18 - Gerard

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Devidamente acordado, eu vesti uma das minhas camisas escuras sociais, arregaçando as mangas como sempre, combinando-a com a jeans mais clássica que havia vestido. Eu não estava muito para roupas sociais, mas não dispensei a gravata borgonha, assim como um dos meus paletós pretos. Joguei este sobre um dos ombros e sai do quarto, com a minha clássica maleta em mãos e a mente ainda na noite anterior. Ainda em Frank e em como ele conseguia mexer com cada parte minha sem muito esforço.

Aquele "Durma bem, príncipe Gerard" havia feito com que eu dormisse com um sorriso estúpido nos lábios e eu estava me sentindo ainda mais gay naquela manhã, quando eu quase voltei a sorrir, ao que desci e me deparei com Frank na cozinha. Aquela imagem andava me perturbando há dias e eu sentia falta daquilo... Eu desejava, naqueles dias de sua ausência, que Frank aparecesse ali, todo alegre ao fazer panquecas e começar a me perturbar com seus comentários maldosos.

E agora era realidade de novo.

Ele estava ali, vestido uma de suas camisas de alguma banda que eu desconhecia, a jeans escura não estava rasgada (o que era um começo) e estava com um moletom vermelho amarrado na cintura, deixando as tatuagens de seus braços expostas a mim. Estava de costas, mas ele havia conseguido sentir minha presença e eu mal deixei a maleta e o paletó sobre a bancada, quando ele virou, sorridente e com dois pratos em mãos.

- Hey, bom dia! – Ele deixou os pratos sobre a mesa e eu vi que ele havia feito dois sanduíches, além de ter separado algumas fatias de um bolo pronto, que eu havia comprado para lanchar dia desses, em um prato maior no centro da mesa. O cheiro do café me fez quase grunhir em satisfação, enquanto eu contornava a bancada, lentamente.

- Bom dia... – Minha voz soou rouca pelo sono e eu fiquei por alguns minutos parados, fitando a mesa que ele havia posto, sem muita reação. As xícaras estavam já dispostas e parcialmente repletas de café. A minha estava mais cheia e eu sabia que era realmente minha quando Frank se aproximou e colocou algumas boas colheres de açúcar nela.

- Eu sei que acordou cedo, então... Acho que podia se sentar comigo hoje, se não for incômodo. Fiz um café da manhã reforçado. – "Deu para perceber", eu quis responder, enquanto destravava e caminhava em direção a mesa, sentando-me em uma das cadeiras. – E não compre mais esses negócios prontos, são péssimos. – Eu percebi que Frank falava de boca cheia, provavelmente saboreando um pedaço do bolo, o que me fez revirar os olhos. Eles eram bons, ok? Eu não tinha culpa se Frank era fresco com comida.

- É que, se não percebeu, eu nunca tive muito o hábito de fazer as coisas na cozinha. Geralmente é tudo pronto. – Comentei, enquanto provava um pedaço do sanduíche que ele havia feito e me perguntei se Frank era ruim em fazer alguma coisa na cozinha, porque era impossível que alguém soubesse fazer aquelas coisas tão simples parecerem maravilhosas. Continuei a comer em silêncio, sabendo que Frank não manteria o ambiente assim por muito tempo.

- Minha família é grande. Italiana, sabe? Eu tenho mais cinco irmãos e sou o mais velho, então sempre ajudei minha mãe na cozinha. – Frank comia o sanduíche com certa rapidez, enquanto eu ainda o apreciava em um mastigar lento, observando aqueles olhos amendoados se encherem de vida. Eu estava começando a descobrir que gostava quando Frank falava um pouco de si. Não de forma egocêntrica, mas por eu querer saber mais dele... Entendê-lo um pouco mais. – Esse final de semana vou fazer algo especial, se não se importar. Uma lasanha talvez... Não tem como resistir a minha lasanha! – Sua voz soou abafada, ao levar o xícara para entre os lábios e eu o imitei, sem deixar de grunhir baixo, extremamente satisfeito ao provar de seu café. Eu ainda esperava que Frank fosse ruim em alguma coisa, mas eu duvidava. – E vejo que também não resiste ao meu café.

Burn Bright || Frerard versionWhere stories live. Discover now