38 - SAMANTHA

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— Samantha, quantas vezes tenho que te dizer que jogar um livro na cabeça da professora não vai resolver nada? – Peter me pergunta enquanto entramos na casa.

Já se passou duas semanas desde todo o ocorrido. As coisas estão voltando ao normal.

— Claro que resolve! O livro vai bater na cabeça dela, ela vai sentir dor e ela sentindo dor eu fico bem com isso. – digo.

— Oh, como a sua lógica é normal. – ironizou.

— Nunca disse que era. – dei de ombros. — Mas ela mereceu. Ela deu cinco no meu desenho. CINCO! Sendo que ficou perfeito. Eu merecia um dez! – reclamei.

— E você simplesmente vai lá e lhe atinge com um livro de trezentas páginas? Olha Samantha, se da próxima chamarem a polícia para você, eu te deixarei lá só para pensar no que fez.

— Como se eu nunca tivesse ido parar lá. – resmunguei.

— Você já foi presa? – me encarou boquiaberta. — Meu Deus Samantha! Me diga tudo o que eu ainda não sei sobre você e precise me preocupar.

— Olha, eu fui, mas uma vez só.

— E qual foi o motivo? – cruzou os braços e encarei o chão.

— Eu bati em uma mulher! – me sentei no degrau da escada. — Ela ameaçou minha cunhada grávida e não pude fazer outra coisa além de ir para cima dela e lhe dar uma lição.

— Digno de Samantha. – balançou a cabeça negativamente. — Por que você não pode simolesmente conversar? Precisa mesmo de tanta agressividade?

— Pois saiba que meu irmão e Anna vivem felizes para sempre hoje, graças a mim. – ele revira os olhos. — Alguma notícia sobre a Pilar?

— Não, nenhuma. – bufou cansado. — Ainda estão procurando por ela.

— Espero que a encontrem logo. – ele assentiu.

— Papai!! Sam!! – Agatha gritou descendo as escadas e me abraçando.

— Oi, gatinha! – lhe dei um beijinho na bochecha. — Animada?

— Eu vou para escola! Eu vou para escola! Eu vou para escola! – começou a pular fazendo eu e Miller sorrir.

— Acho que isso responde sua pergunta. – diz Miller. — Já arrumou suas coisas?

— Sim, está tudinho arrumadinho. – sorriu. — Papai eu não quero ter que esperar até amanhã para ir, eu quero ir hoje! Me leva, por favor!

— Agatha, amor... – se aproximou de nós na escada. — Eu entendo a sua ansiedade, mas você tem que ter paciência. Amanhã você irá.

— Mas por que só amanhã? – fez um beicinho.

— Porque está marcado para você começar amanhã.

— E não pode mudar?

— Não querida. Sem falar que o seu horário já passou. – olhou para o relógio de pulso. — A essa hora você já estaria voltando.

— Eu vou estudar! Eu vou estudar! Eu vou estudar! – começou a pular novamente animada. — Vou contar para a Dora. – saiu saltitando pela casa me fazendo rir.

— Daqui alguns anos quero ver essa animação toda em estudar. – digo.

— Somos dois. – negou com a cabeça se sentando ao meu lado.

— Você está feliz por ela, não está?

— Claro! Ver minha filha feliz assim é a melhor coisa do mundo.

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