Capítulo (14)

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A porta foi aberta....  pude ver então que era Martin.

Soltei o ar que nem sabia que estava prendendo.

- Bela, que bom te ver. Estava viajando e quando cheguei hoje fui direto para o restaurante, mas fiquei sabendo que você foi demitida, fiquei preocupado. - Falou se aproximando de mim.

- Obrigada pela preocupação, mas já está tudo bem. Consegui outro emprego. - Falei receosa.

- Espero que em outro restaurante para que eu possa sempre vê- la.

   Sorri sem jeito.

- Infelizmente não... - Sussurrei sem graça.

- Bela, eu preciso te ver. Me escute, esqueça esse emprego. Eu te arranjo outro, ou melhor, esqueça essa história de trabalhar e se case comigo. - Ele segurou meu rosto com as duas mãos e confesso que fiquei com um pouco de medo de sua reação. Ele normalmente pedia minha mão em casamento, mas sem contato físico.

- Não posso.. - Ele continuava a me segurar, e isso estava me incomodando. - Me solta por favor...

- Não solto. Não vou te soltar.. - Falou me agarrando mais ainda.

- É melhor tirar suas mãos imundas dela. Agora. - Miguel vociferou.

  Um arrepio percorreu todo meu corpo e me senti protegida ao ouvir sua voz.

- Miguel Alcântara, que desprazer em vê-lo. Você não tem nada haver com Bela, nos deixe em paz, tudo bem?

- Não está tudo bem. Sou o novo chefe dela, e me sinto responsável por sua segurança. Agora solte-a.

   Martin me soltou e eu me aproximei de Miguel.

- Já está se sentindo responsável por ela? Você disse a mesma coisa em uma ocasião parecida com essa, mas no lugar de Bela estava Bianca, sua falecida esposa. E você se responsabilizou tanto por ela que a matou. - Martin nem bem terminou de falar e logo tomou um soco em seu maxilar.

Miguel partiu para cima dele com uma raiva indescritível. Desferiu vários socos, joelhadas.. Martín mal conseguia se defender.

- Por favor para Miguel, desse jeito você vai matá-lo.- Gritei apavorada com a situação.

  E como se minhas palavras tivessem algum poder sobre ele, sua investida cessou. Ele deu uma última olhada para Martin e limpou o suor da testa.

- Vamos embora! - Disse agarrando meu braço e me conduzindo para o carro.

-  Mas nós vamos deixá-lo aqui? - Perguntei.

- Eu disse: Vamos embora!!

  Ele me puxou mais ainda e eu nem me atrevi a falar mais nada.

Minha cabeça fervilhava.
Algumas peças começaram a se encaixar.

Pelo visto Martin gostava da falecida esposa de Miguel. Deve ser por isso que todas as vezes em que eles se encontraram no restaurante, lançavam olhares estranhos um para o outro.

Droga, eu me pareço com Bianca.

Do jeito que Martin falou parece que a história está se repetindo, mas eu não não quero ter o mesmo fim. O pensamento, junto às imagens da briga de agora a pouco me fazem encolher no banco de carona e ter sérias dúvidas se estou fazendo certo em trabalhar naquela casa.

- Não vai acontecer nada com você Isabela. Não precisa ficar com medo. - Miguel lançou um rápido olhar em minha direção.

Dava pra ver que ele ainda estava com raiva, não só pelo seu tom de voz, mas pela forma que segurava o volante.

Bela e  FeraWhere stories live. Discover now