Part. 2

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Eram 3 da manhã quando Pedro me acordou.

- Diego, acorda.

- O que você quer?

Me virei para Pedro, ele estava em pé me olhando, parecia nervoso.

- Não consigo dormir, me ajuda? Preciso me distrair.

- Vai dormir. - disse me virando de novo, mas ele se sentou na cama.

- Você está pelado? - perguntou, olhei pra ele, sem entender, ele estava olhando para minha bunda.

- Não. Por quê?

- Preciso me distrair, seja dentro ou fora do teu quarto. - disse passando a mão na minha perna por cima da coberta, mas eu segurei sua mão e disse.

- Sabe que eu posso te cortar em pedaços, se eu quiser, né?

Quando disse aquilo ele me olhou nos olhos, então disse novamente.

- Preciso me distrair, me ajuda. Me mostra o que mais podemos fazer aqui.

- Ta bem. - cedi, pois já tinha perdido o sono.

Vesti uma camisa e me levantei, estava de calça, sem cueca, mas não me importei, ele não iria me atacar mesmo. Saí do quarto com ele, fechei a porta e fui seguindo em direção às escadas, descemos até o térreo, fomos em direção à porta do porão, descemos as escadas. Peguei a carteira de cigarros e o isqueiro que eu escondia no porão, ofereci um cigarro para Pedro, ele aceitou. Ascendemos o cigarro, saímos do porão e fomos para a sala de filmes, era como um cinema, mas um cinema muito pobre e sem graça, coloquei um filme para nós vermos e sentei ao lado de Pedro no sofá.

Depois de um tempo o filme estava chato e eu perguntei.

- Pedro, por que você foi internado aqui?

- Eu já disse. - respondeu.- Eu tentei me matar.

- Você só disse isso, eu quero saber a sua história.

- Não acho que seja uma história legal de se escutar... - ele disse me olhando e abaixou a cabeça, parecia ter direcionado seu olhar para minhas pernas.

- Nenhuma história que acabe nesse hospício é legal, Pedro, mas eu quero saber qual é a sua.

Ele assentiu e disse.

- Sendo assim... Bom, antes de eu me tonar depressivo, eu era ninfomaníaco, na verdade, eu ainda sou. Eu não sei explicar o porque de eu ser viciado em sexo, mas eu sou, desde os meus 13 anos, eu perdi a virgindade na escola, eu estava no banheiro da escola, então um garoto entrou no box que eu estava usando, ele estava assustado e pediu para que eu não falasse nada, com medo, eu o respeitei. Mas quando ele notou que eu estava com as calças abaixada ele começou a me provocar, não a brincar comigo, mas sim a me deixar excitado e nós acabamos transando, aquela sensação de transar em lugar e poder ser pêgo a qualquer momento só melhorava as coisas, fizemos isso mais vezes e eu acabei não conseguindo ficar um dia sem transar, eu sou gay, mas transei com garotas, garotos, transei uma vez com meu irmão, antes de transarmos ele estava no banho, se masturbando, na época ele estava sozinho em casa, então não tinha trancado a porta, ele não me ouviu quando cheguei em casa, então eu fui ao banheiro e ele estava se masturbando, eu tranquei a porta e quando ele percebeu que eu estava tirando a minha roupa também, ele ficou assustado e perguntou o que estava acontecendo, então eu respondi.

- Ué, eu vou tomar banho com você.

- Você está louco? Sai daqui.

- Não! - Fazia alguns dias que eu não transava, então eu quis aproveitar a oportunidade, eu entrei no box e o empurrei contra a parede, eu era mais forte que ele, então consegui imobilizar ele, comecei a falar coisas no ouvido dele, tentando o convencer de que aquilo não o tornaria gay e que ninguém iria saber, depois que eu falava algo eu beijava alguma parte do corpo dele, que estivesse próxima, assim consegui convencer ele, então nós transamos.

Depois disso, nós transamos mais vezes, mas então ele viajou para fazer intercâmbio, então eu fui atrás de mais sexo, eu comecei a namorar, namorei por uns três meses e depois que acabou, eu fiquei meio triste e a coisa mais lógica pra mim era que se eu transasse com outra pessoa, aquilo sairia da minha cabeça, mas eu não consegui achar ninguém, fiquei semanas assim, a tristeza do término de relacionamento junto a abstinência de sexo acabou me fazendo mal, eu cheguei ao ápice de tentar me matar tomando remédios. Quando meus pais entraram no meu quarto eu estava desmaiado, então eles me levaram pra emergência e os médicos disseram que mais alguns minutos e eu teria morrido de overdose. Foi assim que eu vim parar aqui.

- Sinto muito.

- Está tudo bem. - disse Pedro.

- Posso te fazer uma pergunta?

- Claro.

- Quando você foi lá pro meu quarto, você estava com vontade de fazer sexo? Era por isso que estava nervoso?

- Sim... Mas eu estou disposto a tentar mudar esse vício, não é um vício legal, nem sempre dá pra sustentar ele. Por quê?

- Curiosidade... - disse e então o beijei, transamos ali no sofá, na sala de filmes.


SanatoriumWhere stories live. Discover now