18 - SAMANTHA

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O relógio marcava exatas sete e cinquenta da noite. Eu já estava pronta como deveria estar.

Vestido preto até acima do joelhos, meias pretas até os joelhos e uma botinha cano baixo preta. Quem me ver agora acharia que estou indo para um velório, mas nunca se sabe. Tem que estar vestido para tudo hoje em dia.

E hoje pode acontecer um assassinato. Caso Miller tente me proibir de sair.

Meu celular vibra. Vejo que é uma mensagem de Emilly dizendo que ela está em frente a mansão. Respondi um ok e peguei minha bolsa.

Abri a porta e sai do quarto.

— Onde vai? – o escuto perguntar enquanto eu estou descendo as escadas.

— Sair com Emilly.

— Para...?

— Uma boate.

— Sem a minha permissão? Nem pensar! – bufei.

— Já te disse que não gosto de homens possessivos? Pois saiba que eu não suporto. Você querendo ou não eu vou e você não vai me impedir!

— Se você for, o Jonh e Jack irão com você.

— Não!

— Sim!

— Não!

— Sim!

— Não!

— Não!

— Sim! – o vejo soltar uma risada. Era tudo muito fácil quando ele não ria ou sorria. Mas que droga!

— Eles vão com você e não terá discussão. Antes das onze eu a quero aqui, ouviu?

— Vou pensar. – digo me afastando dele.

— Samantha!

— Pare de me tratar como uma criança!

— Você tem que parar de agir como uma primeiro.

— Eu vou no carro de Emilly e nada de discussões, ok? Não quero aqueles dois grudados no meu pé.

— Tudo bem.

— Ótimo! E nem pense em me seguir, me estressa hoje de novo e você vai ver que um desses vasos podem voar. – lhe ameacei. — Tenho que ir agora. – ele pegou seu celular digitando algo e em seguida o guardou em seu bolso voltando a me encarar. — Que foi? – sem esperar sua resposta a porta se abre revelando Jonh e Jack.

— Chamou senhor? – perguntou Jack.

— Sim. Preciso que acompanhem a senhorita Campbell e suas amigas até uma boate.

— Sim senhor.

— Não as perca de vista e a quero aqui antes da uma, e de preferência as onze. – rolei os olhos novamente e bufei.

— Eu já falei que não vou voltar nesse horário.

— Sem discussões, lembra? – piscou para mim. Lhe mostrei a língua e me dirigi a porta de entrada saíndo da mansão.

Corri pelo jardim até o portão da saída esperando que abrissem. Assim que abriram entrei na BMW parada em frente a mansão.

— Amém! – diz Emilly. — Pensei que não viria mais.

— Tive um pequeno contratempo mas como pode ver estou aqui.

— Então vamos!

— Calma, eu estou esperando um amigo.

— Que amigo?

— Riker. Era para ele estar aqui.

— Huum, que amigo é esse? – perguntou em tom de malícia.

— Jardineiro do Miller.

— Jardineiro?

— Sim, agora deixe-me ver se eu não o encontro. – olhei do lado de fora do carro, quando o enxergo encostado no muro da mansão. — Ali! – abri o vidro. — Hey Riker!! – gritei chamando sua atenção. Com um certo receio ele se aproximou.

— Eu já ia voltar para casa.

— Desculpa ai! Tive um pequeno contratempo. Agora entre ai! – novamente com receio ele entrou no carro e Emilly deu partida seguindo caminho.

— Estamos sendo seguidos! – diz Emilly olhando no retrovisor.

— É apenas os armários ambulantes seguindo ordens do Miller. Relaxa!

— Já se acostumou é? – pergunta ela rindo.

— Quase.

— Vamos mesmo a uma boate? – perguntou Riker.

— Não, nós vamos ao circo. – ironizou Emilly. — Desculpa, eu não resisti. – riu ela. — Estamos sim indo a uma boate, por que? Nunca foi em uma?

— Não, claro que já fui, acontece que eu recebi o convite muito de cara e vocês... bem... têm cara de loucas! – eu e Emilly nos entreolhamos e caímos na gargalhada com a sinceridade dele.

— Olha Rik, nós realmente somos loucas. – começou Emilly. — Mas, não precisa se preocupar. A gente não vai te levar para o mal caminho.

— O senhor Miller pode me demitir. – ele diz apreensivo.

— Não pode não! O que você faz fora da casa dele não é da conta dele. Não se preocupe, se ele tentar te demitir estarei lá para te salvar! – digo.

— Ah, tudo bem. Eu sei, eu normalmente não sou assim... medroso.

— Todos temos nossas fraquezas. Relaxa! – diz Emilly e pisca para ele.

Entre conversas e zoações, seguimos a caminho da boate.

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