Não consigo entendê-lo

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Já haviam passado três dias desde que Cociel havia saído pras cachoeiras. Hana teve que adiar seu pedido. Logo ouve a agitação no palácio e se direciona ao portão. Todos estão em forma pra receber o Lorde que acabava de voltar. De cada ela percebeu que ele voltou sem ânimo, não deu um sorriso se quer para seus servos. Zorá o acompanhar até seu quarto, e ele foi se deitar. Todos pareciam desanimados pelo mestre. Daniel lhe explicou depois que as vezes nem o sábio yu-shuu conseguia controlá-lo. Cociel passou o dia no quarto, não foi nem ao salão de pergaminhos que gostava tanto de escrever. Pela noite Hana se recolheu para o quarto. Cociel estava sentado em seu futon com os cabelos soltos, olhando pra baixo. Parecia bem desapontado.
- senhor, você está se sentindo mal? - Hana pergunta.
Mas ele permanece em silêncio, estático.
- se estiver com fome....
- não quero nada. Fique quieta. - fala aborrecido.
- Daniel me falou sobre seu problema. Se eu puder ajudá-lo...err...de alguma forma.
- fique quieta. - ele abaixa ainda mais a cabeça.
- no dia em que o senhor viajou, eu ia te pedir uma coisa. Não quero parecer abusada nem nada, mas se um dia o senhor puder me levar pra ver minha família eu ficaria gra-
- VOCÊ É SURDA SUA IDOTA!!- Cociel segura os braços de Hana furioso - EU DISSE PRA FICAR QUEITA!! VOCÊ NÃO VAI VER SUA FAMÍLIA TÃO CEDO!!! NAAAAOO!! ENTÃO NÃO ME ENCHA O SACO PEDINDO IDIOTICES! QUER ME AJUDAR! DURMA FORA DO QUARTO. ULTIMAMENTE VOCÊ SÓ ME TEM SIDO UM ESTORVO! - abre a porta e joga Hana no chão, depois fecha com força
Hana está tremendo, e chorando, não entendia quem era aquele, os olhos estavam vermelhos, era o olhar de uma fera selvagem, ficou sem coragem de enfrentá-lo. Se encolheu no canto da parede e colocou a cabeça entre as pernas. Estava começando a esfriar e não tinha nada para aquecê-la.
Mais tarde, Cociel acorda assustado, e se lembra que seria a primeira noite do inverno rigoroso que estava chegando. Pelo fato do palácio ser nas montanhas, o frio a noite durante o inverno se torna ainda mais congelante.
- Hana! Deve estar congelando.
Abriu a porta as pressas, olhou em volta e se deparou com a neve extremamente fria que caía, logo viu Hana encolhida dormindo sem nenhuma proteção. Tocou em seu rosto e parecia uma pedra de gelo de tão fria que estava. Começou a chamá-la.
- Hana, acorde, vai congelar aqui fora. Volte pro quarto!
- f-f-foi vo-voc-cê qu-e m-me ex-ex- expulsou. -m-me de-de- deixa e-m p-paz.
- sinto muito por descontar minha raiva em você. Estou implorando que volte pro quarto, se não vai acabar morrendo de frio! - implora ele.
-n-na-não!
- então vou ter que te levar a força!
Cociel pega Hana nos braços e a leva de volta pro quarto. Já que estava quase morrendo de frio Hana não conseguiu se debater.
- posso ouvir seus queixos baterem daqui!
- e daí? Me deixa dormir.
- não enquanto você não estiver bem. Venha aqui.-Cociel abre os braços abrindo o kimono.
Hana fica vermelha. Mil coisas passam em sua cabeça. "O que ele quer comigo? Não vou deixar que esse maluco me toque!"
- você é bipolar, maluco? Quase me bateu naquela hora. Me xingou e agora fica fazendo essa voz de bonzinho. Não vou chegar perto de você! Tenho medo! Seu maluco!
- eu realmente não quis que isso acontecesse, não consegui conter minha raiva. Estava chateado comigo mesmo e usei isso pra descontar em você! Não fique com medo por favor, apenas venha aqui, vai acabar ficando doente.
- NÃO!
- ENTÃO VOU AI! -Cociel se aproxima, abraça Hana, e fecha kimono em volta dela.
Fica sem reação, pois podia sentir a pele de Cociel, era extremamente quente... E tinha um cheiro tão bom.
- nós raposas temos peles quentes, não pense que sou um pervertido, eu só quero aquecer você, fique calma. - Cociel fala calmamente
- velhote idiota... - resmunga Hana, e pega no sono.
Cociel abre o kimono e percebe que ela já está em um sono profundo, começa a reparar o quanto ela é linda, sua pele é tão branca, as bochechas rosadas... Seus cílios enormes, e cabelos tão compridos, tão negros quanto o céu a noite, como suas mãos são pequenas e delicadas...coisas que nunca parou pra reparar em nenhuma mulher.
- o que eu estou fazendo...?! - sussurra e coloca Hana no futon depois a cobre.
Se senta em seu futon, coloca a mão na cabeça e procura entender que sentimento era aquele que acabava de ter. Depois se deita e dorme.
No dia seguinte, está ensinando novos kanjis a ela. Quando Zorá abre a porta desesperada.
- meu senhor, o Lorde C-zar está aqui! Todos estão com medo, ele está vindo pra cá.
- certo, agora vá pra outro lugar. Eu vou resolver o que quer que ele queira. Hana! Se esconda em baixo da mesa e não se mexa!
Hana não conseguia entender nada. Quem era o tal C-zar afinal? Logo ela ouve a porta se abrir e uma voz perturbadora começa a falar.
- querido Cociel, a quanto tempo não é meu querido, "amigo"?!
- Posso saber o que o Lorde dos escorpiões faz aqui no território das raposas?! -Cociel fala em tom de deboche.
- fiquei sabendo que um grupo de escorpiões do meu mundo está invadindo a área das raposas, e isso não agrada. Não quero ser culpado pela violação do trato entre os três mundos.
- não me surpreendo, aquele mundo que você coordena é um lixo.
- ora sua raposa imunda! Hunfs! Não vim para brigar. Quero resolver, dou permissão para as raposas de matarem qualquer escorpião rebelde que cause problemas por aqui.
Hana apenas ouve por baixo da mesa sem mover um músculo.
- já entendi seu recado, agora saia do meu mundo, está assustando minhas raposas!
- como sempre, raposinhas medrosas, bando de inúteis. Até mais querido Lorde Cociel.
- já pode sair daí Hana. Vamos continuar seus kanjis.

Meu LordeWhere stories live. Discover now