No Basic Bitch

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Bang!

A Miss Popular fazia mais alguma brincadeira idiota.

Botou as mãos na cintura, rindo alto, e foi embora. Coitada da Lana, mais uma vez humilhada. "Qual a graça disso?", se perguntava, mas nunca revidou.

Assim que soava o sinal para finalmente ir embora, Lana só faltava pular da cadeira e correr. Sempre virava alvo de piadas. O motivo? Lana tinha ótimas notas, usava óculos e estava alguns com alguns quilos a mais...

Felizmente, já estava no último ano. Por Deus, não sabia se aguentaria mais aquilo que chamavam de brincadeira.

Agosto passou numa lentidão só. Nem um feriado para ajudar.

Setembro... argh! Todos os dias tendo que ouvir "Lana! Lana! Cuidado com a cabeça!", e toma-lhe papel com cuspe na roupa...

Outubro! Faltou uma porção de dias em todas as semanas. Graças às boas notas, não fez diferença.

Faltava novembro e dezembro!

Não bastava derrubar o lixo em sua cabeça. Não bastava derrubar suas provas "sem querer" e pisar em cima. Não bastava espalhar boatos absurdos sobre sua vida sexual. Não bastava a diretoria saber que era a mesma vadia fazendo as mesmas palhaçadas e nada fazer. Não. Dessa vez a vadia tinha que fazer algo realmente degradante.

Lana se preparava, sozinha no vestiário, para o ensaio de dança do ventre. Várias meninas, nenhuma delas consideradas popular, estavam matriculadas para as aulas das 15h. Era o paraíso. Apenas a música e meninas normais.

- Laninhaaaaaa!

A menina travou. Não era possível!

- Oi, Laninha! Sou eu, a Desirré! - lá vinha seu tormento... - Que alegria a minha em ter você na aula de dança! Assim não me sinto sozinha!

E aquele sorriso cínico, cheio de maldade. Lana respirou fundo. Considerou as opções em sua mente: Ir embora e arriscar ter a maldita a perseguindo... ou seguir para a aula e ver a piranha ficar sem graça, pois lá não teria os mesmos amiguinhos que achavam graça em qualquer porcaria que fazia.

Hum! Por que não?

Não respondeu, como sempre. Terminou de colocar a roupa, prendeu o cabelo rapidinho, se virou e saiu. Desirré vinha logo atrás. Não parava de falar.

- Vamos ser as melhores! Todas as meninas vão adorar! E vão ficar de queixo caído quando a gente se apresentar e...

E falou, falou, falou. Entraram na sala. A música já tinha tomado conta das alunas, porém a aula ainda não tinha começado. Tânia, a professora, a mesma que dava aulas de alongamento antes das corridas, estava radiante.

- Fico feliz em ver que vieram tantas meninas! Sejam todas bem-vindas!

Ajeitou-as em fileiras intercaladas, assim todas poderiam se ver no espelho. Em seguida... dança!

Lana relaxou ao perceber que Desirré prestava atenção aos passos de dança. Ufa! Nem sabia a que deus ou deusa, ou santo ou sei-lá-o-que agradecer.

Entre uns passinhos pra lá e outros pra cá, um rebolado, bracinhos pro alto e sorrisos para o espelho - que seria a futura plateia - a aula fluiu sem problemas.

- Você dança muito bem, Lana! - o elogio parecia sincero...

... Mas Lana preferiu só balançar a cabeça, trocar de roupa e correr de volta pra casa, sem pensar na maldita.

As aulas passaram, da forma mais lenta e terrível possível, como já era de se esperar. Misteriosamente, Desirré decidiu parar de perturba-la. Até a defendia quando alguém tentava falar alguma graça.

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