Revelações

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Perante meu silencio, Louis deixou de rir. Seu corpo havia levantado para poder se sentar no balcão. Seus pés balançavam a centímetros do chão.

Suspirou.

— Então Liam não estava errado... – sorriu, mas não me olhava. — Perdi outra aposta.

Virei meu rosto. O pranto queria chegar até mim, mas não lhe daria o luxo de me ver derrotado, chorando por ele. Ainda conservo um pouco de sensatez.

Mordo meu lábio e cruzo meus braços. Só um lindo silencio nos rodeia.

Até os silêncios que se criam entre nós são lindos.

Porque?

— Harry... – entrelaçou suas mãos. — Não faça isso.

O olhei intrigado.

— Harry – desceu do balcão. Se colocou em frente a mim. — Eu não acredito no amor. – segurou meu rosto com suavidade. — Eu só acredito nisso.

Repentinamente sua mão soltou minhas bochechas para tocar descaradamente o meio de minhas pernas sobre o tecido dos jeans.

— Sexo seguro, sem desculpas, sem arrependimento, e sem explicações.

— Eu... – meu rosto ardia de vergonha pelo que acabara de acontecer. — Eu não...

— Nunca te dei motivos para acreditar que eu queria algo mais que isso Harry.

Neguei com a cabeça.

— Assim sou eu. Louis Tomlinson, amante do sexo gay – sorriu. — Se o que você quer um amor e romance procure uma mulher.

— Não quero uma mulher – disse o enfrentando pela primeira vez. — Quero você.

O sangue subiu a minha cabeça. Sentia que se agrupava em minhas bochechas, o que provocava uma dor nestas. Meus olhos se umedeceram e duas lagrimas caíram no instante em que fechei por um momento os olhos.

— Mas eu não – Deus, como odiava esse tom frio! — O amor é para os heterossexuais terem uma desculpa para ter sexo. O amor é um consolo para os doentes mentais. O amor é como uma bomba para a autodestrução.

Minhas lagrimas percorreram meu rosto com a mesma velocidade que o faziam essas cruéis palavras. Quando seu discurso terminou um sorriso de meio lado cobriu seu assustador rosto. Sim, Louis, meu amado Louis, me parecia assustador. Estava em frente ao ser que sentia... nada. E isso me assustava.

Um homem sem sentimentos, sem medo do futuro, sem desculpas para dar.

Isso não é assustador?

Como viver uma vida sem sentimentos?

Bons, maus, depressivos, autodestrutivos, mas sentimentos no fim. A única mostra que continuamos com vida...

"Você está vivo, Louis?"

— Levarei Carrie.

Procurei pelas estantes até que o encontrei e entreguei-o.

— Liam disse que era para você visita-lo quando puder.

— Você quer que eu vá?

— Você já é um garoto grande, com certeza pode decidir por si só.

Deu meia volta e sobre o balcão deixou um monte de notas verdes.

— Tomara que você encontre seu príncipe Harry – escutei antes de me desesperar novamente pelo som do sino.

F R A G I L E » larryOnde as histórias ganham vida. Descobre agora