Capítulo 6 - Ameaça subterrânea

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Bill e Bell mantiveram-se em silêncio pelo menos até tropeçarem naquilo que parecia ser um elevador de madeira bem antiquado. Tinham-no encontrado por acaso uma vez que parecia estar embutido na parede e seguro por diversas cordas a um sistema de roldanas que mal se conseguia ver mesmo com a candeia, a única coisa que conseguiam ver eram os contornos e algumas sombras daquilo que pensavam ser engrenagens. Apesar do aspecto de velho e de não inspirar muita confiança seria muito mais rápido se descessem pelo elevador em vez de andarem perdidos pela mina à procura de um ponto de referência.

O primeiro a entrar foi Bill que sentiu um arrepio percorrer-lhe a espinha quando ouviu a madeira do elevador a estalar, pelo aspeto só deviam caber dois ou três trabalhadores no elevador de cada vez, mas nem Bill e Bell queriam arriscar ir no elevador juntos, sabiam lá se o elevador não se ia desfazer a meio. Bill estremeceu quando percebeu que o elevador estava a descer, raspando a madeira na pedra do túnel. Fechou os olhos enquanto se encostava à parede de madeira que estava atrás de si e tentou manter-se calmo ,afinal muitos trabalhadores deviam usar aquele elevador todos os dias, e ele ainda estava de pé qual seria a probabilidade de ele se partir logo com ele. Bill nem tinha reparado que o elevador tinha parado, só abriu os olhos quando ouviu algo vindo de cima a cortar o ar de rompante, parecia uma flecha seja lá o que fosse deu a Bill motivos para sair do elevador, e qual foi a sua surpresa quando viu o irmão amarrado a uma das cordas do elevador, enquanto descia do teto do elevador de madeira para o chão junto ao irmão, aparentemente ele tinha deslizado pelas cordas do elevador sem se preocupar em partir uma perna ou pior partir o sistema de roldanas que sustentavam o elevador.

Bill estava com um olhar reprovador por baixo da máscara, algo que Bell com certeza não reparou ao passar com a candeia ao pé do irmão. O túnel em que se encontravam era ligeiramente maior que o anterior e diferente do anterior era dividido em dois: um que descia mais para o interior da mina e outro que subia provavelmente para onde os mineiros levavam o carvão. Bill e Bell encaminharam-se pelo túnel que os levava mais para o interior da mina e para sua surpresa esse mesmo túnel levava a uma câmara onde se encontrava vários túneis um pouco menores que o principal.

Seria difícil saber qual caminho os levaria pelo caminho correto se Bill não visse o enorme sinal em frente a uma das passagens. Era um enorme triângulo de madeira pintado de vermelho e com um papel afixado mesmo no meio.

"A todos os trabalhadores avisa-se que a partir deste ponto não nos responsabilizamos pelas suas mortes, avisa-se que mais á frente á um gás extremamente venenoso de origem desconhecida as máscaras começam a derreter comprometendo a segurança de quem entre, qualquer trabalhador que ultrapasse este ponto se não morrer será imediatamente despedido"

Dava para ver ao longe que o aviso era só uma desculpa para que os trabalhadores não se encontrassem com o monstro. Tanto Bill como Bell passaram por baixo do sinal, levantaram as candeias antes de prosseguirem e viram que o túnel descia ainda mais que o anterior. Quase que deslizaram pelo túnel abaixo quando o percorreram a passos curtos e chegando lá em baixo ambos se surpreenderam com a quantidade de luz presente. Diminuíram a chama da candeia e vislumbraram com mais atenção o lugar em questão, parecia uma enorme gruta cheia de pequenos cristais azuis que de alguma forma produziam luz, depois dos seus olhos se habituarem à fraca luz puderam ver que era realmente uma caverna ,e o quão fundo tinham descido, haviam muitas estalactites a enfeitar o teto porém nenhuma estalagmite o que era bastante estranho.

Bell começou a estudar um dos cristais que estava cravado na parede, enquanto Bill examinava o chão atentamente passando os dedos ao de leve pela superfície escura da pedra, deu algumas voltas á gruta até se ter apercebido que por toda a gruta havia marcas que não podiam ser naturais, por todo o chão havia marcas que apontavam para um objeto grande e circular que parecia ter sido arrancado do chão, mas nenhum sinal do objeto o que deixava Bill com uma certa curiosidade. Além daquela gruta estranhamente plana haviam ainda outras passagem, pequenos túneis que pareciam não ter fim, Bill examinou um deles e assim que espreitou lá para dentro sentiu uma coisa a prender-se ao seu cabelo. Assim que levou as mão à cabeça sentiu algo bastante pegajoso, tirou-a a custo da máscara. Uma pequena linha era o que Bill tinha na palma da mão, um fio branco e brilhante que não se desprendia da sua mão por nada.

Portadores de sonhosWhere stories live. Discover now