A chuva

442 27 0
                                    

Cociel estava ensinado Hana, ela realmente se esforçava pois queria se tornar mais inteligente.
- como lê esse? - pergunta ela.
- esse é coelho. -responde ele.
- eu não sei como escrever. Sinto muito.
- sem problemas. - Cociel pega na mão de Hana e se aproxima dela.- você começa com esse traço, e puxa e depois vai para o outro. Depois o outro....
Hana começou a olhar de canto de olho pra Cociel, reparou como a pele dele era lisa e limpa, os olhos eram brilhantes, e o cabelo tinha um cheiro tão agradável, isso tudo fez o coração de Hana acelerar, sentia seu rosto ficar quente. Logo voltou a olhar os kanjis que estava aprendendo.
- entendeu?
-s-sim.
- Hana, me fale sobre você.- ele fala em um tom curioso.
- eu não tenho nada pra falar, meu pai é o curandeiro da vila, meu irmão de seis anos é um prodígio, as gêmeas são as garotas mais lindas que conheço, e minha mãe morreu a pouco tempo de tuberculose, por isso meu pai está se esforçando pra achar uma cura.
- quantos anos você tem?
- tenho dezesseis.
- você é uma pirralha ainda.
- não sou não, sou quase uma adulta. E você, tem quantos anos.
- 28.
- seu velhote.
- você é tão bonitinha. Hahahaha. Sorri ele.
Hana fica perplexa, pois era a visão mais linda que já teve na vida.
- já aprendi o suficiente por hoje, obrigada. Preciso ir tomar banho. E vou caminhar por ai.
- claro, mas não demore, meus conselheiros me informaram que um dos grupos rebeldes do mundo dos escorpiões está espreitando o palácio. É perigoso andar sozinha por aí, está quase anoitecendo.
-sim senhor!
Logo que Hana sai, a mulher que estava com Cociel na noite passada aparece. Essa era Quinara, uma linda mulher que passava as noites com Cociel.
- meu Lorde! Irá querer meus serviços hoje? - o abraça por trás beijando seu pescoço.
- não podemos fazer isso agora, logo minha serviçal volta e não quero constrange-la.
- não pensa em me trocar por ela não é. - fala com uma voz maliciosa.
- Hana é só uma criança, não fique pensando besteiras Quinara, não posso ter relação alguma com aquela garota.
- então eu vou indo, se precisar de mim vou estar livre.
Depois de algum tempo, Cociel para de escrever e sai para caminhar. E encontra Zorá sentada. Ele à conhecia muito bem pois ela cuidou dele desde o nascimento, e ela estava com uma cara que ele conhecia bem.
- o que foi dessa vez Nona?essa cara, conheço bem.
- você está deixando a garota nova muito próxima de você. - previne ela.
- fui muito duro quando tirei ela da família, quero que ela sinta que esse é o lar dela, só isso. - se senta ao lado de Zorá.
- Cociel, ela é bem diferente das garotas com que você dorme, ela não vai deixar você tocá-la. Não trate ela como as vagabundas que você leva pra sua cama. Pra falar a verdade, ela é tão teimosa quanto eu era quando seu vô me trouxe pra cá. Hahaha me faz lembrar dos velhos tempos, eu vivia brigando com seu vô, aquele velhote. - Zorá sorri enquanto fala alegremente.
- eu não pretendo tocar naquela garota, ela é só uma criança. Ta mais pra meu bichinho de estimação.
- hahaha, você ainda é jovem querido. Sei bem onde esse tipo de coisa acaba. Só lhe peço uma coisa: cuide bem dela, e nunca a magoe, ou vou te dar uns cascudos me entendeu moleque.
- então tá Nona! - responde obediente. - vou voltar pro meu quarto. - beija a testa de Zorá e sai.
Enquanto isso, Hana está no banho, e novamente para pra pensar sobre tudo que está acontecendo em sua vida tão de repente. "Será que se eu pedir pra ir visitar a minha família ele deixa? Acho que sim....amanhã a noite antes de dormir eu vou pedir!! Aí vou poder dizer pra minha família que eu to bem!" pensou consigo mesma.
No dia seguinte ao acordar, Hana percebeu que Cociel já havia se levantado. Se vestiu e foi pra sala de pergaminhos. Também não estava lá. Quando ia saindo da sala se deparou com Daniel que estava passando.
- Daniel! -grita ela.
- oi Hana.
- onde ta o Lorde Cociel?
- ah, ele foi pras cachoeiras, foi fazer o ritual de purificação. Ultimamente, a fera tem estado mais ativa
- ta falando de que? - fica curiosa.
- ele nasceu com a maldição da raposa. Todos os que são progênitos de raposas podem se transformar em grandes feras. Porém difíciimente atacam alguém. Mas Cociel é diferente, seu genes é de uma raposa selvagem, extremamente agressiva. Quando ele se transforma, não consegue se controlar e acaba machucando quem está a sua volta. Por isso sempre vai as cachoeiras se encontrar com o sábio yu- shuu, ele faz Cociel se sentir mais calmo e controlar a fera que está dentro de si.
- ah é....- começa a ter um certo receio dentro de si.
- não se assuste, ele nunca machucou nenhum de nós.
- já que ele não ta aqui não sei o que fazer.
- vai rodar pela cidade. Nunca saiu daqui desde que chegou.
Hana colocou uma capa, e saiu. Ficou realmente encantada pois a cidade era enorme e linda, nem se comparava ao vilarejo em que vivia, pra todos os lados que olhava haviam mercadores, barulho de pessoas comprando. Era realmente. O que mais era divertido pra ela de se ver era as caudas e as orelhas que a maioria das pessoas que via tinham, crianças, mulheres, homens. De repente uma garotinha começou a correr em volta dela. Era uma filhotinha de raposa, Hana sorriu e logo uma mulher, obviamente a mãe da garota apareceu.
-filha! Já disse pra não correr assim por aí! Me desculpe ela é muito agitada.
- não tem problema, ela é uma gracinha.
Quando estava anoitecendo Hana resolveu voltar. Entrou no quarto mas Cociel ainda não estava lá. Logo Zorá foi deixar alguns lençóis.
- o Lorde ainda não chegou?
- ah, as vezes ele passa muito tempo por lá, três a quatro dias, ou até mais.
Foi se preparar para durmir, logo uma intensa chuva começou, uma chuva que Hana não gostava, pois sua mãe havia morrido em um dia chuvoso...

Meu LordeWhere stories live. Discover now