II - Considerações Sobre Dor

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Tenho visto que a dor mais profunda

É não ter dor alguma.

Essa sensação me liberta em medo

Um tipo de liberdade imunda

Pois sei que cedo

Sentirei dor novamente.

E é praticamente impossível viver sem a dor

Viver sem a terrível tormenta,

Que sobre a carne aflige sem pudor

Todo aquele que ainda a aguenta

Não chores mais

Oh pura criança

Doce morte há de vir,

E nos fazer livre.

Não vejo por que

Tanta lágrima afinal

Se a morte nada mais é,

Do que de toda dor o final

Acredito que o criador, se existir, teve um objetivo

Puro e simples de punir, todo aquele que nasce

Como se aqui fosse o inferno, e a morte fosse o céu

Pois não vejo de outra forma, mundo tão cruel

Os momentos felizes que passamos

Acabam por serem apagados pela dor.

Essa sombra a qual calamos

Aos poucos nos escureceu pelo temor.

Sorrisos,

Luzes,

Aromas refrescantes e doces sabores...

Tudo foi levado embora.

Mas ao mesmo tempo não vale a pena

Demonstrar tamanho sinal de fraqueza e pôr um fim a vida

Pois a vida, não tem fim, se tiver não é mais vida

Assim como a estrela que apaga, não é mais uma estrela.

E do mesmo jeito que toda vida acaba, toda estrela apaga

Deixando para trás sua essência, seu nome de esplendor

O velho título de glória, é mais uma vez apagado,

Pela maldita e insolente... DOR.

A Filosofia da MorteWhere stories live. Discover now