03. the elevator

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— Mas nem se lá fora estivesse pegando fogo... nem se lá fora estivesse sem oxigênio e só pudéssemos sobreviver aqui dentro eu ficaria com você. [a/n: ohhh drama]

Levei minhas mãos até meu cabelo fazendo um coque frouxo. Meus olhos fitando intensamente Camila, ela estava adorando aquilo tudo. Maldita!

— Eu vou sair daqui. AGORA. — gritei mais pra mim do que pra ela.

Camila soltou uma gargalhada nojenta e continuou me olhando sentada no chão.

Eu não ia mesmo ficar presa com ela aqui.

Me virei, ficando de costas pra Camila, taquei minha bolsa no chão e me concentrei no painel em minha frente. Será que se eu apertar algum botão isso aqui se move? Tentei apertar o botão do térreo, nada. Tentei o botão do andar da nossa sala, nada. A cobertura, nada.

— Inferno. — murmurei nervosa, batendo com o punho na porta de metal.

— Olha a boca. — Camila disse rindo.

Ela estava se divertindo com o meu desespero. Eu nem me dei o trabalho de virar, não queria ver aquele sorriso outra vez. Eu tenho que sair daqui, eu tenho, não posso ficar nem mais um minuto perto de Camila se não, eu não vou me controlar.

— Não enche o saco.

Meus olhos ainda estavam no painel a minha frente. Só sobrou o botão de emergência que estava vermelho, vou apertar esse mesmo. Só sobrou ele.

Quando meu dedo já estava chegando no botão, senti uma mão apertar meu pulso com força me puxando pra trás, bati as costas outra vez na parede de metal. Fiz uma careta de dor, e olhei pra Camila que não estava com uma cara alegre, seus olhos castanhos estavam raivosos, pegando fogo. Minha respiração estava ofegante. Ela ainda apertava meu pulso, tentei olhar para baixo mas não consegui, sua outra mão segurou meu rosto me forçando a olhá-la. Seu corpo estava tão colado ao meu que eu não conseguia me mexer. Seus seios espremidos aos meus, seu rosto perigosamente próximo, seus lábios a centímetros dos meus. Eu franzi o cenho. Qual era a dela?

Sua mão era tão macia, segurando meu rosto. Camila me olhava intensamente nos olhos. Seu perfume invadia meus pulmões sem pedir permissão, misturado com seu hálito que cheirava levemente a menta. Por mais estranho que possa parecer nesse exato momento, o cheiro era tão bom que eu me sentia entorpecida.

— C-camila, me solta...

— Cansei de esperar, Jauregui. — ela murmurou, olhou pros meus lábios, e esmagou seus lábios nos meus.

Tentei empurrá-la, desfazer o contato, mas não deu, eu só tinha uma mão vaga e ela não me respeitava, continuava na mesma posição ao lado do meu corpo. Meus olhos estavam arregalados, meu coração batia desesperado dentro do peito.

Camila fazia uma pressão tão forte sob meus lábios que foi impossível continuar com eles selados, então eles simplesmente abriram para dar passagem pra sua língua. Seu gosto tinha mesmo sabor de menta, até que não era ruim. Faz mal um beijo?

Com ela faz, mas quem liga?

Fechei meus olhos, levei minha mão até seu ombro, ora apertando, ora empurrando. Deixei que ela aprofundasse o beijo, sentindo inúmeras sensações e explosões diferentes acontecendo em meu corpo. Eu não sabia o que estava fazendo, e nem queria discutir nesse exato momento, queria deixar para me esmurrar mais tarde. Eu só queria beijá-la, meu corpo todo desejava isso naquele momento, era só um beijo nós não iríamos nos casar por causa disso.

Ela começou a arranhar minhas costas com uma mão por baixo da blusa que eu vestia, e a outra agarrava com força meus cabelos, já estávamos totalmente ofegante com o beijo. Coloquei minha mão na sua nuca, arranhando enquanto ela se apossava da minha boca. Sua língua rodeava a minha e chupava, me fazendo arfar. Isso era bom demais.

Say You Love Me.Where stories live. Discover now