Minha existência
É uma imprudência
Minhas reflexões
São ilusões
E minha carência
Afeta minha aparência
Tu julgas com ações
O ar dos meus pulmões
Como se eu fosse culpado
De não ser alado
E tivesse que aguentar
Tuas memórias a gargalhar
E permanecer calado
Por mais abalado
Tenho que relevar
E saber contigo caminhar.
Esse é o vosso desejo desprezível
Que julgam ser algo infalível
Querem descobrir o que veio a nos criar
Sem perceber que não há nada a visualizar
E eu, sendo o único sensível
Percebo o mundo inteligível
Humanos a acreditar
Que podem o segredo desvendar.
Precisam dominar os meios
Para então criar nos seios
Algo que explique os sentimentos
Esquecendo-se dos momentos
Vividos com anseios
E que os olhos deixam cheios
Esquecem-se no entanto
De todo encanto
Que nenhuma palavra pode definir
E que ao ser humano sempre vai concernir
Em momentos de pranto
Em que as vozes ressoam em canto
E que nos pomos a aplaudir
Sem lembrar que estamos a existir.
Esse nosso narcisismo
De desespero e egoísmo
É essa nossa utopia
Que aos poucos se tornou tão fria
Passado o saudosismo
E chegado o pragmatismo
Em "tamanha" euforia
Se arrasou em entropia
Não há um lugar
No qual eu quero estar
Pois sei que não estarei eternamente
E as minhas ideias nunca estarão em mente
Quando a felicidade levantar
Nem quando o desespero profundo se apossar
Ou quando os dois excepcionalmente
Se juntarem simultaneamente
Só estarei presente durante o ócio
Ou quando inchar o bócio
E não conseguires nada de interessante
E eu, até agora mero farsante
Parecerei um bom negócio.
Ah amigo, ai sim serei teu sócio!
Te acompanharei na noite estressante
E nela colocarei amargo adoçante.
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A Filosofia da Morte
PoetryEssa obra é sobre a pequenez do ser humano, as sensações que abalam nossa existência, os amores, os desperdícios e os pensamentos que nos impedem de dormir. Sobretudo é uma confissão da minha existência, sobre a qual passa a narrar os meus dias mais...