Sem Arrependimentos

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Quebro minha rotina. Acordo em uma cama que não é minha, enrolado entre lençóis que não são meus lençóis, impregnado de um cheiro que não é meu cheiro.

E sorri. Porque de novo eu tinha razão. Quebrar a rotina é algo bom, mas nunca fui tão forte para fazê-lo. Até que o conheci...

Me coloquei de pé com relutância, procurando entre a desordem de peças espalhadas pelo chão, meu casaco preto onde meu celular está. Quando o encontro vejo a hora. Oito em ponto.

Pode ser que eu tenha quebrado a rotina, mas meu corpo demora a se acostumar.

Viro para a cama de tecidos escuros e descubro que entre eles descansa o locutor de Romance a meia noite de bruços, com uma perna sem cobrir com o lençol, a boca semi aberta e a respiração ruidosa e profunda.

Como descrever a visão que se passa perante meu olhar?

Como definir a beleza que possui sem ficar no meio da explicação?

Como chama-lo sem usar vocabulário de antigos apaixonados?

Não se pode. Eu não posso.

É imenso. Demais pra mim.

Com lentidão vi como seus olhos foram se abrindo e juro que era como ver o amanhecer em frente a janela.

Piscou algumas incontáveis vezes antes de manter seu olhar fixo em mim. Me mantinha sentado ao seu lado olhando cada forma em seu rosto, cada mudança de expressão, cada registro particular nessa imaculada pele.

- Olá... - disse quase sem voz. Talvez esmagado pela imensa emoção de lhe ver acordar.

Louis fechou os olhos e vi um ligeiro movimento de cabeça de cima para baixo.

- Er, Louis... Posso tomar um banho? - perguntei tímido, olhando fixamente os lençóis azul marinho.

Onde ficou minha coragem de ontem? O que aconteceu com o Harry impulsivo e sem vergonha?

- Claro, é por ali... - disse levantando um pouco o braço e me mostrando do lado esquerdo o lugar.

Observei uma porta e entrei, não sem antes levar meus pertences comigo.

O banheiro era de azulejos pretos, amplo, com uma jacuzzi em um canto, ao lado um pequeno cubo transparente onde estava o chuveiro... Enfim, um banheiro amplo e com certeza poderia fazer mais criticas por mais tempo, mas meu corpo está pegajoso e meu cabelo lançando gritos mudos pelo toque de água e shamppo.

Deixei minha roupa na borda da banheira e abri a porta do cubículo transparente. Virei a chave e a água quente caiu direto sobre meu corpo.

Sorri e lancei um suspiro. Justamente o que precisava.

E enquanto a água limpava aqueles restos, prova da noite passada, minha mente continuava relembrando-os vividamente. Os beijos, as caricias, as frases indecentes sussurradas em meu ouvido.

Voltei a ser uma presa do prazer. Prazer chamado Louis Tomlinson. Caímos no véu da paixão e, durante horas, estivemos nos percorrendo, jogando com nossos corpos, conhecendo-nos, nos unindo com uma luxuria desmedida.

F R A G I L E » larryOnde as histórias ganham vida. Descobre agora