Marco

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- Onde ela está?- acordei com um grito. Me sentei na cama olhando a porta de madeira a minha frente.
- Não vou deixar que leve Anne- ouvi a voz de Scoot, Justin devia ter me achado.
Me levantei colocando meus pés quentes naquele chão frio e caminhei até a porta do quarto.
O corredor branco era constituído de quatro portas, algumas fotos e quadros, juntos com um vaso de flor sobre uma mesa de madeira e vidro.
Olhei pela escada o andar de baixo, deixando metade de meu corpo escondido, Scoot e um homem estavam na sala e pareciam discutir.
- Você trabalha para mim, não pro Bieber- o tal homem falou. Cruzei o cenho estranhando a fala.
- Você pode ser meu chefe, mas a Anne eu não entrego, não vou trair sua confiança- Scoot rebateu parecendo irriado.
O homem caminhou até o bar que tinha na sala e pelo espelho pude ver seu rosto.
- Merda- murmurei escondendo meu rosto. Scoot trabalhava para aquele cara? Isso é sério?
Em silêncio caminhei de volta para o quarto e peguei o celular de Scoot que estava na escrivaninha.
- Atende, por favor, me atende- repetia enquanto olhava a porta por cima de meu ombro.
- Bieber- uma exclamação de alívio saiu de minha boca- alô?
- Justin?- sussurrei caminhando até a janela e olhando por entre a cortina- me ajuda Justin.
- Anne? O que aconteceu?
- Marco está aqui, ele me achou- falei sentindo as lágrimas caírem por minhas bochechas.
- O que? Como ele conseguiu isso?- ele parecia atordoado com a ideia de Marco estar na mesma casa que eu.
Fechei meus olhos lembrando da frase.
"Você pode ser meu chefe"
- Scoot trabalha para ele- murmurei ainda em choque pelo que ouvi lá em baixo. Sabia muito bem quem Marco era.
"- Ela devia estar morta Justin- olhava, com medo, o homem a minha frente. Em sua mão estava uma arma, o fazendo ficar assustador, mas o pior era a cicatriz em sua bochecha. Aquilo sim era tenebroso.
- Eu sei, só achei que seria mais divertido transforma-la em minha prostituta fixa- arregalei os olhos dando um passo para trás. Para longe de Justin."
Marco foi quem matou meus avós. Sua cicatriz era inesquecível.
- Anne? Me responda.
- Estou aqui- chacoalhei a cabeça me tirando de meus devaneios.
- Se esconda que estou chegando- e desligou sem esperar resposta.
Olhei ao redor do quarto procurando um lugar para me esconder. Olhei para o guarda-roupa de madeira, olhei para a porta e caminhei até o guada-roupa. Abri a porta e arrastei os sapatos enfileirados os amontoando no canto, subi na prateleira e me sentei lá fechando as duas portas de madeira.
Um, dois, três. Calma. Escuro. Eu estava com medo, Marco estava aqui para me levar. Abracei meus joelhos e mordi meus lábios.
Um, dois, três. Calma. Escuro. Eu não podia morrer, não agora.
Um, dois, três. Passos pesados pelo quarto. Se fosse Justin já teria ouvido tiros. Prendi a respiração olhando pela fenda entre as duas portas. Marco e Scoot estavam de pé no meio do quarto.
- Onde ela está?- Marco perguntou olhando Scoot.
- Ela estava aqui- Scoot respondeu olhando para onde eu estava, ele sabia que estava escondida- fiz o que pedi Marco, me aproximei dela, agora onde está minha irmã?- fechei os olhos escondendo meu rosto entre meus joelhos. Ele só queria a irmã.
- Só depois de pegar Anne, vão atrás dela, ela não deve ter ido muito longe.
Longos minutos se passaram até eu ouvir o primeiro tiro. Sorri, poderia ser Justin. A porta foi aberta bruscamente.
- Anne?- ouvir sua voz era a melhor coisa do mundo.
- Ela se escondeu no guarda-roupa- Scoot se pronunciou, e quase chorei de felicidade por saber que ele estava vivo.
A porta do guarda-roupa foi aberta e Justin me abraçou apertado.
- Nunca mais fuja de mim- ele sussurrou me apertando contra si.
- Eu fiquei com tanto medo- parecia um bebê chorando- ele estava aqui, ele queria me levar.
- Não deixaria isso acontecer Anne- Scoot se intrometeu e eu assenti olhando para ele.
- Sua irmã- comecei limpando minhas lágrimas, mas Scoot negou sorrindo para mim.
- Vou ajudar ele- Justin falou e eu sorri para ele- Vamos para casa?
- Vamos para casa.
[...]
