The party- part 3

9.3K 476 46
                                    

Me levantei rapidamente da cama me vendo com a mesmo vestido ao qual eu havia saído de casa. Peguei minha bolsa na mesa e os saltos do chão e desci correndo as escadas. Provavelmente Justin notou meu sumiço e está atras de mim. Já passava das dez da manhã e ele sempre ia ao meu quarto me acordar assim que ele levantava.
Ouvi o barulho de panelas vindo de algum local da casa e segui o mesmo dando de cara com a cozinha. Scoot estava de pé colocando ovos mexidos em um prato e sorriu para mim assim que eu entrei.
- Bom dia bela adormecida- sorri fraco- como se sente?
- Bem até, o que aconteceu?- perguntei me apoiando na bancada ao seu lado.
- Parece que você era a mais nova aposta de Max, ele tentou te drogar para ir pra cama com você, eu vi, mas não consegui avisar a tempo.
Assenti respirando fundo, eu estava literalmente morta, assim como Scoot e Max, se Justin descobrisse que eu passei a noite aqui.
- Eu pensei em te levar para sua casa- ele atraiu minha atenção novamente, e eu olhei para seu rosto- mas se você chegasse assim ele ia te matar e me matar, se você ficasse aqui o resultado iria ser o mesmo. Até tentei ligar pra ele, explicar direitinho, mas você estava sem celular e eu não sei o número da sua casa nem o dele.
- Tudo bem, eu não me importo em explicar pra ele, é melhor que seja eu, se não você pode se considerar um cara morto- disse com humor e ele sorriu de canto.
- Senta ai, fiz o café da manhã. Meus pais já foram trabalhar, eles te desejaram melhoras- senti meu rosto esquentar e coloquei meu cabelo atrás da orelha.
- Quando conheço seus pais eu estou drogada, que vergonha- escondi meu rosto em minhas mãos e ouvi sua risada rouca.
- Está tudo bem, eles sabem que o Max fez aquilo- assenti e comecei a comer, estava muito bom.
- Não sabia que cozinhava- comentei assim que terminei meus ovos, limpei minha boca e me recostei na cadeira, ele sorriu para mim retirando o meu prato e o levando para a pia.
- Acho que alguma hora vou ter que enfrentar a fera- comentei apoiando meu queixo na palma da minha mão e meu cotovelo na mesa- vou ficar trancafiada naquela casa por três meses, ou anos, não sei- ri fraco e me levantei.
- Eu te levo para casa- Scoot se levantou junto comigo e eu sorri agradecida.
Comecei a caminhar para a porta da cozinha quando ouvi uma porta mais a frente bater.
- Mas o que...- Scoot foi na frente e acabamos indo para a sala de entrada onde dois homens enormes estavam parados nos encarando, entre eles estava Justin me encarando sem expressão no rosto.
Me encolhi escondendo minhas mãos atrás de meu corpo.
- Justin- murmurei dando um passo em sua direção.
- Não fala nada Anne, se você não quiser levar uma surra é melhor ficar na sua.
- Não fala assim com ela- Scoot se pronunciou, postando-se a minha frente.
Senti minha respiração acelerar, meu batimento cardíaco estava a mil pelo meu nervosismo, minhas mãos soavam e eu mal conseguia me manter em pé naquele salto.
- Sai da minha frente- Justin disse vindo em nossa direção, Scoot nem se mexeu e isso pareceu irritar Justin.
Quando menos esperei Scoot já estava caído no chão levando uma seqüências de socos.
- Justin para- puxei seu braço tentando tirar ele de cima de Scoot.
Não havia como isso não acontecer. Eu sabia que iria terminar em briga, mas não achei que era para tanto.
Senti alguém passar o braço por minha cintura me distanciando de Justin e Scoot. Me debatia sentindo o braço apertar minha barriga. Eu havia acabado de comer e ainda estava um pouco tonta, agora alguém estava me apertando. Senti a bile subir pela minha garganta, mas engoli para conseguir falar.
- Acho que vou vomitar- coloquei a mão em minha boca e quem quer que seja que estava me segurando me soltou e eu corri para o banheiro colocando tudo para fora quando já estava ajoelhada em frente ao vaso.
Meus olhos estavam marejados e meu nariz queimava, minha garganta tinha um gosto ruim, mas essa não era a pior parte.
Meu corpo estava dolorido e fraco demais para me levantar. Apenas me recostei na parede ao meu lado e fechei os olhos.
