Força do além: destino!

Pai essa é minha namorada -parte 2

-A sua o que? -Clara foi a primeira a dizer algo. Ela parecia ter levado um susto, e ainda não havia se recuperado do estado de choque. Eu também! Lauren foi tão direta, que não surpreendeu só aos seus pais, e sim a mim também! Meu coração batia tão rápido e forte, que poderia machucar, minha vontade era de estapear Lauren, eu queria ter me apresentado melhor a eles, tentar talvez até me amigar antes de despejar a verdade neles, e ela parecia tão mais calma do que eu, que até mesmo segurava minha mão com delicadeza e firmeza ao mesmo tempo como se me apoiasse.

-Eu e Camila começamos a namorar faz pouco tempo... Ela e a Isa viajaram comigo pra conhecer os produtores, pai. -Meu corpo continua tenso. A qualquer segundo eu poderia levar um belo tapa na cara de Clara, que se mantinha paralisada.

-Isa?

-A filha da Camila... E minha... Eu a considero minha filha! E se vocês a conhecer, vão considera-la neta de vocês... Tenho certeza!

-Eu não quero considerações! -Clara fala rudemente- Quero netos de sangue, que sejam gerados por você e acompanhados pelo seu marido! Caio!

-Eu e Caio não temos nada, eu não o amo e sei que ele não me ama, não o suficiente. -Engulo em seco... Isabelly era uma criança, aquela mulher não tinha coração?

-Clara... Deixe-as falar, você nem conhece a garota, Lauren está feliz não vê?

-Camila me faz muito bem, mãe. Tão bem que estou disposta a arriscar tudo por ela. -os braços da morena circulam meu quadril o puxando até seus lábios repousarem no topo da minha cabeça, sorrio fraco, agora meu coração batia forte por ela, era uma sensação maravilhosa.

-A filha de vocês é incrível. Eu a amo, como nunca amei outro alguém. -olho pra Lauren sorridente que roça nossos narizes carinhosamente. Ouço um suspiro de Michael.

-Vê isso? Olha isso, Clara! Eu sempre lhe disse que Lauren seria diferente, você sempre disse que ela seria sua filha independente da maneira que levasse a vida, ela ainda é nossa filha, só que agora... Agora a única coisa que mudou é que ela arrumou a pessoa que dará a ela o sorriso que amamos ver no rosto dela.

-Michael, eu nunca imaginei que você fosse estar certo! Ela cresceu na carreira! Comparece à reuniões importantes, recebe prêmios ao vivo! Como ela continua a vida ao lado de uma mulher? -Clara continua indignada, mas com um semblante mais calmo, o susto havia passado e agora ela só encarava a realidade.

-Fácil, continuarei da mesma maneira que cheguei aqui, dessa vez segurando a mão dela. Eu te peço uma chance, mãe! Só isso! De uma chance a Camila, assim como a dei, não foi fácil pra mim também! Mas eu me arrisquei, porque eu sabia que valia a pena, é sua vez mãe. -Clara parecia muito mais calma, ela me olha por um tempo, retribuo o olhar receosamente. Ela se levanta e caminha ficando na minha frente, me levanto também, esperando por um tapa no rosto talvez... Qualquer coisa! Lauren também estava receosa, tanto que não soltou minha mão.

-Seja bem vinda a família, Camila Cabello. -sorrio antes de abraçá-la.

-Obrigada. -Ela retribui ao abraço, sem vontade pude perceber, mas ela não me deu o tapa, então eu já estava feliz. E ela me aceitou como que na família! Então eu estava maravilhada!

-Se machucar minha filha, eu acabo com você. -dou risada e ela se solta um pouco rindo junto.

-Pode deixar! -olho Lauren que sorri- Eu não tenho a intenção de machuca-lá. -toco o rosto dela numa carícia leve. Até Michael limpar a garganta atrás de mim me fazendo por impulso soltar Lauren rapidamente e me virar pra ele.

-Minha vez. -E ele me abraça. Um abraço de urso! Daqueles bem apertados e quentinhos, gargalho junto de todos ali presentes e retribuo com ele me tirando do chão- Lauren escolheu bem. Ainda estaremos todos presentes com as duas sendo as de branco. -no começo, não entendo direito, mas quando entendo... Tomo uma coloração avermelhada.

