Capítulo 13: Uma outra realidade

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Bell estava mais do que impressionado. Desde as vitrines das lojas que exibiam uma variedade de armas e armaduras brilhantes, até as casas tão bem construídas e pintadas que ele duvidava se eram mesmo feitas de pedra. E ainda havia as pessoas sempre bem vestidas e arrumadas, com grandes sorrisos nos rostos e sempre acompanhadas de seus familiares

Alguns caminhavam ao lado do dono, outros voavam a sua volta, e ainda havia aqueles que descansavam em cima dos ombros ou pendurados nos braços fazendo o máximo por chamar a atenção, mas o que mais o maravilha era a sua diversidade, dos mais pequenos aos mais monstruosos. Como era o caso de um dos guardas que passou por ele com um olhar desconfiado seguido de cão alto, calvo, magro, sem pêlo e de pele cinza. Arrastando as pesadas correntes presas as suas patas e ao seu pescoço, analisando Bell com os seus enormes olhos baços e cansados.

Bell continuou a andar sem rumo pela cidade que para muitos parecia ser comum mas para ele era algo de outro mundo. Os mercados estavam cheios de fruta e legumes frescos, carnes que lhe ponham água na boca só de olhar, toda uma raridade de especiarias que causavam ao nariz de Bell uma leve alergia, contudo naquela mistura de odores houve um específico que lhe chamou a atenção. Vindo de uma uma banca cheia de vasos e arranjos de flores, um aroma tão doce e fresco, Bell não resistiu e aproximou-se para as ver melhor, uma em específico. Com folhas que iam variando do amarelo ao vermelho ao longo do caule, até atingir um vermelho cor de sangue na flor que fazia lembrar uma chama dentro de um lampião.

Por entre elas, Bell viu algo a esconder timidamente atrás de um vaso cheio de terra. Uma pequena figura verde, com pequenos olhos caramelo e com uma pequena pétala de flor a fazer de chapéu, observava-o atentamente. Mesmo sabendo que tinha um pequeno par de olhos focados em si a sua atenção ainda estava focado na planta. A pequena figura aproximou-se de Bell com uma pétala branca nas mãos, só depois de ter saído do seu esconderijo é que Bell se apercebeu que aqueles pequenos olhos pertenciam a um familiar, a uma fada verdejante, um pequeno ser responsável por cuidar das plantas de cada floresta.

-Riza, onde estás? - Perguntou uma voz vinda do interior da banca, a fada escondeu-se de imediato atrás de um dos vasos.

Bell mostrou se confuso quando a pequena fada colocou o pequeno dedo à frente dos pequenos lábios, pedindo que ele fizesse silêncio.

-Desculpe - Uma jovem de cabelos castanhos surgiu de trás da banca, era um pouco mais alta do que Bell, e os seus olhos eram como as cores daquela flor, a sua cara sardenta e o seu sorriso branco distraíram Bell por momentos - vai querer alguma coisa?

-Não desculpe estava só a olhar - Desculpou-se Bell um pouco envergonhado - São muito bonitas estas flores.

-São mesmo não são - concordou a rapariga muito animada - Inclusive são muito populares entre sacerdotes e aventureiros, devido ás suas capacidade purificadoras - A rapariga fez uma pausa na qual examinou alguns vasos vazios amontoados a um canto.

-Estás á procura de alguma coisa? - Perguntou Bell encarando a pequena fada que se ria alegremente sem fazer um único ruído.

-Sim, o meu familiar fugiu outra vez - Desabafou a rapariga como se não fosse a primeira vez.

-" Fugiu"? - Repetiu Bell confuso.

-Sim, supostamente eu e ela deveríamos estar a tomar conta da banca enquanto a minha mãe vai ao mercado e o meu irmão e o meu pai estão a trabalhar, mas sempre que viro costas ela esconde-se ou foge para não ter de ajudar e depois perco a maioria do meu tempo a procurá-la.

-Não entendo o que leva alguém a fugir de tratar destas flores eu por mim ficava o dia inteiro aqui só para as ver - Dizia Bell muito excitado com a ideia.

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