Say You Love Me.

28. she's back

Depois que as aulas acabaram, Camila cismou de ficarmos na sala até que estivesse vazia. Se ela estava pensando em transar aqui dentro da sala, ela estava muito enganada. Já passei da minha cota de perigo, apesar de que escondido é mil vezes melhor.

Quando a sala já estava vazia, eu ainda arrumava sem nenhuma pressa algumas folhas soltas no caderno. Olhei para o lado, Camila levantou da sua cadeira com a mochila nas costas e veio até mim com um sorriso no rosto, segurou meu rosto com ambas as mãos e me beijou. Nossos lábios começaram a se mexer juntos, numa sincronia perfeita. Sorri quando sua língua alisou meus lábios pedindo passagem, corri minha mão para sua cintura e deixei que ela aprofundasse o beijo. Depois de Camila sugar minha língua fortemente, ela quebrou o beijo com alguns selinhos. Eu abri os olhos lentamente e ela estava sorridente. Sua língua entre os dentes, fazendo seu rosto se enrugar. Ela é tão perfeita assim mesmo?

— Tenho que te levar em um lugar.

— Que lugar? — perguntei.

Levantei da cadeira, e coloquei minha bolsa no ombro. Camila fez um biquinho, e eu segurei sua mão, logo dando um selinho nos seus lábios.

— Surpresa, okay?

Franzi o cenho, eu não podia ficar saindo todos os dias depois da escola. Minha mãe poderia desconfiar, mesmo que ela estivesse trabalhando, ela iria ligar para Taylor ou Chris e perguntar se eu já estava em casa. E o que eu menos quero é arrumar problemas em casa.

— Camila, mas...

Tentei argumentar, mas Camila me interrompeu. Já estávamos andando pelo corredor indo em direção ao elevador.

— Lauren, é importante. — suspirei, derrotada. Eu não poderia negar uma saída com Camila, porque o que eu mais quero é ir com ela. Eu balancei a cabeça, rindo fraco. — Vai ser o nosso primeiro encontro.

Eu sorri abertamente. Agora mesmo que eu iria.

— Ta bom, você venceu. — ela abriu um sorriso enorme e me deu um selinho, logo me puxando para dentro do elevador, que estava vazio por um milagre. — Deixa eu só avisar para minha mãe.

— Okay, baby.

Eu sorri que nem uma idiota por causa do apelido, e peguei meu celular. Liguei para minha mãe, e disse que tinha que fazer um trabalho na casa de Dinah, mas que de noite eu estaria em casa. Ela disse que não queria eu até tarde na rua. É, fiquei um pouco mal por estar mentindo para ela, mas era por uma boa causa.

Camila e eu estávamos andando no pátio indo em direção ao estacionamento. Quase todos os alunos que estudavam de tarde já tinham ido embora, agora só chegava alunos da noite que eu não conhecia nenhum deles. Senti uma pessoa esbarrar com força em mim, me proporcionado um pequena dor no ombro esquerdo. A menina tinha derrubado alguns cadernos no chão, ela se agachou e estava catando. Eu me abaixei para ajudar.

— Me descul...

Ela estava se desculpando, mas quando ergueu o rosto, eu quase cai para trás com o susto. Não pode ser...

— Vero?

Meu coração começou a bater mais rápido, assim que ela me olhou, abriu um sorriso enorme. Vero veio pra cima de mim, e me abraçou, fazendo nos duas cairmos no chão do pátio. Eu comecei a rir.

— Lauren! Que saudades...

Vero me apertou com força. Fazia o que, meses que eu não a via? Meu Deus, como Verônica Iglesias voltou para Miami e não se comunicou comigo? E o mais importante, ela estava estudando na mesma escola que eu? Vero era uma amiga muito antiga minha que tinha se mudado para New York, e agora ela tinha voltado?

— Meu Deus, você voltou para Miami?

Eu ainda estava surpresa, meus olhos brilhavam. Vero levantou, e me puxou pelas mãos. Assim que fiquei de pé, ela sorriu e ajeitou a roupa, e os livros na bolsa.