-Aguarde pai. -Antes de qualquer palavra ser dita da minha boca, Lauren se levanta me puxando para um selinho banhado de carinho. Minhas mãos se encontram com as bochechas da morena deixando caricias com o polegar, sorrio contra seus lábios, ela não queria me soltar de maneira alguma.

-Amor, eu preciso... Do ar -solto uma risada nasal e recebo uma carinha de cão abandonado de Lauren- Ohnw vem ca. -abraço a cintura dela.

-Eu quero carinho... -ela se inclina passando os lábios pela minha bochecha e vai até minha orelha sussurrando- Mais tarde, na minha cama. -Minhas pernas pareciam gelatinas, Oh Jauregui... Ela se afasta rindo da minha reação. Não é certo fazer isso na frente de seus pais! Já imaginou eu não me aguento aqui?!

-Vai pagar por isso.

-Assim eu espero. -ela solta uma piscadinha pra mim se virando para seus pais novamente- Vamos jantar?

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Lauren

Eu temia muito mais a reação de minha mãe realmente, eu sabia que meu pai me apoiaria mesmo que se sentisse desconfortável e com o tempo se acostumaria, mas minha mãe... Ela era o principal problema. Ela é toda certinha, uma verdade mulher de família com M em maiúsculo. Sabia que quando soubesse que sua filha esta namorando outra garota ela surtaria, eu tinha total certeza. E me surpreendi com a reação dela, pensei seriamente que seria bem pior.

Em nenhum momento soltei a mão da minha latina, ela estava com medo assim como eu. Quando chutei na lata despejando a verdade, pude sentir a maneira que ela apertou minha mão, nem eu mesmo esperava com aquilo, simplesmente saiu da minha boca sem eu nem revisar antes, e posso dizer que foi bom, assim não ficou na enrolação para piorar a situação e a coragem correr.

-Lauren? No que tanto pensa? -minha mãe diz me chamando a atenção, provavelmente por eu não estar comendo e sim pensando. Na mesa, todos estavam quietos, assim como minha mãe gosta, um bom jantar em silêncio, com raras vezes que alguém comenta algo tentando puxar uma conversa. Para ela, isso é ser uma pessoa educada e com modos a mesa. "Mesa não é local para conversar, Lauren! Jante como uma boa menina." Ela sempre me dizia aquilo quando eu era menor, com o tempo, me esgotei de regras e foi quando decidi sair de casa, ela moderou com o tempo, vendo que estava me afastando, não de propósito, mas sim por ela ser bem rígida.

-Nada de mais, mãe. -levo uma garfada a boca vendo-a sorrir satisfeita.

-Hm... -Isa se encolhe ao meu lado e a olho.

-Está tudo bem, princesa?

-Sim... -Ela debruça os bracinhos sobre a mesa e olha minha mãe, respiro fundo me preparando para uma pequena discussão com ela para deixar a pequena ter aquele ato, mas ela nada disse- Você agora é minha vovó como minha vovó Sinu?

Todos olham para minha mãe, que me olha um pouco surpresa e assustada. "O que eu digo?" É essa a pergunta que está em seu olhar. Sorrio lhe dando confiança e concordo com a cabeça.

-Seja sincera. -Digo sem emitir som. Seu olhar volta para a menor que espera por uma resposta.

-Olha, Isabelly... Isa! -ela se corrige- Eu sou mãe da Lauren, que é sua...

-Minha mãe! -Clara ergue uma sobrancelha mas concorda.

-Sua mãe de consideração, então eu sou sua avó de consideração também. Mas você não precisa me chamar de vovó se não quiser. -ela tenta simpatizar no final mas todos ficam num clima chato com as palavras usadas por ela. Obrigada mãe... -O que quero dizer é que... Sua mamãe Camila agora está com minha filha, já que as duas se amam tanto, você é filha das duas, então é nossa neta também, só que eu tenho que me acostumar com isso. -Ela diz com sinceridade e sorri para Isa arrancando um sorriso da menor que se levanta indo até ela- O que foi?

Os braços de Isa se estendem para Clara, naquele momento, pude ver minha mãe fraquejar quase que emocionada enquanto pega minha princesa.

-Viu amor? Vai dar certo. -sussurro para Camz enquanto pego sua mão por debaixo da mesa.

-Sim... Vai dar certo. -Ela sorri daquela maneira meiga.

-Eu amo você.

-Eu também amo você.