Passado

378 45 14
                                    



Voltamos ao apartamento carregando sacolas cheias de comida chinesa. O trajeto foi silencioso e nossas mãos estavam unidas todas as vezes que Louis queria.

— Irei tomar banho – disse meu locutor e só nesse momento me recordei do estado de minhas roupas manchadas de sangue.

— Sim – sussurrei tirando o casaco jeans. Meu suéter preto também estava manchado, e até a calça estava um pouco.

— Devíamos comprar alguma roupa nova para você – levantei meu rosto olhando-o com surpresa. Comprar roupa pra mim? Como se nadasse em dinheiro!

— Esta bem... É só que... Não quero causar uma má impressão para seus convidados – e era verdade. Afinal de contas conheceria o homem que fez em pedaços o coração de Louis, o deixando eternas sequelas.

— Você se olhou em um espelho? – me sorriu. — Nunca causaria uma má impressão.

E o sorriso quente continuou em seu perfeito rosto, manchado de uma cor escura pelo soco de Niall sobre sua bochecha. Cada vez que via essa mancha sentia vontade de segurar meu melhor amigo pelo pescoço e aperta-lo até deixar de um lindo tom púrpura, porque afinal de contas ele havia arruinado a perfeição.

Senti o calor se amontoando sobre minhas bochechas e depois entendi que estava corado pelo elogio.

Imprevisível, assim era Louis. Imprevisivelmente segurou novamente minha mão machucada com sutileza e corremos pela escada com rapidez.

— O que aconteceu? Aonde vamos? – perguntei agitado pela velocidade que Lou ia.

— Temos uma hora antes que cheguem. Tempo perfeito para irmos às compras – sorriu e eu também o fiz pois seu sorriso iluminava o mundo e fazia meu coração acelerar sem medidas. Maravilhosa sensação...

Com rapidez pegamos o carro. Com rapidez chegamos à loja, e com rapidez Louis começou a pegar roupas com o que se assemelhava muito ao desespero depois que eu lhe indiquei meu numero de manequim de calça e camisas.

Desapareceu em frente a mim em questão de segundos e uma vez que o encontrava o identifiquei em frente a uma linda garota de cabelos castanhos que sustentava uma montanha de roupa, a qual começava a marcar com uma pistola a laser.

— Louis...

Ele não respondeu. Nem sequer teve a delicadeza de me olhar nos olhos, simplesmente continuava sorrindo para a jovem caixa. Cruzei então meus braços contra meu peito e pacientemente esperei que a mulher terminasse de ensacar o monte de roupa que Lou se fez dono. Pegou cerca de quatro sacolas e saiu sem sequer me olhar. Logicamente tive que correr atrás dele.

Apenas me sentei ao seu lado, o motor arrancou e nossa pratica se fez inexistente até que chegamos em frente ao prédio.

Louis pegou as sacolas enquanto jogava a chave do carro ao porteiro para que estacionasse o luxuoso carro no estacionamento subterrâneo. Subi as escadas e me segurei em seu braço com meu braço machucado, como um gesto que já havia me acostumado minutos antes quando ele segurava minha mão.

Ao entrar no apartamento as sacolas foram dispensadas quando a roupa caiu sobre o sofá italiano. O locutor começou a combinar peças e por fim me ofereceu um vulto formado por varias peças difíceis de diferenciar.

— Vamos tomar banho e depois você veste isso.

Peguei a roupa e caminhei sendo puxado pelo braço com suavidade escutando um suave riso.

F R A G I L E » larryOnde as histórias ganham vida. Descobre agora