12 - SAMANTHA

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Assim que terminei as aulas, segui para casa. Ou melhor, para a casa de Miller. Ao chegar lá, fui direto ao encontro de Anne para almoçar.

— Como foi a aula? – ela pergunta colocando um copo de suco de morango em minha frente.

— Chata, mas nada que eu não saiba sobreviver. – dei de ombros antes de tomar um gole do suco. Uma curiosidade imensa me ataca e eu a encaro. — Anne, você trabalha com Miller a muito tempo? – ela me olha por um momento.

— Sim, desde que seus pais faleceram. – ela diz areando a pia.

— Ele sempre foi assim, chato? – ela riu.

— Se eu te disser que não, você acredita?

— Nem que me ameaçasse com uma AK47. – ela ri novamente.

— Pois eu digo a verdade. Na verdade, Peter não é um homem ruim, ele é uma boa pessoa. – deixa a pia de lado e me olha. — Mas antigamente ele costumava ser melhor. Era mais sorridente, era mais animado, menos fechado. Depois que o Sr. e a Sra. Miller faleceram, um pouco do brilho dele se foi. Ai depois...– ela se interrompe e suspira. — Desde que a pequena Agatha nasceu tudo mudou.

— Tem a ver com a mãe dela? – ela me olha hesitante.

— Sim, mas é bom não tocar nesse assunto. – afirmei concordando mesmo que minha curiosidade estivesse gigantesca sobre esse assunto.

— Depois dela não teve nenhuma outra? – ela riu.

— Não, não algo que chegasse a ser um relacionamento. Ele se dedicou inteiramente a empresa dos pais e a filha. Ele já tinha perdido um pouco da juventude quando os pais se foram, depois que a pequena nasceu, ficou pior ainda. Suas únicas prioridades na vida é o trabalho e a filha. – suspirou novamente.

— E Pilar? – ela me olha. — Só estou curiosa, ele a protege com tanta garra. – Anne me sorri.

— Pilar não é nada, é apenas diversão. Mesmo que eu não concorde com isso, eu não tenho voz aqui. Pilar não perdeu tempo em querer se jogar em cima dele, ele acha que eu não sei sobre. – riu sem humor. — Até parece que ela é capaz de esconder aquele sorrisinho cínico. – Anne diz fazendo uma careta desgostosa.

— Pelo menos não sou a única a não ir com a cara dela. – empurro o prato. — Muito obrigada pelo almoço, salvou minha humilde vida. Agora irei para os meus aposentos tentar fazer algo de produtivo.

— Vá lá, qualquer coisa me chame. – afirmei e me afastei da cozinha.

Então quer dizer que Miller era um cara divertido? Essa eu realmente pagaria para ver!

— Samantha! – a voz grossa e rouca surge do nada me fazendo dar um pulo. 

— Eu. – respondo me virando para encarar Miller. Este vestia roupas menos formais, apenas uma camisa branca social e calças sociais pretas.

— Precisamos conversar. – ele diz com a expressão séria e entendiante de sempre.

— Sobre o que agora?

— Seus estudos. – rolei os olhos.

— Se quer saber se estou indo as aulas, pode falar com seus armários ambulantes lá fora. Estou sim indo as aulas, tendo que ouvir professores chatos, aturar gente metida e chata por horas. Satisfeito?

— Não. – bufei.

— Então me diz, o que quer saber dos meus estudos?

— Quero ver se tem dúvidas. – arqueei uma de minhas sobrancelha lhe olhando.

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