- Justin- sussurrei, minha vontade era de gritar por ajuda, mas minha voz não saia- Scoot- tentei novamente.
Um segundo depois uma pontada na minha barriga me fez despertar de mes pensamentos. O ladrilho frio do banheiro foi a primeira coisa que eu vi assim que abri os olhos.
Minha barriga deu outra pontada e eu dei um grito agudo enquanto me envolvia com meus próprios braços. A dor foi completada com uma queimação em meus pulmões.
Eu precisava de ar, eu tentava puxar mais ar, mas não conseguia tanto quanto precisava. Estava engasgada com alguma coisa. Me inclinei para o chão e comecei a tossir vendo algumas gotas vermelhas mancharem o chão branco. Entrei em desespero e comecei a chutar o ar com a esperança de acertar algo para chamar a atenção de alguém.
- Anne- Justin gritou por mim e o vi entrar no banheiro junto com Scoot. Os dois estavam com machucados e me olhavam assustados.
- Dói- sussurrei me contorcendo no chão e tossindo mais sangue.
- Calma Anne, vamos te levar para o hospital- Justin me levantou em seus braços e Scoot pegava as chaves de seu carro enquanto corriam para fora.
- Por Deus Anne, o que aconteceu com você?- Justin perguntou enquanto dirigia o mais rápido possível.
- Alguém...- gritei novamente pela dor em meu estômago e a queimação em meus pulmões- me drogou- tentei respirar fundo e me acalmar enquanto meu corpo entrava em combustão total, isso doía demais.
- Qual foi a droga?- neguei com a cabeça arqueando meu corpo no banco- não sabe?- neguei novamente- Anne você tem problemas no pulmão e sabe disso- ele deu uma pausa enquanto eu tentava amenizar a dor- vai ficar tudo bem- ele tentou me confortar.
- Me desculpa- murmurei entre dentes- por ter fugido para ir nessa festa.
- Depois a gente fala disso- ele estacionou o carro (ou parou no meio da rua, do jeito que você achar melhor) e saiu do mesmo logo abrindo a porta do meu lado e me pegando no colo correndo para dentro do hospital.
- Preciso de ajuda- fechei meus olhos gritando de dor novamente. Senti meu corpo ser pousado em uma superfície macia, algo foi posto em meu rosto, provavelmente uma máscara de oxigênio, pois comecei a ter menos dificuldade para respirar.
- Senhor, não pode passar- uma voz feminina advertiu e senti minha mão, que antes Justin segurava, ser solta.
- Anne, vai ficar tudo bem- ouvi seu grito antes de sentir uma picada em meu braço e começar a ficar sonolenta rapidamente. A escuridão me tomou por completo e eu parei de sentir as dores imediatamente.
[...]
- Ela está bem?
Escuro.
- A droga foi a causa das náuseas, mas já foi removida.
Vozes.
- E quanto ao sangue?
Dor.
- Uma tentativa do organismo de repelir a droga ingerida.
Agonia.
- Mas ela vai ficar bem?
Vazio.
- Vai.
[...]
- O médico disse que o efeito dos remédios vai passar a qualquer instante- meus olhos não se mexiam, não conseguir abrir, por enquanto só poderia escutar- é culpa minha, eu devia tomar conta de você- um suspiro, a voz estava um pouco abafada me impedindo de saber de quem era- não sei o que faria se te perdesse. Eu te amo Anne- lábios foram sobrepostos aos meus lábios secos. Depois não ouvi mais nada.
[...]
Estava sentada na cama coberta com aquele lençol branco olhando pela janela a noite estrelada.
Fazia alguns minutos que eu havia acordado, chamei a enfermeira a qual já havia vindo aqui checar como eu estava por acordar só agora, desde que eu tomei um remédio assim que cheguei no hospital havia dormido.
Tudo que eu ouvi enquanto dormia ainda estava em minha cabeça. Foi um sonho? Ou melhor, se não foi um sonho, quem me beijou, e disse que me amava?

Gente aqui está mais um capitulo, boas vindas leitoras novas, obrigada pelas estrelinhas e comentários, quero pedir paciência, eu escrevo quando dá, um pouco por dia. Eu tenho 3 provas por semana, meu professor de filosofia pede trabalhos toda semana e agora eu tenho que fazer uma plataforma de petróleo com copinhos pra física, tenho aulas a tarde e duas apresentações de dança no fim do ano, e eu ainda vou prestar ENEM esse ano como treineira . Então tenham paciência. Obrigada por tudo, bjuuus até o próximo.

My Dear PossessiveWhere stories live. Discover now