Justin me encarava sentado a minha frente, na poltrona enquanto eu estava no sofá. Ele me encarava em silêncio, e eu não fazia questão de falar.
- Anne, sobre o que eu falei antes...
- Não posso te impedir de sair com outras garotas Justin, sei disso...
- Não, você está errada. Eu não posso sair com outras garotas quando quero ter algo sério com você- ele se levantou e se sentou ao meu lado- só quero com você- encostou a testa na minha- só você- e senti seus lábios se juntarem aos meus, suavemente, como se qualquer movimento brusco fosse me quebrar, feito vidro.
[...]
- Pegue uma chave e tranque-a bem, tranque-a bem- uma voz doce, suave, cantava. Uma garotinha.
Olhei ao meu redor vendo aquela floresta escura parecendo me engolir em sua noite.
- Tranque-a bem, pegue uma chave- a música continuava enquanto eu começava a andar- e tranque-a bem, minha pequena garotinha.
Os corvos faziam barulhos com suas asas e grasnavam, como um aviso para me manter longe. Mas eu iria achar aquela voz.
Parei e olhei novamente ao redor. Nada. Olhei para meu vestido, que deveria ser branco, sujo de terra e sangue. Meus pés eram perfurados pelas inúmeras pedras ali, mas eu não sentia dor.
- Pegue uma chave...
- Pare- sussurrei olhando o céu. Os corvos mudaram sua rota, voando rapidamente para mim.
- Tranque-a bem, tranque-a bem.
Comecei a correr, enquanto era seguida. Tropeçava, caia, levantava e continuava. Eu não podia parar, eu não queria parar.
- Tranque-a bem, pegue uma chave e tranque-a bem...
- Não deixe o medo tomar conta de você- sussurrei a mim mesma, como um mantra que eu repetia em minha cabeça.
Trombei com alguém e acabei indo para trás.
- Minha...
Arregalei os olhos.
- Pequena...
Não.
- Garotinha.
Marco.
[...]
- Você está horrível- Justin comentou se sentando na mesa do café.
- Que apoio- falei enquanto levava minha xícara de capuccino- não dormi direito essa noite.
- Pesadelos?- perguntou pegando um copo de suco.
- Sim, acho que as coisas de ontem foram demais para mim- apoiei meu queixo na palma de minha mão e meu cotovelo na mesa.
- Acho melhor não ir para a escola hoje- ri se sua ideia.
- E ficar aqui sozinha? Não obrigada- dei uma mordida na minha torrada com geleia. Era muito bom.
- Posso ficar aqui com você, não tenho nada para fazer hoje- respirei fundo pensando no assunto.
Eu queria mesmo faltar na aula, e Justin disse que ficaria comigo.
- Tudo bem. Vamos assistir um filme hoje- falei recolhendo meu prato e o levando para a pia da cozinha.
- Eu estava pensando...- senti mãos em minha cintura- em fazermos outra coisa.
- Tipo?- perguntei rindo.
- Não sei, me diga você- me virei de frente para o mesmo, deixando-o me prender entre ele e a pia de mármore.
Justin sorriu antes de me beijar. Isso era muito bom. Seu beijo era bom.
- Deus- nos separamos olhando Rose nos encarando parada na porta da lavanderia- desculpem, eu não... Eu...- ela saiu apressada da cozinha nos deixando sozinhos.
- O que foi isso?- perguntei rindo e Justin me acompanhou.
- Deve ter ficado assustada, depois de dois anos. Sabe como é. E ainda tem que você tem dezesseis, e eu vinte.
- Quatro anos não é muito- disse rindo me separando dele e indo para sala.
- Com certeza não- ele disse me abraçando por trás- pronta para uma tarde inteira comigo?
- Prontíssima.

Apareciiiiiii, olá amores, mais um capítulo. Demorei mais do que pretendia e eu tenho o porque, o capítulo estava pronto, lindo maravilhoso, enoooorme. Até que... Meu ipod e o iphone da minha irmã estão "sincronizados", na parte de notas, então se ela apagar, escrever ou mudar uma nota no celular dela, aparece no meu, e ela apagou o capítulo no celular dela e acabou que apagou no meu... e eu, como uma pessoa muito controlada e calma não gritei com ela (só que nunca, briguei e dane-se que ela seja mais velha kkkkk) tive que rescrever. Bom, é só isso, espero que estejam gostando.
Meu WhatsApp: (12) 997232314. Me chamem
Quero dar um agradecimento especial a Ju e a Deh, que me chamaram lá.
Meu Twitter: @giovanasibille
Até o próximo, bjuus

My Dear PossessiveTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang