Lauren
Eu e Camila saímos da empresa, as duas cansadas e esgotadas com o dia movimentado. Camila participou de tudo ao meu lado vendo como poderia ser corrido dentro daquela empresa.
-Por que não podemos buscá-la? -resmungo pela milionésima vez para pegarmos Isa. Aquela criança é encantadora.
-Lauren ela quer dormir lá hoje, por que minha irmã e ela estão juntas brincando, ela não vai sair de lá por vontade própria. Amanhã vocês se veem, eu levo ela na sua casa se quiser.
-Tá... -falo ainda contrariada, então sinto a mão de Camila próxima de minha perna. Olho para ela rapidamente depois volto a olhar para a rua.
-Vai ficar brava? -tenho a impressão de que ela sorria segurando o riso.
-Não, só frustada por não pegar ela no colo essa noite.
-Você está parecendo mãe dela... -Camila fala e olho-a. Ela com certeza havia se arrependido de falar tal coisa, pois ambas lembramos do que Isa havia me falado mais cedo.
-Você ia gostar se eu fosse uma meia mãe dela?
-Lauren...
-Pode me responder?
-Ela gosta de você...
-Você gosta? -sorrio.
-Você faz minha filha feliz, então sim.
-Só por isso?
O silêncio dentro do carro se mantém.
-Tudo bem então... Me fala... Claro, se ficar confortável falando. O que aconteceu com o pai da Isa?
-Sério?!
-Se estiver confortável... -ouso seu suspiro
-Ele é um idiota... -fala baixo- Fomos embora por causa dele. Ele não aceitava a Isa, queria que eu a deixasse... Foi um dos piores dias da minha vida... Eu o vi machuca-lá e eu mal pude ajudá-la... -Camila tenta acalmar sua voz, mas consigo ouvir ao fundo a garganta arranhar com um nó prendendo seu choro.
Eu queria pega-lá no colo como um bebê e dizer que estava tudo bem, que eu estava ali com ela e que ele jamais poderia machuca-las novamente.-Está tudo bem agora, Cami. Não fique assim... -Estaciono o carro na minha garagem- Vocês foram embora, agora estão morando aqui... Mas, você não o denunciou?
Ela nega com a cabeça.
-Querendo ou não ele é pai da Isa, eu não quero que minha filha me pergunte onde está o pai dela daqui um tempo e eu tenha de dizer que ele está preso. Ela sente falta disso... Eu queria poder fazer algo, poder dar um pai de verdade a ela. Eu sei que não é fácil pra ela, ver as outras crianças com duas pessoas segurando sua mão e ela sendo segurada apenas por mim, e é difícil ve-lá dessa maneira e não ajudá-la... -Camila fecha os olhos e toco no seu ombro, o cinto me impede de ir além e abraçá-la.
-Tenho certeza que ela está mais do que satisfeita em ter somente você, ela pensa nisso? Pensa! Mas você é uma mãe maravilhosa para ela, você cuida tão bem dela que não é necessário pai algum, você se vira tão bem sozinha com ela.
-Eu sei, Lauren... Mas ela vai sentir falta de mais alguém daqui uns anos e o que eu vou dizer a ela? Eu não quero que ela se lembre do pai dela...
-Está tudo bem...
-Você... Não precisa ouvir essas coisas, quer dizer... Você não é obrigada a isso.
-Não é incômodo ouvi-la. Eu até gosto, sua voz... -ela me olha e então aquela aproximação faz eu sentir sua respiração se misturando com a minha.
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Força do além: destino!
FanfictionSabe quando você sente uma força te chamando para um lugar? Um lugar bem específico como uma casa branca na rua York Space n° 264. Camila sentiu essa estranha atração pelo endereço, pela casa. Quem sabe né? Camila e sua filha Isabelly se mudam para...