Eu não roubei ninguém

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André

Acabamos de jantar e reparo que a Matilde está muito embaixo. Não era suposto a Inês ter descoberto a nossa relação da maneira que ela descobriu. Mas eu só gostava de saber quem é que lhe contou.

-Anda aqui, princesa- digo pegando na mão da Matilde e levando-a para o meu quarto. Preciso mesmo de vê-la feliz outra vez

-O que foi, André?- pergunta com a voz fraca. Eu apenas a abraço.

-Desculpa, Matilde. Eu não queria que isto tivesse acontecido- digo e vejo uma lágrima a cair-lhe pelo rosto.

-A culpa não é tua, André. Também é minha. Eu também não quis contar.

-Eu sei, amor. Mas eu é que a traí... Desculpa- digo dando-lhe um beijo. Eu tenho que a compensar por isto.

Uma semana depois

Matilde

Ainda não estive com a Inês desde que ela descobriu que eu e o André namoramos, mas isso vai mudar hoje. Hoje há um jantar de família pois os meus avós acabaram de chegar de uma viagem e então vamos jantar todos juntos. Estou muito receosa, nenhum dos meus familiares sabe disto, apenas o Tomás, porque eu lhe conto tudo. Só espero que a Inês não faça nenhum filme. Acabo de me arranjar e dirijo-me para casa dos meus avós juntamente com os meus pais. A Inês e os pais dela ainda não chegaram, acho que estou aliviada.

Finalmente eles chegam e eu e a Inês nem sequer nos falamos. Quando acabamos de comer a minha avó pergunta:

-O que é que se passa meninas. Vocês estão chateadas?

Nenhuma de nós responde e então o Tomás decide responder:

-Estão vó, mas não perguntes nada.

-Porque é que vocês estão chateadas?- pergunta contrariando o neto.

-Porque é que não perguntas à tua neta traidora?- pergunta Inês.

-Traidora?

-Esquece avó- digo suspirando.

-Pois, não te interessa estragar a tua imagem para a família. Sempre foste a menina querida. Mas está na hora de toda a gente saber o que tu fizeste. A Matilde roubou-me o namorado- diz de modo a toda a minha família ouvir.

-Eu não roubei ninguém- digo tentando defender-me.

-Não, claro que não. Apenas te atiraste ao André que não conseguiu resistir a uma miúda de 18 anos que anda sempre com as pernas à mostra.

-Eu não me atirei a ninguém. Não tenho culpa de ter feito uma conecção com o André.

-Coneccção. Deixa-me rir. Tu traíste-me e ainda vens falar de conecção. Não te servia teres ficado com o João, tinhas que ir roubar o meu namorado? Ainda bem que ele me veio dizer que vocês andavam enrolados. Foi bom de saber a consideração que tens por mim.

-Eu já te pedi desculpa, Inês, mas há sentimentos que não se controlam. Eu não tenho culpa- digo já a gritar.

-Tenham calma meninas- diz o nosso tio- Conversem com calma e entendam-se.

-A Inês não deixa- digo.

-Não tenho interesse em conversar com uma cabra traidora que me roubou o namorado.

-O que é que tu me chamaste?- pergunto enervada.

-Chamei-te cabra, mas se calhar devia ter chamado puta, porque afinal é o que tu és.

Neste momento não me controlo e mando alto estalo à Inês. Sei que acabei de perder a razão, mas ela estava a merecer.




Oops...I love you- André SilvaWhere stories live. Discover now