Talvez agora te Entenda

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"Temos que nos liberta de todos os nossos fantasmas"
- Adele (Send My Love)

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Eu estive pensando em todas as coisas que me trouxeram até aqui por tudo o que passei pra estar aqui hoje, de uma maneira geral de todas as coisas improváveis que aconteceram na minha vida, em todas as coisas que a fazem "perfeita", que a faz parecer um roteiro de cinema. Se no início do ano alguém me falasse que o Kaique e eu teriamos um filho, bem, eu riria, riria até minha barriga doer pelo o fato de ter um filho com o Kaique, convenhamos ele tem lá os seus atrativos - que hoje sei que não são poucos - mas ainda sim, seria o Kaique - o antigo Kaique, o galinha que não se importava com ninguém - então quem seria louca a ponto de se apaixonar por um garoto assim?

Lógico, Angelique Domingues
Mas agora vendo tudo do jeito que está, o Kaique e eu próximos ansiosos para receber o nosso bebê e completamente apaixonados, isso me da um frio na barriga, mas é uma sensação boa, uma sensação estranhamente boa.

Me olhei mais uma vez no espelho imaginando como seria quando minha barriga estivesse grande, meus tornozelos inchados, quando eu já não tivesse uma cintura como eu tenho hoje, o Kaique ainda seria capaz de me amar?
Logico! O Kaique ainda me amaria até o seu último suspiro e já não tenho nais duvidas sobre isso.

Mais uma das inúmeras vezes tentei organizar o pensamento e imaginar como daria a notícia a todos, como daria a notícia a minha mãe, por mais que venhamos estar estranhas uma com a outra por tudo o que aconteceu, pelo o meu pai, pelo Felipe, um filho é algo que não da para se esconder, pelo menos não por muito tempo, mas a verdade é, que eu estou iniciando uma vida agora é não quero nenhuma mentira envolvida nela, se possível só quero amar, amar, amar e ser correspondida, só isso.

Um único pensamento invadiu minha mente, eu precisa ser forte, forte o bastante para contar a ela, para contar a mejera, ao Otávio, Felipe, a todos. E eu seria forte para fazer isso hoje!.

Inalei o ar mais rápido do que pretendia me causando uma pequena dor no meu peito, mas não me importei muito, apenas me forcei a dar uma pequena forma otimista para os meus lábios botando aquele ar para fora e então comecei a caminha até a cozinha.

Minha cabeça estava a mil, mas mesmo assim no caminho fui reparando detalhes que talvez nunca tinha reparado antes, sabe, é estranho, bem estranho a sensação de você ir contar algo a alguém, algo que vai mudar toda a sua vida, vai fazer você ser vista com outros olhos, de certa forma ou de toda a forma vai mudar a sua vida inteira e você não saber ao certo a reação da pessoa, isso é algo estranhamente estranho.

E quando dei por mim em um passe de mágica lá estava eu na cozinha, de frente para as costas da minha mãe pronta a não esconder nada.

- Mãe? - pronuncie e rapidamente ela se virou para mim abrindo um sorriso de canto de lado, talvez pelo o fato de eu está falando depois da notícia do meu pai, depois do Felipe, depois de tudo - Acho que precisamos conversar bem... sobre tudo - ela apenas sorriu assentindo com a cabeça e eu fiquei a encara-la não por medo, mas pensando na maneira exata de se contar a ela tudo.

- E - ela começou - Acho que preciso te explicar muitas coisas

Olhei para ela e logo em seguida para o chão, e aquela não era a hora de se ter vergonha.

- Acho que quem precisa explicar alguma coisa aqui sou eu, mas prefiro que a gente converse sobre isso no quarto

Ela apenas me olhou com um dos seus olhares que não consigo decifrar por nada. Estava tudo tão confuso que eu só queria correr mesmo sem ter motivos e foi então que um sorriso apareceu no meu rosto ao lembrar de uma conversar com o Kaique

O Dono e A EmpregadaOnde histórias criam vida. Descubra agora