22 - SAMANTHA

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Fazem exatos dois meses que eu estou em Nova York e eu estou enlouquecendo.

Peter me tira do sério o tempo todo, Pilar fica me provocando o tempo todo, professores pegam no meu pé o tempo todo... O tempo todo eu quase me ferro.

A única que me tira do mal humor é a Agatha. Ela é uma criança adorável, é impossível não se sentir bem estando próxima a ela. 

Eu já tinha voltado da faculdade, e totalmente exausta. Entrei em meu quarto e me joguei na cama. Eu só quero dormir e não acordar pelos próximos quatro anos.

Quando estou quase a caminho de Nárnia, alguém bate na porta me fazendo despertar. Ignoro e tento voltar a dormir.

— Sam? – levanto a cabeça e me surpreendo ao ver Riker na porta.

— Você por aqui? Qual é o milagre? – me sentei na cama o vendo fechar a porta trás de si.

— Desculpe entrar assim, é que é um caso de vida ou morte.

— Então fala. O que está acontecendo?

— A Mia. Eu quero chamar ela para sair, mas não tenho ideia de onde. – Mia e Riker estão "conversando" a duas semanas. Está dando certo, mas tem um belo porém.

— Isso é tão fofo que chega a dar ânsia de vômito. – ele revira os olhos. — Desculpe, força do hábito. Bom, você pode levar ela em um parque de diversões. A Mia gosta dessas coisas.

— É uma boa. Será que ela vai gostar?

— Claro. Eu tenho certeza, são dois meses de amizade e já sei o suficiente, eu acho.

— Que bom, obrigado Sam, você é demais.

— Continue, eu adoro elogios. Não tenha vergonha, vai diga que sou demais mais uma vez. Amo quando os fãs dizem isso. – ele riu.

— Será que o senhor Miller me adiantaria uma grana?

— Tenho absoluta certeza que não. – ele suspira. — Você sabe que essa mentira não vai muito longe não é? Quando a Mia descobrir a verdade ela vai ficar chateada.

— Eu quero contar a verdade, mas não consigo. Ela não vai mais querer nada comigo.

— Ai ela vai ser muito idiota, porém não acredito que ela pense assim. A Mia é legal, ela vai entender. Se você levar isso mais adiante ai sim você vai se ferrar.

— Ela vai perceber o quanto somos diferentes. – diz cabisbaixo.

— Ei! – me levanto indo até ele. — Não é a droga de classes sociais que importa e sim se vocês se gostam. Se tem uma coisa que eu aprendi com esse negócio de amor é que não importa nada em volta, e sim o que tem ai dentro. – apontei para seu peito.

— Você acredita no amor?

— Acreditar eu acredito, só não acho que seja para mim. – dou de ombros. — Enfim, vai com tudo.

— Obrigado, Sam. – me abraçou.

— Não tem o que me agradecer. – retribuo o abraço mais forte.

O que significa isso? – a malditq voz soa no quarto e nos separamos para encarar a porta.

— Não sabe mais bater não, Miller? Achei que tinha educação. – começo.

— Eu quero saber o que significa isso? – apontou para eu e para Riker. — Você não deveria estar fazendo seu trabalho?

— D-desculpa s-senhor. – gaguejou Riker.

— Desculpa? – riu Miller. — Vamos deixar as coisas mais claras, principalmente para você senhorita Campbell. Essa é uma casa de respeito, e eu não vou aceitar que fique se agarrando com meus empregados na minha casa.

— Casa de respeito? Você tem plena certeza disso sr. Miller? – lhe questionei com uma sobrancelha arqueada.

— O assunto aqui não é sobre mim e sim sobre vocês dois! Da próxima vez que eu ver isso novamente, você será demitido. – apontou para Riker.

— Foi apenas um abraço. Não estávamos nus sobre a cama trocando amassos. – digo e Riker me fuzil com o olhar. — Diferente de certas pessoas. Não venha exigir de mim algo que você mesmo não segue, caro Miller.

— Não me importa, não são namorados para ficarem trocando abracinhos por aqui.

— Como pode ter tanta certeza? E se nós formos? – o encaro. — Algum problema?

— Sim, ele é meu empregado, não está aqui para namorar ninguém.

— Não é porque ele é seu empregado, que você tem o direito de mandar na vida pessoal dele. Ele namora quem ele quiser!

— Er... só para lembrar, eu ainda estou aqui. – diz Riker.

— Você, calado. – diz Miller para Riker.

— Não o mande ficar calado!

— E quem é você para dizer o que eu devo e não devo manda-lo fazer? – cruzou os braços.

— Sou... sou a namorada dele! – os dois me encaram.

Ok, acabei de entrar em uma grande roubada.

— Namorada? – Miller pergunta.

— Namorada? – Riker pergunta.

— É isso mesmo. Namorada. Estamos perdidamente apaixonados. – abracei Riker pelos ombros. — Não é meu amor? – encarei Riker.

— S-sim. – Riker responde incerto. Miller nos encara e solta uma risada.

— Eu não vou cair nessa. Vocês dois namorando? Você, Samantha, apaixonada? O dia das causas impossíveis ainda não chegou. – debochou.

— Não seja por isso. – puxei Riker pela camisa e encostei meus lábios nos seus e o beijei. — Satisfeito? – pergunto quando quebro o beijo. Miller está me encarando indignado e Riker está sem reação.

— Seja como for, eu não quero saber de cenas como essas novamente. Entendido? – Riker assentiu. — Volte ao seu trabalho. – ordenou. Riker apenas me encarou e saiu do quarto. — E você, vá fazer alguma coisa de produtivo.

— Por que o senhor não vai fazer algo se produtivo além de cuidar da minha vida?

— Você ainda pergunta? Você é louca, sabe Deus o que você faria sem eu por perto. Esse namorinho diz muito sobre isso.

— Esse "namorinho" me faz bem, sabia? Riker me entende, me apoia e não é um babaca comigo. Diferente de certas pessoas que parecem querer me ver no auge do estresse. – lhe sorri com cinismo. — Por que tanto incomodo com meu namoro?

— Isso por algum a caso é uma indireta para mim? Porque se for, saiba que eu só faço o que faço pelo seu bem. Você quem age como uma descontrolada. – argumentou. — E eu não estou incomodado com seu namoro.

— Não é o que parece. – me jogo na cama. 

Ele nega com a cabeça e bufa saíndo logo em seguida do quarto e batendo a porta.

Não fiz nada de mais. Não além de beijar o futuro namorado da Mia mas isso a gente pode resolver alguma dia.

SIMPLESMENTE SAMANTHA Onde as histórias ganham vida. Descobre agora