Capítulo 17. Apenas um amigo.

164 30 36
                                    

- Se eu disser marido, você vai se calar e me deixar trabalhar em paz? - rosnou Lien, olhando para um Tin satisfeito consigo mesmo.

- Lum preferiria se casar a dizer uma coisa dessas, como se eu não o conhecesse! - O tenente zombou, olhando para Kin.

- Marido! Satisfeito? O marido ligou! - Raed levantou a voz e ouviu o som de um bisturi caindo no chão.

- Agora posso trabalhar em silêncio? Obrigado! - jurou Lien, enquanto os quatro homens no necrotério permaneciam em choque.

Havia silêncio na residência agora, apenas o som do obturador da câmera enquanto Lum tirava fotos e o farfalhar silencioso dos dois bisturis trabalhando. Depois de uma hora, Lien vestiu um cobertor e começou um exame detalhado. Depois de determinar o gênero, a idade aproximada e a causa da morte - envenenamento por monóxido de carbono - Raed passou para a mãe, porque Keane ficou com o pai.

"Ainda bem que você morreu antes de seu corpo ser consumido pelo fogo... morte indolor... durma bem, pequenino..." - pensou Lien, mas seus pensamentos foram interrompidos.

Trun trun trun trun trun

O telefone de Tien tocou e ele estremeceu, atendendo rapidamente à chamada,

📞--Sim, capitão... Entendi... obrigado....

- O capitão dos bombeiros disse que a causa do incêndio foi um curto-circuito na fiação elétrica. Então... tomara que tenhamos um acidente aqui... - explicou Tin e, naquele momento, o detetive enviou os resultados da pesquisa de vizinhança para o telefone dele. 

Uma família de três pessoas comprou esta casa há seis meses. O menino tinha nove anos, a mãe era cabeleireira, o pai era gerente de uma empresa de construção. A casa estava hipotecada, mas eles não tinham dívidas. Não discutiam com os vizinhos, não bebiam.

- Você não acha isso suspeito, Tine? - Lien perguntou e o homem olhou para o cão de caça, que parecia entender do que o homem bonito estava falando.

- Está pensando em como o construtor não notou o estado ruim da fiação elétrica? - Gan perguntou em resposta e Raed assentiu.

- Lien, não há malícia em tudo. Não há como fugir do elemento humano. Talvez ele tenha chegado do trabalho cansado e não tenha tido tempo de trocar a fiação. Talvez ele soubesse, mas deixou para depois, para um feriado", explicou Tin e Lien assentiu.

Depois de examinar o corpo da mulher e determinar a mesma causa de morte do menino, Lien escreveu os atestados de óbito. Olhando para o relógio, ele viu que já eram quase 23h e, o mais importante, nenhuma mensagem ou ligação de Nan...

- Ele realmente não ligou...", Lien murmurou e saiu do necrotério com o telefone nas mãos.

Tirando o roupão, Lien levantou a mão e cheirou a manga da camisa e percebeu que estava com cheiro de queimado, mas não tomou banho, foi direto para o condomínio. Raed foi recebido por um segurança com um sorriso ao entrar no elevador. Ao acender a luz do corredor, o homem notou um par de sapatos em uma prateleira e sorriu.

"Que animal de estimação... e onde você está?" - pensou o homem, calçando seus chinelos e indo primeiro para a lavanderia para jogar suas roupas para lavar.

A luz do corredor estava apenas alcançando a porta aberta do quarto onde o homem dormia na cama. Caminhando silenciosamente até o banheiro, Lien se despiu e, verificando o modo de lavagem nas etiquetas, jogou as roupas na máquina, colocando cuidadosamente a braçadeira na prateleira.

Depois de tomar banho e secar  o cabelo n banheiro, Raed deitou-se na cama, de frente para o homem que dormia de bruços. Nan sentiu a cama balançar um pouco, estendeu a mão e puxou o homem para si com um sorriso.

Domar o Rinoceronte Where stories live. Discover now