Capítulo 27 - Final.

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Dylan acordou irritado. A mudança tinha sido exaustiva, tanto mental quanto fisicamente, e ali estava ele, avançando em passos apressados em direção à campainha que tocava incessantemente. Rajesh já tinha uma chave e sabia muito bem que não deveria perturbá-lo tão cedo pela manhã.

Ao abrir a porta, a visão que se apresentou fez o coração de Dylan congelar por um instante. O cabelo loiro desalinhado, o rosto marcado por machucados, e um olhar que Dylan nunca tinha testemunhado antes.

Brian irrompeu furiosamente no apartamento, quase atropelando Dylan ao passar pela porta. Uma pontada de dor aguda ecoou em seu abdômen pela passagem desajeitada. Brian vacilou por um momento ao ver a gata gorda dormindo preguiçosamente em uma poltrona, mas esse breve instante de hesitação acabou assim que seu olhar  encontrou rosto confuso de Dylan.

— Nossa, como eu te odeio. — Brian bufou, analisando a expressão confusa do moreno à sua frente. Ele se odiava por estar ali, desejava possuir um fragmento a mais de amor-próprio e orgulho para nunca mais se rebaixar a ir atrás de Dylan. 

No entanto, lá estava ele novamente.

— O que você está fazendo aqui? — Dylan perguntou, tentando segurar o braço de Brian, apenas para ser violentamente puxado pelo loiro, seguido por um gemido de dor.

— O que você está fazendo aqui? — Brian replicou fazendo com que Dylan sorrisse.

— Não entendi. —

— Sinceramente, Dylan, eu não entendo como você pode ser tão burro. — Brian disparou, sua irritação evidente. Dylan não se recordava de tê-lo visto tão enfurecido antes e, com um prazer um tanto sádico, observou-o se aproximar, seus olhos estreitos e sua respiração acelerada. — Eu vou te fazer uma pergunta, e Deus te ajude se a resposta for errada. — Brian começou, sentindo-se cada vez mais irritado com o moreno à sua frente, que parecia se deleitar com o momento. — Você me ama? — perguntou.

Dylan riu, incapaz de conter sua divertida incredulidade. 

Brian ali, diante dele, não podia significar nada além do que ele esperava. Ele estava ali por eles. E, não importava o quanto Brian estivesse furioso, isso o fazia feliz.

— Intensamente. — respondeu Dylan entre um sorriso, apenas para receber um tapa no braço do loiro. O golpe que doeu mais nele do que em quem o recebeu.

— Essa é a resposta errada! — Brian advertiu seus olhos tão estreiros que Dylan perguntava se ele conseguia enxergar. —  Eu tenho uma séria dificuldade em acreditar que você me ama, com base em como você age. — ele acrescentou, com um tom de frustração ecoando em sua voz.

— Mas eu amo. — Afirmou ele, avançando até estar a poucos centímetros do loiro. Com delicadeza, ele segurou o queixo de Brian, mergulhando profundamente em seus olhos. Brian se sentiu vulnerável diante do olhar penetrante de Dylan. Droga, como era fraco.

— A sensação que tenho, Dylan, é que estou sempre tentando, sempre escolhendo você. E você sempre escolhe o caminho mais fácil. — Desabafou Brian, sua voz carregada de emoção, vacilante, não mais furioso, mas triste. 

Cada palavra parecia pesar sobre ele, como se carregasse não apenas o peso do momento, mas toda a história compartilhada entre eles. Seus olhos, antes faiscantes de raiva, agora refletiam uma profunda mágoa, como se cada desapontamento e cada tentativa fracassada de compreensão estivessem gravados ali, nas linhas de seu olhar.

Como se livrar de um moleque apaixonadoOnde histórias criam vida. Descubra agora