Está a doer muito

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Acabo da sair das aulas. Não ouvi nada do que e as storas disseram, estive tão desconcentrada que a minha stora de biologia até veio falar comigo e eu apenas lhe disse que andava cansada, esta desculpa funciona sempre. Caminho até ao portão com a Maria pois combinámos ir almoçar com o Afonso.

-Olá André. O que é que estás aqui a fazer?- pergunta a Maria quando vemos o moreno no exterior da escola.

-Olá, Maria. Eu vim buscar o Afonso. Olá, Matilde- diz olhando para mim com um olhar triste.

-Olá- digo quase a sussurar.

-Nós vamos almoçar com o Afonso- diz a Maria.

-Olá pessoas- diz o Afonso ao chegar à nossa beira- Estão todos prontos para irmos almoçar?- eu não acredito que o Afonso convidou o André para ir connosco.

-Afonso- digo.

-Eu sei que vocês estão chateados, mas não deviam, por isso vamos almoçar e nada de reclamar.

Depois do almoço

Acabamos de almoçar e durante todo o almoço eu e o André apenas nos olhámos sem dirigirmos uma única palavra um ao outro.

-Nós vamos dar um passeio pela praia- diz o Afonso- vêm?

-Claro que vêm- diz a Maria empurrando-me para eu começar a andar.

A Maria e o Afonso vão a caminhar mais à frente e eu o André vamos um pouco mais atrás. Tenho as minhas sapatilhas na mão e estou a morrer de frio porque me pleno inverno decido esquecer-me do casaco em casa. O André apercebe-se e po~e o casaco dele em cima dos meus ombros.

-Assim ficas tu com frio- digo olhando-o nos olhos enquanto continuamos a caminhar.

-Não me interessa Matilde, eu amo-te.

-André não tornes as coisas mais complicadas- digo desviando o olhar.

-Tu é que estás a tornar as coisas complicadas. Sabes o quão difícil é estar ao teu lado e não te poder beijar, abraçar e dizer que te amo a cada 2 minutos? Matilde, volta para mim. Esquece a Inês.

No momento em que ele diz isso dou um passo em frente e sem querer calco um vidro que estava na areia e de imediato começo a sangrar do calcanhar.

-Ai- digo queixando-me.

-Estás bem, Matilde?- pergunta o André e depois baixa-se até ao meu pé- Eu disse-te para não andares sem sapatilhas. Afonso, Maria venham cá- diz o rapaz aos berros- A Matilde cortou-se num vidro.

-Está a doer muito- digo olhando para o meu pé que cada vez sangra mais.

-Vamos já para o hospital- diz o André- Precisas de levar pontos. Posso?- pergunta olhando para mim e fazendo sinal de me querer pegar ao colo- É a única maneira de irmos, Matilde.

-Está bem- digo e ele pega em mim ao colo como quem pega numa noiva e depois fica a olhar para mim pois as nossas caras estão super próximas- Anda, André.

-Sim, vamos- diz levando-me até ao carro.

Já no hospital

-Vais ter que levar pontos querida- diz uma enfermeira muito simpática.

-Posso entrar com ela?- pergunta o André.

-E o menino é?

-Eu sou... sou o namorado dela. Posso entrar ou não.

-Claro que pode.

Enquanto me estão a cozer o pé agarro a mão do André, pois está a doer muito.

-Obrigada, André, por estares aqui.

Oops...I love you- André SilvaWhere stories live. Discover now