It was like a dream

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-Scoot calma, o que aconteceu?- perguntei parada de frente para ele nos fundos do colégio.
- Anne, você não está segura aqui.
- Desde quando eu estou segura nos últimos dois ano?- disse com humor, mas desfiz meu sorriso assim que vi Scoot tão sério- o que aconteceu Scoot?
- Dois dias atrás eu arranjei um novo emprego- franzi a sobrancelha vendo ele estender um envelope pardo em minha direção- ontem eu recebi minha primeira tarefa, eu achava que era de segurança, como era com Marco, mas não é bem assim.
Peguei o envelope e abri puxando as folhas brancas junto a algumas fotos.
- Mas o que...- as imagens refletiam fotos minhas de redes sociais e fotos minhas que eu nem sabia da existência.
- Anne, quem me deu isso, falou que está atrás da filha- levantei meus olhos arregalados para ele- ele quer você Anne, e ele quer para matar.

Engoli em seco encarando a arma apontada para mim. Minha pulsação era acelerada e eu tinha quase certeza de que os outros presentes na sala podiam a ouvir.
- Você cresceu tanto- ele abaixou a arma fazendo meu coração ficar mais calmo, mais uma cicatriz de tiro em mim? Não, obrigada.
Seus olhos eram iguais aos meus, mas seus cabelos loiros me faziam ter certeza de que havia puxado a cor do cabelo de minha mãe.
- O que você quer?- perguntei novamente tentando restabelecer minha respiração.
Scoot apareceu na porta e meu pai biológico apontou sua arma para ele, relaxando logo em seguida.
- Scoot, não preciso mais de seus serviços- falou baixando a arma.
- Não estou aqui por você.
Meu pai olhou de mim para Scoot e revirou os olhos.
- Quando você vai parar Anne? Cativando todos, primeiro o Marco, Bieber e agora Scoot.
- Ela é minha amiga- engoli em seco vendo o homem armado caminhar até a porta e fecha-la.
- Sua mãe gostava muito de adrenalina Anne- ele caminhou até mim e me puxou para uma cadeira da cozinha que estava no meio da minha sala- Marco já começava a trabalhar com trafico quando estava com sua mãe- ele começou a me amarrar. Scoot estava parado encarando tudo, ele sabia que se fizesse algo, meu pai poderia atirar.
- Eu era um homem direito, estava estudando e eu a amava.
- E olha onde estamos, você abandonou ela e está com uma arma apontada para a filha- sorri irônica antes dele colocar uma fita na minha boca.
- Eu não iria dividir ela com uma criança, não iria dividi-la com ninguém- senti meu cabelo ser puxado e grunhi com a dor. Ele levantou meu rosto e aproximou o dele do meu- eu sabia que ela tinha morrido, mas não estava ligando, ela preferiu você. Marco por outro lado, quando soube de você, quis adota-la, mas os dois ali já tinham te adotado. Ele demorou tanto para conseguir te achar.
- Peter vamos conversar- Scoot falou me fazendo descobrir o nome de meu pai biológico.
Peter virou para ele e apontou a arma para Scoot. O barulho me fez pular da cadeira e senti meus olhos marejarem vendo a camisa de Scoot ser manchada de sangue. Tentei falar, mas minha voz mais saiu como um grunhido.
- Viu só o que você fez Anne?- Peter virou para mim enquanto sorria, então percebi que ele estava louco, ele era um psicopata.
- Calma Anne, não vou te dar um tiro- falou jogando a arma no chão- vou fazer bem pior.
Comecei a me debater quando vi ele tirar uma faca do cox da calça e vir em minha direção.
- Sabe, eu culpo você- ele passou de leve a faca em minha bochecha me fazendo estremecer pelo toque frio do metal- sua mãe preferiu você, depois de ter escolhido entre eu e Marco. Claro que ela queria uma vida normal, sem perigo. Eu podia dar isso a ela, mas ela preferiu você- ele gritou a ultima frase levantando o punho com a faca e abaixando em minha perna.
Gritei sentindo o sangue manchar minha pele e as lágrimas fazerem um caminho por minhas bochechas.
Ele puxou a lâmina de minha perna fazendo o ardor ser maior, mordi o interior de minha bochecha como se isso fosse ajudar a suportar a dor.
- Eu não sou como Marco- comentou enquanto limpava a lâmina suja de sangue em sua calça- eu não sou traficante, não sou assassino. Sou apenas um apaixonado.
- Um louco você quer dizer- Scoot grunhiu tentando se sentar.
Ele pelo menos estas vivo.
- Você ainda está aqui?- Peter revirou os olhos, girou a faca em seus dedos e a afundou na minha outra perna, enquanto eu tentava inutilmente gritar.
Ele desamarrou meus pulsos enquanto ria e me empurrou no chão, fazendo o corte, que ainda estava com a faca, doer mais ainda
- Retire a faca- o som da arma sendo destravada me fez respirar fundo- agora.
Justin estava parado atrás de Peter e apontava uma arma para ele.
- O que é preciso para ter apenas uma simples conversa de pai e filha?- ele se abaixou e puxou a faca me fazendo dar um impulso com o corpo.
- Vai pra lá, anda- Peter foi andando para o outro lado e parou ao lado do sofá- você está bem Anne?- puxei a fita de minha boca para poder falar.
- Estou- me arrastei para a pilastra, que dividia a sala da cozinha. Me apoiei levantando sentindo minhas pernas tremerem e quase vacilarem. O espelho de enfeite da minha sala me permitia ver meu estado deplorável.
Scoot estava apoiado na parede perto da porta de entrada e tinha a mão sobre o ferimento em sua barriga. Ele parecia que iria ficar bem.
Meus pais me encaravam e choravam ao mesmo tempo, enquanto continuavam amarrados e amordaçados.
Quando pensei em me aproximar deles um som estrondoso me fez ficar no lugar.
Ao longe ouvi Justin gritar meu nome enquanto eu me encarava no espelho. Minha blusa branca começou a ficar tangida de vermelho na altura do peito enquanto sentia a dor me rasgar.
Minhas pernas finalmente vacilaram e escorreguei na pilastra branca, vendo, pelo espelho, que a mesma fora tingida pelo sangue conforme eu ia escorregando até me sentar no chão.
- Anne- Justin me segurou em seus braços enquanto tentava estancar o sangue- fala comigo- sorri fracamente olhando em seus olhos castanhos claros.
- Anne...- ele me chamou novamente escondendo o rosto em meu ombro.
- Morrer, seria uma grande aventura- sussurrei com dificuldade umas das muitas frases que sempre quisera falar durante minha vida.
- Não é hora de recitar Peter Pan Anne- ele disse rindo sem humor.
- Que hora seria mais apropriada?- disse com humor sentindo minha consciência começar a se esvair- tenho mais uma marca de bala, acho que vai ser a ultima.
- Vai ser a ultima porque vou te proteger, não porque você vai morrer.
Neguei rindo fraco e olhei em vota vendo que Peter não estava mais na casa.
- Obrigada por tudo Justin- Fechei meus olhos ouvindo ele chamar meu nome, várias e várias vezes.
Era como sonhar, mas não sonhar com nada na realidade, era como se meu corpo não tivesse mais peso, e eu estivesse em gravidade zero. Era realmente um sonho.


Oiiiie gente, então esse não é o ultimo capítulo, vai ter mais um e depois vai para My Dear Dream. Desculpa a demora, por mais que eu esteja de férias, meus dias estão mais corridos.
Por hoje é só, bjuus até o próximo.

My Dear PossessiveOù les histoires vivent. Découvrez maintenant