Capítulo (24)

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Apesar da noite ter passado como um piscar de olhos, tive incontáveis pesadelos. Mas todos terminaram comigo sendo  salva por uma espécie de super herói de lindos olhos azuis, hipnotizantes.

   Acordei ao escutar algo caindo. Abri os olhos com calma, o quarto estava muito claro. Vi que Miguel já estava de pé, impecável como sempre em um terno cinza.
   Falava ao celular de costas para a cama. Uma conversa agitada por sinal . Quando fez menção de se virar, eu fechei os olhos com força fingindo dormir para poder continuar ouvindo sua ligação. Eu sei que isso não é uma boa atitude, mas  meu sexto sentido dizia que era algo sobre mim.

- Isso, com armas. Quero que esteja aqui o mais rápido possível. Então estamos resolvidos. Obrigado. - Ele encerrou a chamada e se sentou na cama. Senti sua mão pousar na curva do meu bumbum.

- Pode parar de fingir... - Ele deu uma leve apertadinha.

  Eu quis rir, mas para não dar o braço a torcer, continuei fingindo.

- Bela você é uma péssima atriz. Eu sei que está fingindo.

- Como sabe? - A pergunta me escapuliu, entregando que sim, eu estava fingindo.

- Já passei muito tempo te observando dormir, sei quando está realmente dormindo.

  Eu sorri e me sentei. Mas ao sentir várias pontadas pelo corpo mudei minha expressão.

- Psiu.. pode voltar a ser deitar. Você vai ficar de molho por uns dias. - Miguel me lançou um olhar afetuoso. Seu jeito arrogante estava ficando cada vez mais distante.

- Eu preciso trabalhar, e..

- Eu sou seu chefe, e quero que fique de repouso por uns dias, entendeu?! Se quiser até te arrumo um atestado. Mas te quero descansando. Ouviu?  - Disse colocando um dedo em meus lábios me impedindo de terminar de falar.

- Tudo bem chefe! Posso saber  pelo menos sobre o que era sua ligação? Algo me diz que era sobre mim, acertei?!

- Acertou. Dupliquei o número de seguranças da casa. Você agora tem um guarda costas só seu, e contratei um para a sua família também.

- Você o que?? - Perguntei assustada. Eu teria uma babá de barba atrás de mim?

- Nem adianta discutir! Está decidido e pronto. Vou trabalhar! - Miguel me beijou rapidamente e saiu do quarto me deixando sozinha.
 
                             ****
   Um mês e duas semanas se passaram. Nesse período felizmente não aconteceu nenhum outro incidente e nem ameaças.     

   Passei esse tempo todo praticamente trancafiada feito uma donzela de contos de fadas na torre mais alta.
Sai apenas umas três vezes,  quando fui visitar meu pai, mas levei junto de mim o segurança, Bento. Ele parecia um cão de caça em meu encalço.

    Eu arrumava a cama de Miguel. Cama essa onde estou dormindo todas as noites depois do atropelamento.
     Afofei o travesseiro e nesse momento me senti tonta. De uns dias para cá ando tendo algumas tonturas muito estranhas e alguns enjoos também. Devo ter pego algum tipo de virose, só pode.     
Respirei fundo e me recompus. Se Miguel perceber que estou passando mal vai querer me levar ao médico, e eu não quero.

  Sai do quarto antes que ele terminasse o banho e fui em direção a cozinha.
Quando abri a porta a conversa agitada me atingiu em cheio e o cheirinho de brigadeiro também.

- O que está acontecendo? - perguntei pegando a colher de pau encima da pia só para lamber o restinho do doce.

- Brigadeiro, seu doce favorito. Especialmente pra você, já que é seu aniversário. - Maria disse sorrindo.

Bela e  FeraOnde histórias criam vida. Descubra agora