O doce outono se firmou
Quando o rápido sussurro me arrastou
Para os teus braços de areia
E os teus morros, onde sementes raras semeia
Enaltecendo mais uma vez a conjunção
Da união fervorosa dos que não tem perdão
Quantos segredos estão, por trás dos teus olhos escondidos?
Quantos foram perdoados, esquecidos ou punidos?
Parece que o mais doce prazer é também o pesar
De ter que de ti ficar longe, de ter que parar.
Como ei de viver sem o teu viciante manjar
Deve haver pelo menos uma maneira de deixar de amar.
Tu és, deveras, um sonho que não cessa
A beleza, que em sua totalidade a natureza expressa
Afogar-me-ei em teus mares de paixão
E deixarei levar-me por essa perfeita ilusão
Nossa matéria se funde a gerar um laço invisível
E o nosso arfar infinito e incompreensível
Rompem-se quando o quase perpétuo movimento se faz
Teu grito resvala, e a quase inconsciência nos satisfaz
Nenhuma manhã será igual
E nenhuma jamais irá se comparar
Ao nosso doce e tentador pecado mortal
Que é a ofensa divina de mutuamente desejar
YOU ARE READING
A Filosofia da Morte
PoetryEssa obra é sobre a pequenez do ser humano, as sensações que abalam nossa existência, os amores, os desperdícios e os pensamentos que nos impedem de dormir. Sobretudo é uma confissão da minha existência, sobre a qual passa a narrar os meus dias mais...