Tenho visto que a dor mais profunda
É não ter dor alguma.
Essa sensação me liberta em medo
Um tipo de liberdade imunda
Pois sei que cedo
Sentirei dor novamente.
E é praticamente impossível viver sem a dor
Viver sem a terrível tormenta,
Que sobre a carne aflige sem pudor
Todo aquele que ainda a aguenta
Não chores mais
Oh pura criança
Doce morte há de vir,
E nos fazer livre.
Não vejo por que
Tanta lágrima afinal
Se a morte nada mais é,
Do que de toda dor o final
Acredito que o criador, se existir, teve um objetivo
Puro e simples de punir, todo aquele que nasce
Como se aqui fosse o inferno, e a morte fosse o céu
Pois não vejo de outra forma, mundo tão cruel
Os momentos felizes que passamos
Acabam por serem apagados pela dor.
Essa sombra a qual calamos
Aos poucos nos escureceu pelo temor.
Sorrisos,
Luzes,
Aromas refrescantes e doces sabores...
Tudo foi levado embora.
Mas ao mesmo tempo não vale a pena
Demonstrar tamanho sinal de fraqueza e pôr um fim a vida
Pois a vida, não tem fim, se tiver não é mais vida
Assim como a estrela que apaga, não é mais uma estrela.
E do mesmo jeito que toda vida acaba, toda estrela apaga
Deixando para trás sua essência, seu nome de esplendor
O velho título de glória, é mais uma vez apagado,
Pela maldita e insolente... DOR.
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A Filosofia da Morte
PoetryEssa obra é sobre a pequenez do ser humano, as sensações que abalam nossa existência, os amores, os desperdícios e os pensamentos que nos impedem de dormir. Sobretudo é uma confissão da minha existência, sobre a qual passa a narrar os meus dias mais...