Burn Bright || Frerard version

6 - Frank

- Mikey! Mikey, me escute! – Eu exclamei, levando uma das mãos à minha face, enquanto me jogava na cama do meu quarto temporário. Meu melhor e impaciente amigo não calava a boca e parecia completamente desesperado, pois o irmão havia desligado o celular, deixado o telefone de casa fora do gancho e sumido do mundo. Enquanto, na realidade, estava enfiado naquele quarto esquisito, fazendo sabe-se lá o quê. Pela simpatia que Gerard era, eu não duvidava que ele usava a sala como abatedouro de corpos inocentes. – Eu tentei chamá-lo, mas ele está enfiado em um quarto fazendo qualquer coisa. Está de mau humor. Pelo que você me disse, ele deve estar estressado e não quer falar com ninguém. Então relaxe. Qualquer coisa, eu ligo para você.

Mikey havia me contado os detalhes do casamento: como Gerard havia dito "não" na cara dura e se mandado para fora da igreja; em como toda a mídia estava falando daquilo e desconfiavam que ele a traía com uma mulher do escritório; que o pai dos dois está chocado e a mãe deles parece que ganhou na loteria e que Alicia festejou a noite inteira, já que não suportava Evellyn. Mikey ainda mencionou algumas pessoas que eu não conhecia e eu apenas me limitei aos "ahams" por alguns longos minutos, até que ele desligasse de vez e me deixasse em paz.

Eu o tranquilizei a respeito de ficar ali e lhe expliquei meu breve acordo com Gerard, o que o divertiu por alguns instantes, antes de me perguntar como o irmão era comigo. Então... Bem, eu menti um pouco. Não disse que Gerard era um completo idiota e grosso e que, muito menos, eu estava ainda mais motivado a flertar com ele por isso. Por que... Bom, vai dizer que Gerard Way não ficava extremamente adorável quando irritado?!

Não demorei muito para perceber que eu tinha certa atração por ele. Uma terrível e questionável atração. Óbvia também. Mas, provavelmente, era pelo fato de Gerard ser completamente... Argh, gostoso. Nada além disso. Pois, mesmo com todas aquelas características físicas agradáveis, ele ainda era insuportável. E detestável também. Como alguém conseguia ser tão arrogante?!

Tamanha arrogância me fazia querer implicar com aquele desgraçado ainda mais. Ver seus lábios curvarem-se de irritação, escutá-lo bufar e retirar-se de perto de mim, como da última vez. E eu só o conhecia há horas... Eu realmente não queria imaginar o que ocorreria ao longo daquelas duas maravilhosas e torturantes semanas.

Maravilhosas pelo simples fato de que ver Gerard sem camisa, todas as manhãs, seria mais do que excitante. Eu havia descoberto que ele tinha uma pele tão clarinha, costas largas e apetitosas, cujas eu estava irrevogavelmente louco para marcar (é, sinta o nível dos meus pensamentos). Gerard não era magro, tão pouco gordo demais. Talvez eu fosse esquisito, mas eu gostava das gordurinhas que ele tinha, de como seus braços provavelmente eram gostosos de apertar e como minha boca iria enlouquecer em mordidas por seu abdômen. É, Frank... Você estava realmente em abstinência.

Já havia deixado de contar a quanto tempo eu não ia para cama com alguém e esse assunto já era um assunto morto, arquivado e escondido nos confins do meu ser. Eu estava preocupado em levar a vida, ajeitar minhas coisas, depois eu pensaria em sexo casual. Mas... Como não pensar em sexo casual, quando o irmão de seu melhor amigo é como um parque de diversões erótico para a minha mente e o meu corpo?! Merda, mil vezes merda!

Quando eu me vi, já estava de pé, trilhando um caminho perigoso. Eu precisava saber o que diabos ele fazia naquele quarto, porque o trancava e porque não me respondia. E eu tive sorte, tive muita sorte, ao reparar que a porta estava apenas encostada, deixando a claridade do ambiente iluminar o corredor tipicamente escurecido. E, como eu adorava aventuras, eu me esgueirei, empurrando a porta com o máximo de cuidado.