndo em direção á floresta, me encostei em uma árvore tendo total consciência que ela estava atrás de mim.

Ajeitei minha venda e ao ouvir um silvio em minhas costas me forcei para o lado bem em tempo de ver a árvore caindo com um estrondo.

Eu não sabia exatamente o que fazer, apenas senti uma força anormal mas me faltava algo.

Me senti desamparada ali sozinha na orla da floresta com aquela criatura tentando me atacar e ficando brava por não conseguir.

Meu olho mágico mirou o lago, subitamente tive um plano que iria retardar a criatura.

O lago era enorme, mas era minha chance de tentar distraí-la até que me ocorresse algo melhor.

Cheguei ás preliminares do congelamento, talvez a congelando me ajudasse á furar seus olhos e as coisas iriam ficar mais fáceis.

Estendi minha mão sobre o lago e ele começou á fazer uma passarela da qual atravessei ainda me desviando dos ataques repentinos.

Parei e estendi as palmas das mãos uma em cada lado do meu corpo, em direção á água que parecia se movimentar em ondas agora.

Senti bolhas de água encostarem na palma da minha mão e petrificarem, as moldei como duas lanças.

Mas é claro que não seria tão fácil assim, a cobra avançou em minha direção me fazendo escorregar no gelo e cair de costas.

Ela se preparou para outro ataque e usei instintivamente as estacas de gelo para manter suas boca aberta e suas presas por alguns centímetros não perfuraram minha pele.

Minhas mãos formigavam quando vi de perto a garganta da criatura, duas chamas vermelhas circulavam pela palma e usei isso a meu favor.

A fera recuou quebrando as estacas de gelo gritando, aquela tentativa foi falha mas me rendeu um tempinho de sobrevivência.

Gelo não ia dar certo, eu tinha que usar o fogo.

Mergulhei na água fria até chegar na outra ponta, a criatura em meu encalço e me concentrei em desviar cada vez que sua sombra parecia maior acima de mim.

Em uma tentativa falha de me desviar acabei tropeçando nas raízes de uma árvore sentindo meu tornozelo torcer.

Olhei pra cima e vi uma figura conhecida se segurando nos chifres do basilisco.

-Acho que agora é seu fim, garotinha!

Iroh agora gargalhava, mas eu gostaria de saber como ele conseguia dominar aquela fera.

A resposta estava em suas mãos, um tipo de trompete vermelho parecido com um chifre, como se fosse um berrante.

-Desça aqui e lute como um homem seu covarde!

-E deixar a parte mais emocionante pro final? Quero que perca suas forças primeiro! -ele gritou, logo depois ouvi uma explosão.

-Zuko...-olhei em direção ao horizonte onde as muralhas dificultavam minha visão.

Entrei em desespero quando não o senti mais, não encontrei nenhuma conexão que me ligasse á ele.

Tentei me levantar mas caí no chão novamente, encostei minhas mãos formigantes no tornozelo e ele se curou segundos antes da serpente avançar em mim novamente.

"Zuko!!"

Nem sinal de sua presença, a fumaça preta agora deixava o céu com aspecto sombrio.

Me faltou ar e senti a ansiedade crescente, mas precisava fazer algo ou não iria sobreviver.

Ouvi gritos vindo do local da batalha, barulhos de espadas batendo uma nas outras e terremotos de terra.

-Desista, desista ou não irei te poupar do sofrimento! Não vê que é fraca? Entregue-se logo, vai poupar muita humilhação.

-Nunca!! -gritei, me levantando e sentindo meu corpo todo formigar de tanto poder em minhas veias.

Chamas ardentes irromperam das minhas mãos e ateei fogo na fera, que gritou levantando a cabeça de forma que Iroh quase caiu.

-AAAAAAAAGGGHHHH!!! -o poder era tão grande que sentia cada parte do meu corpo em chamas, seria capaz de fazer tudo.

Fiz movimentos exagerados com o corpo todo sem nem saber como e de repente algo parecido com uma barra de ferro apareceu na minha mão.

Mas não uma barra comum, uma barra envolta em fogo vermelho.

Me lembrei de um esporte que os alunos do terceiro grau faziam, salto com vara.

A barra pareceu dobrar de tamanho com esse simples pensamento e respirei fundo.

"É agora ou nunca"

Penumbra - Os Quatro ElementosWhere stories live. Discover now