Dormir

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"Nunca te farei mal"

E de que isso importa se você, Louis Tomlinson, já fez mal por nós dois?

— Não feche os olhos, por favor.

"Eles estavam abertos? Isso que me queima será só a luz vinda das lâmpadas?"

— Vamos, não durma.

Mas não é sua voz. E essa voz não pode me dar ordens.

— Harry...

Não mais. Já não mais.

Por favor.


* * *


Anne Styles poderia se descrever como uma mulher calma e analítica, reconhecida por sua mente fria nas horas de decisões e sua postura correta perante as adversidades. Divorciou-se quando seus filhos eram muito pequenos e, como a melhor das guerreiras, lutou incansavelmente contra cada uma das barreiras que a vida impunha.

Sua vida havia sido de diferentes tons de cores.

Rosa quando se casou por amor. Preto quando escutava seu marido a chamar com desprezo. Branco quando seu primogênito chegou ao mundo e cinza quando soube de sua doença.

Hoje seu dia se tornou vermelho quando escutou a voz de uma desconhecida lhe falar sobre seu filho, e ainda que não tenha dado muitas explicações sua mente só reagiu quando a mulher pronunciou duas terríveis palavras na mesma oração: Harry e hospital.

E agora estava ali, no Hospital Geral, procurando a área de urgências e qualquer mulher que respondesse pelo nome de Elizabeth, o qual gritava loucamente.

— Anne!

A senhora Styles pode observar uma mulher no final do corredor. Usava um pijama cinza e uma bata azul. O cabelo loiro feito em um coque que pouco a pouco se desfazia, e o rosto preocupado demais para se tratar de uma simples desconhecida.

— Como ele está? – pronunciou ao estar frente a frente, de mãos dadas com a desconhecida.

— Não sei. Não vieram informar.

Anne assentiu com a cabeça e se dispôs a sorri para a mulher. Neste ponto, como cada vez que algum conhecido se encontra nas mãos de um desses médicos, não há nada mais o que fazer do que permanecer sentado e guardar a fé.


"Elizabeth havia saído para dar um passeio. Inquieta pelos fantasmas do passado e as recordações de seu marido. Era sexta, uma noite em que não podia dormir, então sua rotina estava estabelecida em dar um passeio por seu andar, e depois descer até a entrada para saudar Joseph, o porteiro, mas hoje a rotina muda, e a pressão em seu peito aumenta. O mau pressentimento se confirma quando observa Joseph ao lado de um corpo estendido sobre o chão e impregnado de sangue.

— Uma ambulância! – exclama Elizabeth apertando mais o nó de seu robe.

O jovem porteiro nervoso assente com a cabeça e entra na cabine de vigilância para fazer a chamada.

Ainda que esteja de costas Elizabeth sabe quem é. Logo se ajoelha em um lado e acaricia o cabelo escuro.

— Você ficará bem querido... – uma lagrima escorre por sua bochecha esquerda e é seguida por mais algumas.

F R A G I L E » larryOnde as histórias ganham vida. Descobre agora