Prólogo.

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Notas da autora:

Olá, amores!

Gisele aqui, viu? Sei que vocês não esperavam e muito menos eu. KKKKKKKKKKKKK Vou explicar algumas coisas. Essa estória surgiu de uma vontade muito antiga que eu tinha, que se resumia em escrever algo que se passasse aqui no Rio. Bem, eu comentei com Hannah sobre e ai resolvemos escrever uma one. Mas acontece que as ideias para essa "one" acabaram ficando enormes e virou uma mini fic. Vamos abordar os dois lados da moeda no decorrer dela. Sendo mais claras, um pouco da desigualdade social do Rio de Janeiro. Um pouco de religião também, nada muito profundo, mas terá algumas passagens. Então, caso alguém tenha algum preconceito com alguma religião, por favor, não leia. Antes não ler do que ler e ficar por ai falando mal, sim? É o único pedido. Enfim! Esperamos que vocês gostem. Vamos tentar não demorar como Skyfall pra atualizar. Okay! Não vamos demorar desse jeito não, não fiquem preocupados. Qualquer tempo livre que tivermos, vamos postar. É só isso. Qualquer dúvida, deixem nos comentários. Amamos vocês.


Camila POV

Minha mãe sempre me dizia que a única certeza da vida é que um dia iremos morrer, que devemos aproveitar todos os segundos como se fossem os últimos. Nunca fui de deixar para amanhã o que posso fazer agora, minha vida se desenrolou banhada a exageros. Sou exagerada da cabeça aos pés, transbordo nas novas sensações que experimento todos os dias. Se eu quero fazer, faço, não há nada que me impeça. As consequências? Lido com elas. Se erro? Peço perdão e sigo em frente. Supero qualquer coisa e qualquer pessoa que em algum momento tenha me causado alguma dor. Aprendi com a vida que ou somos fortes, ou ficamos descartáveis. E se existe alguém nesse mundo que fica com o poder de descartar algo, esse alguém sou eu, mais ninguém.

Mamãe morreu de câncer no pulmão quando eu tinha quinze anos, levou com ela mais do que a metade de mim. Desde que ela se foi, continuo morando com meu pai Alejandro e minha irmã Sofia em nosso apartamento na Vieira Souto, Ipanema. Por mais que eu venha de família rica, sempre batalhei para realizar meus sonhos. Estudei como uma condenada por um ano inteiro para entrar na UFRJ, dispensei a Universidade particular, passei em segundo lugar para engenharia química. Aquela vitória eu dediquei a minha mãe, foi por causa dela que eu me tornei quem sou. Meu pai, um cardiocirurgião muito experiente, ficou decepcionado quando não escolhi seguir seus passos. Mas eu não tinha vocação para ser médica, meu negócio era outro, eu queria ser diferente e mostrar que podia me sair bem na profissão que escolhi para ganhar o futuro. Minha relação com Alejandro era meio conturbada, por conta do meu modo exagerado de ser, da forma livre com a qual vivia, fazia com que brigássemos quase sempre. Meu pai não aceitava que eu já tinha vinte anos e tinha o direito de fazer com minha vida o que eu bem entendesse. Para ele, Sofia e eu tínhamos a mesma idade. Perguntava-me quando ele iria entender que eu não era mais a sua pequena garotinha. Os pais não entendem que os filhos crescem e que passam, assim, a serem donos de suas próprias vidas, que fazem suas escolhas e seguem seus caminhos. Por eles, com toda a certeza, viveríamos eternamente sob suas asas. Mas sou Camila, carioca e leonina, não nasci para viver embaixo das asas de ninguém. Sou livre! Meu prazer é sentir que o mundo inteiro é meu e que o céu não é o limite. A noite sim será sempre uma eterna criança. Para mim, é nela que tudo acontece.

Era onze horas a última vez que olhei no relógio, minhas pernas agitadas deixavam bem clara a minha impaciência. Se existia uma coisa que eu odiava na vida, essa coisa era espera.

: - Taylor, se você demorar mais um pouco eu vou pegar a Mani e ir sem você.

Avisei de onde estava, debruçada na janela do quarto dela enquanto fumava um cigarro. Noite de sexta-feira, noite de Lapa. Meu corpo já vibrava na ansiedade de curtir a madrugada inteira em uma roda de samba, sentindo o suor molhar a pele e esquecer a semana cansativa que tive.

Águas de MarçoWhere stories live. Discover now