Capítulo 17 - Confundindo as coisas.

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- E então ele simplesmente foi embora. - Terminou a historia. Foram preciso só algumas garrafas de cerveja para que Dylan revelasse toda o seu drama ao indiano. Não fazia ideia de como havia sido convencido, mas estava gastando sua noite de domingo em um bar com uma pessoa que mal conhecia e se abrindo como se fossem velhos conhecidos. Talvez Rajesh estivesse certo e ele realmente precisasse de um amigo, ainda mais quando o assunto era o Brian, e ele não poderia simplesmente contar ao Brandon como havia partido o próprio coração e o da criança, quebrando a promessa de cuidar do garoto.

- E você pode culpar ele? Você não precisava ter sido tão duro Dylan, ele é só um menino. - Rajesh respondeu bebendo mais um gole da sua cerveja. Estava impressionado com a historia do moreno. - Você está arrependido? - 

- Não, eu sei que eventualmente iriamos acabar. Eu só não queria que tivesse acabado daquela forma. - Suspirou pesadamente.

- Você não pensa em telefonar para ele? Tentar amenizar a situação... - Sugeriu.

- Não sei se seria capaz de mentir para ele novamente. Nem sei dizer o quanto agradeci pela sorte de ainda não te-lo visto novamente. -

- Mas a mãe dele mora no seu prédio, Dylan. Não é como se você não fosse vê-lo nunca mais. Você não pensa nisso? -

- Penso sempre. Mas não sei o que fazer. - Virou o resto da garrafa e fez um sinal para que o garçom servisse mais duas. - Além disso, eu tinha que dizer que estaria morando com alguém? Não é possível fingir algo assim. -

- É só dizer que as coisas não deram certo. - Rajesh deu de ombros. - Mas eu duvido muito que o Bryce toque no assunto. Aposto que ele vai te dar um gelo. -

- Brian. - Dylan corrigiu. - O nome dele é Brian. - Dylan respirou pesadamente, apenas pronunciar o nome dele fazia o seu coração parecer mais pesado no peito. - Mas eu estou falando de mim a noite toda, e você? - Perguntou sem muita curiosidade, a verdade era que havia falado muito sobre o loiro e não queria continuar naquele tópico.

- Bom, desde o meu divorcio as coisas estão meio mortas. Além disso, os papeis se finalizaram agora e eu tenho que sair do meu apartamento para que possamos vender. -

- Isso é perfeito! - Dylan exclamou animado fazendo com que Rajesh o olhasse confuso. - Por que você não vem morar comigo? -

-x-

A festa chegou a um ponto descontrolado. Brian já havia perdido a conta de quantas pessoas já havia visto vomitar e o garoto não havia bebido o suficiente para achar aquilo entretenimento. De brinde, ainda tinha um Simon fogoso ao seu pescoço tentando sem sucesso fazer com que aquele momento fosse além dos beijos. Não fazia ideia de onde as outras pessoas do grupo estavam e o local lotado e extenso não facilitava a sua procura.

- Simon, eu vou indo. - Falou alto para que pudesse ser ouvido sobre a música de baixo escalão que tocava estrondosamente.

- Mas já? A festa mal começou. - Simon respondeu com um sorriso malicioso.

- Eu não estou me sentindo bem. - Brian insistiu tentando sair do braços do menino. - Jetleg. - Tentou justificar ao ver o olhar desgostoso dele.

- Quer que eu te acompanhe? - Sugeriu.

- Não! - Brian respondeu rápido demais. - A gente se ver depois. - Sorriu amarelo.

- Tudo bem. - Simon concordou a contra gosto. - Eu te ligo! - Afirmou e em seguida deu um último beijo molhado no loiro, que não retribuiu com tanto vigor.

Brian depois de muita luta para se soltar dos braços do menino, agora se encontrava em uma luta para passar pelas milhares de pessoas que dançavam no local e pior ainda, se encontrava totalmente perdido. Havia chegado à univerdade a apenas algumas horas e havia sido convencido a ir a uma festa em uma fraternidade e ele não fazia ideia de como voltar ao seu dormitório.

Havia a opção de voltar ao Simon e pedir ajuda, mas tinha total certeza que seu pedido seria mal interpretado.

Foi quando visualizou entre a multidão um anjo.

Brian podia ouvir em sua cabeça o coral de glória ao visualizar seu colega de quarto sentado em um pequeno muro fumando um cigarro. Brian ficou um pouco chocado ao perceber que o garoto fumava e já imaginava como seria ter que lidar com o cheiro desagradável em seu quarto, mas naquele momento tudo que ele viu foi a oportunidade de desvendar aquele labirinto de volta ao seu dormitório.

- Mat! - Brian chamou animado atraindo a atenção do rapaz. - Estou tão feliz de ter te encontrado. - Riu aliviado. - Se você não estiver ocupado poderia me acompanhar até o quarto? - Brian olhou a chave cujo numero 1029 estava gravado e entregou ao companheiro. - Acho que estarei bêbado demais para abrir. - Completou. Mathias o olhou de cima a baixo e deixou o cigarro cair da sua boca pisando em seguida.

- Claro. - Respondeu com um sorriso de lado e se colocou a frente caminhando em direção ao quarto para que o garoto o seguisse. Brian podia não conhecer o garoto muito bem, mas a aura ao seu redor e as poucas palavras pareciam diferentes do garoto tagarela de mais cedo, mas como as pessoas tendem a adquirir personalidades diferentes ao beber ele não se importou muito, mas não podia negar que se sentia bem mais confortável ao lado do Mathias tagarela.

Os dois rapazes chegaram mais cedo do que Brian esperava, aparentemente o dormitório era mais perto do que ele lembrava, talvez Brian não estivesse tão sóbrio quanto imaginava. O loiro seguiu Mat quando ele adentrou no comodo e em seguida trancou a porta.

- Mat, muito obriga... - Os agradecimentos de Brian foram interrompidos pela boca voraz de Mathias em encontro da sua.

Brian permaneceu por alguns segundos em choque, tempo suficiente para o garoto arrancar a própria jaqueta de couro e tentar desabotoar a sua calça.

- Mas que merda é essa? - Brian perguntou empurrando o garoto com força para longe de si quando conseguiu retomar a consciência.

- Você está louco, moleque? - Mat parecia muito irritado. Os olhos castanhos pareciam mais escuros e os cabelos negros caiam sobre seus olhos lhe dando um ar sombrio. - Tava esperando o que quando me chamou pro seu quarto? Flores? - Ironizou, pegando com irritação a jaqueta que havia atirado no chão.

- Eu te pedi ajuda para chegar no nosso quarto. - Frisou. - Desde quando isso é convite para enfiar a língua na minha garganta? Alias, você não era hétero? - Perguntou irritado ainda sentindo o gosto desagradável de tabaco pelo beijo inesperado. Mathias gargalhou. - Tá rindo de que? - Brian indagou irritado.

- Eu não sou o Mathias. - O moreno justificou fazendo com que uma enorme interrogação se formasse no rosto do loiro. - Prazer, Matthew. O irmão gêmeo dele. - Matthew estendeu a mão e o loiro quis fazer um buraco no chão e esconder seu rosto em vergonha.

Como se livrar de um moleque apaixonadoWhere stories live. Discover now