— É, meus pais são meio malucos e resolveram se mudar outra vez.

— Merda, que saudades. — murmurei e puxei minha amiga de novo para um abraço.

Encaixei minha cabeça em seus ombros e relaxei, fechando os olhos, alisando seus cabelos. Era bom ter ela de volta. Ficamos alguns segundos assim.

— Quem é essa que não para de nos olhar? — Vero falou baixinho contra meu ouvido, o que me fez rir pelas cócegas.

Eu arregalei os olhos. Como eu tinha esquecido de Camila? Cristo! Olhei pro lado, Camila estava com maxilar cerrado, de braços cruzados olhando pra mim e Vero. Eu vi que seus olhos estavam pegando fogo. Hm, ela estava com ciúmes?

— Ah, Camz, vem cá. — eu passei uma mão pelos meus cabelos. Camila se aproximou, mas ainda estava com a cara amarrada. — Vero essa é a Camz, Camz essa é a Vero, minha amiga.

Eu apresentei as duas, e frisei o amiga. Camila despertou o maxilar e sorriu, mas seu sorriso não era feliz, e sim irônico.

— Oi Camz. — Vero falou educadamente sorrindo.

— Pra você é Camila. — ela disse para Veronica.

— Camila. — eu gritei.

Camila foi um cavalo com Vero, a fuzilei com o olhar. Porque ela foi tão grossa? Eu nunca iria fazer um negócio desses com as amigas dela. Troquei um rápido olhar com Vero, que tinha ficado sem graça.

— É, hum, eu vou ter aula agora. Te ligo depois Lauren?

— Claro, você está intimada a fazer isso. Temos muito papo para colocar em dia.

Vero sorriu, cheguei perto dela e dei um abraço rápido. Ela deu um tchau pra mim e caminhou para dentro da escola. Respirei fundo e me virei para Camila.

— Precisava fazer isso? — Camila cruzou os braços, fazendo bico. Eu até acharia fofo, mas estava com raiva agora. — Sério?

— Você estava ai quase se agarrando com ela, Lauren. — Camila falou, quase que gritando. — E, na minha frente, o que você quer que eu pense?

— EU QUERO QUE VOCÊ PENSE... — respirei fundo. — Eu quero que você pense que pode confiar em mim. Vero é minha melhor amiga, desde pequena somos agarradas, crescemos juntas, Camila. Você não confia em mim, é isso?

— Não, não é isso...

Camila tentou chegar perto de mim, me tocar, me esquivei, aquilo tinha sido extremamente ridículo. Já tinha me irritado profundamente.

— Quer saber? Eu acho melhor eu ir embora para minha casa.

Camila arregalou os olhos e se aproximou, e dessa vez eu não recuei. Olhei bem dentro dos seus olhos, e ela agarrou meu rosto com as mãos.

— Não, não, você tem razão. Eu fiquei um pouco nervosa, me desculpa?

Camila pediu baixinho, roçando seu nariz no meu, e eu me perdi em seus olhos. Como eu fico toda vez que ela fica tão próxima a mim. E como eu não a desculparia?

— Tudo bem Camz, mas não é pra mim que você tem que pedir desculpas.

— Ta, eu falo com Vero depois. Ela parece ser legal. — eu ri da bipolaridade da Camila, ela riu junto comigo, alisando meu rosto. Meu Deus, que menina mais complicada eu fui arrumar. — Agora... Vamos?

Camila me deu alguns selinhos, me deixando mole. Eu sorri e balancei a cabeça. Essa menina é doida mesmo. Ela segurou minha mão, e me puxou até o carro. Agora era uma Mercedes branca.

Camila abriu a porta pra mim e eu entrei, ela deu a volta e também entrou no carro. Camila deu partida no carro, então ficamos conversando um pouco sobre Vero, Camila fazia várias perguntas pra mim, mas eu sabia que ela só estava me distraindo para eu não perguntar onde estávamos indo. Mas com ela ao meu lado, eu iria pra qualquer lugar.