Força do além: destino!

Quer companhia?

Camila

Cheguei em casa tarde. Após ótimo almoço com minha família, fui nas entrevistas de emprego que havia marcado. Deixei Isa, Sofi e minha mãe na minha casa e fui direto para as entrevistas que por sinal foram um sucesso. Ainda faltava ir a uma entrevista que seria somente amanhã. Cheguei em casa acabada mas com um sorriso no rosto. Isa já dormia enquanto Sofi assistia a uma novela que começou a pouco tempo. Minha mãe estava na cozinha da onde saia um cheiro delicioso.

-Mãe? -Adentrei a cozinha e sorri ao ver minha mãe esquentando o jantar para mim.

-Oi querida, estou esquentando a jantar para você. Fiz antes para as crianças jantarem e ficarem mais aconchegadas. -Concordei com a cabeça e me sentei na mesa da sala de jantar. Minha mãe me serviu e comecei a degustar da maravilhosa comida.

Levei Sofi e mama embora. Estava tentando ir o mais rápido possível. Isa já era crescidinha, se acordasse poderia ficar na sala assistindo, mas aquilo me preocupava de uma maneira intensa. Estava tentando de maneira educada expulsar as duas do carro e voltar para casa, mas não poderia simplesmente empurra-las então forcei um sorriso e tentava cortar a conversa que minha mãe puxava. A cada três minutos ela arrumava um assunto novo para conversar e parecia nem se lembrar que Isa estava sozinha em casa dormindo. Minhas mãos se apertaram no volante e respirei profundamente antes de responder a mulher ao meu lado.

Lauren

Sem sono algum e com aquele calor infernal no quarto, levantei e decidi abrir a janela para amenizar aquele calor. Abri a janela rapidamente e fui ao banheiro molhando meu rosto. Voltei para o quarto e passei em frente a janela voltando rapidamente para a mesma ao ver uma cena ao qual prendeu minha atenção. Uma garotinha chorava no meio da rua e olhava para os lados prestes a sair andando para qualquer canto. A mesma garota que entrou no carro da mulher mal educada, qual o nome mesmo? Camile? Camila? Isso! Camila.

Calcei meus chinelos rapidamente e desci as escadas correndo. Abri a porta de casa a tempo de ver a garota começar a andar para a descida da rua. Caminhei até ela fechando mais o meu casaco no frio que fazia do lado de fora. Ainda com a casa quente, aquela noite estava numa leve brisa que arrepiava conforme batia contra seu corpo.

-Hei! -A menina me olhou com o rosto vermelho e o nariz levemente inchado. Uma linda garotinha dos cabelos castanhos assim como os de Camila. -O que esta fazendo aqui pequena?

-Quem é você?

-Sou sua vizinha. -Sorrio e a menina anda para trás receosa. Ela mexe nos braços e tiro meu casaco a entregando. -Esta com frio não é? Não deveria sair de casa a essa hora e nessa friagem.

-Minha mãe não esta em casa. Ela me deixou. -Seus olhos enchem de lagrimas e sorrio para ela.

-Ela não deixou pequena. Ela só deve ter saido. Volta rapidinho! Vamos comigo, vem. Quer esperar sua mãe na minha companhia?

-Não posso falar com estranhos. -Ela funga e se afasta não pegando a blusa que eu ainda estendia. Me aproximo dela e me abaixo um pouco ficando da sua altura.

-Lauren Jauregui. -Estendo a mão livre e ela olha para ela e encosta delicadamente com aquelas mãozinhas aveludadas de criança.

-Isabelly Cabello.

-Não somos mais estranhas não é? -Ela concorda com a cabeça levemente e olha para a blusa na minha mão. Me aproximo e cubro seus ombros com a blusa preta. -Vamos esperar la na sua garagem? Pra onde estava indo?

-Eu queria achar minha mãe. -Ela funga e caminha ao meu lado devagar. Paramos na sua garagem e olho para a grande casa de vidro á minha frente. Sentamos na garagem e fiquei distraindo a criança que me perguntava constantemente pela mãe.

-O que você gosta de fazer Isa?

-Eu gosto de desenhar... Minha mãe vai demorar?

-Eu não sei. -Ela se aproximou de mim e constrangida deitou no meu braço fungando o nariz que provavelmente estava prestes a escorrer naquela friagem. Abracei a garotinha de lado e no mesmo momento uma forte luz do farol de um carro bateu em nossos rostos. Isa quase dormindo abriu os olhinhos devagar e ficou olhando o carro ainda aconchegada em meus braços. A mulher estacionou o carro e saltou do mesmo indo até nós.

-Isa? O que esta fazendo aqui? -Perguntou me olhando,

-Cuidando de quem você deveria estar.

-Eu estava fazendo coisas importantes. -Revirou os olhos e sorri ironica

-Ah sim. Esqueci que existem coisas mais importantes que cuidar dos filhos.

-Mamãe, a tia Lauren ficou comigo. -Sorrio grandemente e beijo a testa da garotinha enquanto me levanto.

-Eu vou embora pequena. Sua mamãe chegou e não parece contente em me ver aqui com você. Boa noite. -A menina pula nas minhas pernas e me abraça forte, depois entra na casa olhando a mãe.

-Pode ir amor, vou só falar com a Lauren... -A menina entra e Camila me olha. -Me desculpa por isso aqui. E muito obrigada mesmo por olha-la Eu tive que levar minha mãe para casa e ela estava dormindo...

-Não precisa me explicar nada... Foi um prazer cuidar de uma menina com ela. Ela é um amor de pessoa. -Ela sorri

-Obrigada. -Assinto com a cabeça e me viro voltando para casa. Paro na porta de minha casa e me viro vendo Camila me observar. A mesma muda o olhar envergonhada e se vira indo para sua casa também. Ela para na porta e me olha, sorrimos de lado juntas e acenamos entrando cada uma na sua casa. Fecho minha porta atrás de mim e volto para o quarto sorrindo. Me deito na cama e consigo finalmente dormir tranquila.

Camila

Ver a mulher que falou estupidamente comigo naquela manhã abraçada com minha filha, me fez querer mata-la. Então vi que a unica errada fui eu de realmente deixar Isa sozinha e por querer matar a mulher que cuidou e praticamente salvou minha pequena. Fiquei olhando-a caminhar pata sua casa sem realmente se despedir de mim. Ela me olhou ao chegar na sua casa como quem dizia um boa noite a distancia e sem realmente dizer. Sorrimos juntas numa sincronia fora do normal e então entramos cada uma em seu ponto de aconchego. Isa já voltará a dormir quando finalmente subi as escadas indo para meu quarto. Me joguei preguiçosamente na cama depois de colocar meu pijama e então dormi, só acordando molhada de suor na manhã seguinte depois de ver a imagem nitidamente num maravilhoso sonho daqueles maravilhosos e penetrantes olhos verdes.