Your mother

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Escrevi ouvindo essa musica, acho que ficaria legal vcs lerem ouvindo ela.

O teto branco nunca me pareceu tão interessante quanto no momento. Já passava da meia-noite, e eu provavelmente era a única acordada na casa.
Me virei de lado, colocando minhas mãos sob a cabeça observando a sacada com as portas fechadas.
- Anne?- a voz de meu irmão soou pelo quarto. Me sentei na cama vendo seu sorriso tímido enquanto me encarava- queria ver se estava bem- se aproximou sentando-se ao pé da minha cama.
- Estou bem, só um pouco cansada- olhei de volta para a sacada respirando fundo.
- Você sente falta dele?- me perguntou olhando para o mesmo lugar que eu.
- Já faz um mês, eu só... não sei- neguei com a cabeça escondendo meu rosto em minhas mãos- ele falou que ia vim me visitar- disse com a voz fraca, sentindo uma lágrima cair- eu sinto falta dos meus amigos também, de lá.
- Por que você não liga para ele? Você lembra do telefone da sua casa?
- Lembro, eu tentei, mas ele recusou meu telefonema. Lizza e Scoot ainda mantém contato, mas nenhum dos garotos me atende, ou fala comigo- encarei meu irmão que fazia o mesmo.
- Você conviveu com eles por dois anos, deve conhece-los o suficiente para saber que isso tem um motivo- assenti, sabendo que ele estava certo. Eles não iriam entrar em contato por um tempo.
Meu irmão sorriu para mim antes de se levantar e sair do meu quarto.
Toda noite, desde o julgamento, eu ficava acordada esperando Justin me ligar, ou dar um sinal se vida. Já fazia um mês que minha vida nos Estados Unidos estava estabelecida, mas não normal. Meus amigos ficaram chateados quando souberam que eu tive a opção de voltar, mas não voltei. Eles não entendiam que eu não tinha opção.
Depois de um mês sozinha naquela escola, eu já queria voltar para o Canadá. Com Scoot, Lizza e principalmente, voltar para Justin.
Peguei meu celular vendo a tela com uma foto minha com Bieber, eu só tinha algumas poucas lembranças daqueles dois anos, fotos, algumas peças de roupa mais nada.
Me deitei novamente fechando os olhos me deixando levar pelo sono.
[...]
- Bom dia- meu irmão passou por mim me dando um beijo no topo da cabeça- conseguiu dormir?- perguntou se sentando ao meu lado.
- Bom dia- coloquei um pouco de suco no meu copo- consegui dormir, a melhor noite em um mês- comentei com humor observando meu pai entrar na cozinha e pegar uma maçã.
- Bom dia- ele foi até a pia e lavou a fruta, depois a levou até a boca a mordendo- acordei atrasado, tenho que ir.
- Hoje? Mas é sábado pai- murmurei fazendo bico. Queria passar um tempo com meu pai, recuperar o tempo perdido.
Minha mãe entrou na cozinha de cara fechada e foi até a geladeira.
Ela não falava comigo além do necessário nas ultimas semanas, era meio chato, eu até tentei falar com ela, mas foi tentativa falha.
Me levantei da mesa indo até meu celular que estava tocando da sala. Meu coração acelerou quando vi no ecrã a palavra "Justin <3" brilhar, junto com uma foto do mesmo sorrido comigo.
- Justin?- atendi sorrindo e ouvi sua respiração do outro lado.
- Anne?- ele parecia nervoso com algo, pelo tom de sua voz- Anne preciso que saia dai, e tire sua família dai junto, agora- falou rápido e atrapalhado. Arregalei os olhos entendendo a gravidade da situação e fui para a cozinha- já estou chegando, pegue o que precisar. Vou tirar vocês daqui- o telefone ficou mudo quando Justin desligou e eu encarei meu irmão que sorria para meu pai que se atrapalhava com suas coisas.
- Precisamos sair daqui- falei devagar, para que todos entendessem- agora.
- O que?- meu pai perguntou achando que era uma brincadeira.
- Justin me ligou, ele está vindo buscar a gente.
