🌊Capítulo 37🔥

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Zuko me deitou na cama e ainda sentia dores na barriga.

-Aquele cão sarnento, se ele não tivesse corrido eu acho que teria matado ele ali mesmo.

-Ele fez mesmo o que eu tô pensando que fez?

-Ele tentou abortar nosso suposto filho, eu não liguei tanto pois não era nada real mas você era a machucada ali então eu...perdi a cabeça e deixei ele careca, queimei os cabelos dele.

-Você o quê? -acabei rindo, eu devia ter levantado a cabeça pra olhar quando vi as bolas de fogo.

-É, agora é ele quem tem o rosto todo ferrado e é claro que você é a única que pode reverter isso.

-Eu não vou melhorar a vida sexual daquele desgraçado trazendo o cabelo dele de volta.

Rimos, só então caí na real que aquele ali era um lugar aconchegante nem muito quente nem muito frio e com o canto dos pássaros até durante a noite.

-Eu moraria aqui só pelo pouco que eu vi.

-Sempre quis visitar aqui, dizem que o melhor daqui são os alimentos e os tecidos, mas duvido que seja só isso.

-Já que vamos ficar aqui acho justo explorar o local enquanto isso. Agora é melhor irmos dormir.

-É...-sua voz hesitante me fez questionar.

-Que foi?

-Acho que me acostumei demais em dormir com você. -sua voz quente me fez me sentir quente. -mas se quiser eu saio.

-Fique. Essa cama é grande o suficiente e eu não me sentiria segura dormindo sozinha...

-Não seja por isso, vou chamar o Akira.

-Não seja idiota, ele tem mulher! -bati em seu ombro. -falando em...

-É, eu acidentalmente acabei envenenando a garota. Mas...ela não está morta de fato. Eu era um idiota que buscava a aprovação do meu pai.

-Eu não queria acreditar que você envenenou uma inocente.

-Como eu disse, eu buscava aprovação então não é algo que eu sinta orgulho, acontece que a garota acabou ouvindo meus planos, creio eu, e tomou o veneno no lugar dele.

-Mas como...?

-Isso tudo foi durante a última visita que fiz com meu pai á Tribo da Água do Norte, claro que já havíamos comprado o veneno e escolhemos nossa vítima que seria a princesa. Mas como Akira foi um insolente meu pai me deu o trabalho de envenená-lo, mas durante o jantar a garota na frente de todos trocou as taças e bebeu. Mas isso descarta a possibilidade dela ter ouvido, ou não teria bebido. Ela e Akira estavam suficientemente bêbados pra brincarem, mas não pude impedir e ela caiu desacordada.

Ouvir tudo aquilo fez meu estômago embrulhar, mas não me afastei dele.

-Você disse que ela não ia morrer...

-Ela ainda pode ser acordada, mas requer apenas uma coisa que em nosso mundo apenas você sabe fazer.

No dia seguinte acordamos tarde, por isso fomos explorar os arredores e encontramos uma cachoeira e um rio escondido por pilhas de lenhas cortadas.

-Isso aqui é lindo...parece que aqui todas as águas são cristalinas...

-Quando o lugar é puro a água é cristalina, quando tem uma energia pesada ela se torna escura. Tá calor e não sei você, mas eu vou nadar um pouco. -ele diz logo tirando a camisa e a calça, vi suas botas e já estavam jogadas de qualquer jeito no gramado.

Olhei para meus próprios joelhos descobertos pelo vestido, com o rosto quente e mordendo os lábios.

-Por que tá mordendo os lábios?

-Que? Err...nada, deu uma corrente abafada de ar e...

-Eu sei que você gosta do que vê. -um sorriso se formou no canto de sua boca e desviei o olhar.

E mergulhou me deixando em um dilema, parte de mim queria dizer que sim, eu gosto do que eu vejo e outro pensava ser uma garota atirada.

Vi que a última formiga da extensa trilha de formigas tinha entrado no formigueiro e olhei para a água.

-Zuko? -perguntei me levantando e olhando para a água, vi apenas uma silhueta mais no fundo parada com os braços esticados. -Zuko!!

Tirei meu vestido e pulei na água, logo mergulhando até o fundo e vendo ele ali de olhos fechados.

Senti meu coração disparar, o peguei pelo braço e puxei para a superfície, mas logo senti dois braços me envolverem por trás.

-Respire.

Me assustei e me afastei, me sentindo confusa por ter ouvido a voz dele embaixo da água.

Inalei a água e foi como se fosse ar, essa nova descoberta me fez sorrir e voltamos para a superfície.

-Idiota, pensei que tivesse acontecido alguma coisa! -dei um soco no ombro dele, mas ele agarra meu pulso sorrindo.

-E aconteceu não foi? Você descobriu que se pode respirar e falar embaixo da água. -sua proximidade me fez desejar afundar ele na água.

E foi isso que fiz, o peguei pelo pescoço e o enterrei na água mas para o meu azar ele fez a mesma coisa mas me envolvendo eu seus braços.

O calor de seu corpo contra o meu e seus braços fortes que imobilizaram os meus me fez sentir aquela contração estranha na barriga.

Tentei me soltar, mas seu aperto era mais forte e em uma dessas me deixei levar.

Parei de resistir, fazendo com que ele afrouxasse o aperto mas agora era eu quem não queria sair de perto.

O encarei sentindo meus cabelos flutuando por cima da minha cabeça e o puxei para cima pelos ombros.

O beijei assim que o ar invadiu meus pulmões, envolvendo minhas pernas ao redor de sua cintura sentindo aquilo mesmo entre minhas coxas e a contração se tornou mais forte assim como o calor corporal e os beijos.

Penumbra - Os Quatro ElementosOnde histórias criam vida. Descubra agora