63 - SAMANTHA

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Dois meses se passaram.

DOIS MESES

Quanto tempo eu dormi?

Iniciei um curso de estilismo por aqui e não perder o foco. Eu e Agatha nos falamos todos os dias, mesmo que seja por poucos minutinhos. Já com Peter, nós não mantemos mais tanto contato como antes. Ele tem passado mais tempo ocupado com a empresa e eu com as minhas coisas por aqui. Não é como se tivessemos terminado, nem chegamos a conversar sobre, Agatha me disse que ele tem saido com uma tal de Laura que é secretária dele. Nem posso reclamar, afinal eu disse para ele seguir a vida dele.

Espero que ele esteja feliz, pois eu não estou sendo nenhum pouco. A cada dia que passa a saudade de voltar para casa aumenta.

Mesmo sendo radical, eu precisava desse tempo. Eu tive algumas consultas com psicólogo e isso me ajudou bastante a entender o que realmente estava acontecendo comigo e disse que eu fiz o certo em me dar um tempo. Mas também disse que eu podia voltar e eu quero, só me falta coragem.

Hoje foi o grande dia de Pedro conhecer os pais biológicos. Fizemos tudo o que foi planejado a quase três meses atrás. Ele conversou com eles, tirou suas dúvidas, teve seu surto, depois sorriu aliviado e voltamos para casa.

Seus pais biológicos até tentaram convencer ele a manter contato, mas ele negou.

Não preciso nem dizer que alaguei tudo por aqui né?

Se bem que alargar as coisas por aqui é o que eu mais tenho feito nesses últimos tempos. Não faço a mínima ideia do por que.

Desci as escadas encontrando Brian, Anna e uma mulher. Ela era bonita, ruiva e vestia um vestido curto, muito curto.

— Quem é essa? – pergunto ao descer o último degrau.

— É a Pamela. A babá das crianças que estava com problemas de família. – Anna diz e cruza os braços. Algo me diz que isso é coisa de Brian.

— Olá! – a garota sorriu simpática.

— Pamela, essa a Samantha. Minha irmã. – ela arregala os olhos e depois me dá um sorriso sem graça. Algo me diz que já falaram sobre mim e não foram coisas boas.

— Ah. É um prazer. – estendeu a mão para mim.

— Prazer. – sorri para ela e apertei sua mão. — Não precisa ficar com medo de mim, não sou nenhum bicho papão.

— Certo, desculpe. – sorriu novamente sem graça. — Eu vou ver as crianças, com licença. – ela diz e sai correndo me fazendo rir.

— A coitada ficou com medo, o que foi que disseram de mim? – questionei adentrando a sala de estar.

— Foi tudo obra de Débora. – Brian diz.

— Enfim, Samantha já são quase duas da tarde. – Anna diz. — Tem dormido de mais nesses últimos tempos. – me olhou desconfiada.

— Eu não faço a mínima ideia do por que. – dou de ombros.

— Não se esqueça que hoje tem o jantar que o seu pai organizou.

— Perda de tempo. – revirei os olhos. — Só vou porque estou sendo obrigada. – digo olhando o jardim pela janela.

— Samantha sendo Samantha, para variar. – Brian diz. 

— Agatha já ligou? – Anna pergunta enquanto mexe em seu celular.

— Não. – suspirei.

— Júlia e Daniel estão no Caribe. – ela diz sorrindo enquanto nos mostra a foto em seu celular. Júlia e Daniel e as crianças resolveram fazer uma viagem pelo mundo. E ao que parece estão aproveitando muito bem. — Eles irão voltar para o Natal.

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