- E só porque ele falou isso, a gente vai obedecer?- minha mãe perguntou rindo debochada. Parecia que ela não entendia que ele só queria nossa bem.
- Só porque você estava errada em relação a ele vai ficar assim? -ela se calou me encarando- a culpa disso tudo é de vocês.
- Nossa? Você que ficou dois anos numa casa de um desconhecido.
- Ele só estava tentando me proteger- revirei os olhos bufando- ao contrario de você, que ofereceu a vida da própria filha por dinheiro. As aparências tem que continuar, não é, mamãe?- falei debochada a ultima palavra de neguei com a cabeça- eu vou pegar o que preciso, se você quiser faça o mesmo- subi as escadas correndo.
Peguei algumas peças de roupa e o básico da higiene pessoal.
Ouvi a porta da frente se abriu bruscamente. Não podia ser Justin. Ele não arrombaria minha porta.
- Vim cobrar uma antiga dívida- ouvi aquela voz me fez travar. Marco.
Era isso que Justin estava tentando fazer? Me tirar da mira de Marco?
Meu celular havia ficado na sala, então não podia ligar para Justin.
Fui para um canto do quarto e levantei o carpete, puxando para cima uma das tábuas soltas do chão.
Peguei o revolver que Justin havia deixado comigo a um mês por precaução.
Eu sabia usar, claro. Justin me ensinou nos primeiros meses na casa dele.
- Cade ela?- a voz vinha do corredor, e eu sabia que ele estaria em meu quarto logo.
Destravei a arma me escondendo em meu banheiro.
A porta do quarto bateu contra a parede, enquanto eu preparava a mira.
- Anne- sua voz me dava calafrios. Meu medo era enorme, por que ele não desistia de mim? Já matou meus avós, quer mais o que?
- Se você atirar- ele estava a minha frente com a mira em mim, assim como eu fazia com ele- eu atiro também- engoli em seco vendo meus pais me encararem atrás dele.
Um dos seguranças de Marco apontava a arma para a cabeça de Will, o fazendo de refém.
- Você não quer machucar ninguém, certo meu doce?- voltei minha atenção a Marco que sorria- você não teria coragem o suficiente para matar.
Ele tinha razão, mas não baixaria a guarda, por isso continuei com a arma levantada.
- O que você quer? Já levou meus avós, porque insiste em vir atrás de mim?- perguntei encarando seus olhos.
- Eu não esperava essa pergunta- achei estranho quando baixou sua arma- sabe, eu planejei tudo. Seus pais irem a falência, o contrato, e a dívida de morte.
- Porque?
- Ora querida, achei que soubesse. Só não esperava que Justin a levasse. Claro que eu iria busca-la depois. Um ou dois meses depois dele te levar. Pensei que ele estava falando sério, e queria você preparada para mim- senti meu estômago se revirar entendo o que ele queria dizer com aquilo.
- Porque eu? Pra que todo esse trabalho?- senti meus olhos arderem pelas lágrimas que queria derramar. O que mais ele queria de mim?
- Por que? É simples, você é igualzinha a ela. Seu rosto, tão igual a ela. Porque ela me deixou? Porque ela escolheu ele?- se aproximou e tirou a arma de minha mão, que estava tremula assim como o resto do meu corpo- porque ela teve você?
- O que?
- Porque sua mãe me deixou?- ele gritou me chacoalhando pelos ombros- porque Suzana teve que escolher aquele... pivete? Eu era melhor, eu era perfeito- as lágrimas trilhavam um caminho pelas minha bochechas silenciosamente. Eu não soluçava, nem gritava, só chorava- seu pai abandonou vocês duas, e eu não estava lá para ajuda-la. Anne, por que sua mãe me deixou?

Demorei? Tentei ser o mais rápida possível. Finalmente minhas aulas terminaram e eu tenho mais tempo para escrever. Gente o que acharam? Estão gostando?
Obrigada pelos comentários, e muuuuuito obrigada mesmo pelas 1K de estrelinhas. Vocês não sabe como eu estou realizada. Já passamos dos 13K de visualizações e eu estou muito feliz.
Por hoje é só, comentem e estrelinhas por favor.!
Bjuuus, Gi Sibille😘

My Dear PossessiveOnde as histórias ganham vida. Descobre agora